O CREA DO RIO ALERTA PARA O GRAVE RISCO DA QUEDA DE UMA PONTE DE QUASE CEM METROS NA BAÍA DE GUANABARA

A nova diretoria do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio (Crea-RJ) está aos poucos mudando para melhor a maneira de atuar. Agora dando mais ênfase nas ações preventivas. Anteriormente o CREA só agia se provocado ou em catástrofes em que, de alguma maneira, também eram uma espécie de co-responsáveis, porque só atuavam como engenheiro de obra pronta, quando só apontar o dedo depois de alguma tragédia, era mais fácil. Parece que esta forma de agir está mudando. Com base em denúncia enviada ao setor de atendimento, o CREA  alertou a prefeitura de Niterói sobre as péssimas condições de uma ponte que liga a Ilha do Caju à Ilha da Conceição. Instalada perto da Ponte Rio-Niterói, na Baía de Guanabara, a ponte, com quase cem metros de extensão, ameaça cair e provocar um grave acidente, inclusive ambiental. No local, circulam caminhões pesados com transporte de combustível. Sob a ponte, circulam também pequenas embarcações.

O presidente do Crea-RJ, engenheiro Miguel Fernández, defende que os órgãos públicos competentes determinem a interrupção do tráfego na ponte e a sua recuperação, por meio da contratação de empresas e profissionais devidamente registrados e habilitados. “O caso que a gente está vendo em Niterói, nessa ponte, na região portuária, é um caso gritante. A fiscalização do CREA identificou, através de denúncia, a falta total de manutenção e de recuperação das estruturas de uma ponte onde há tráfego intenso de caminhões, até com combustível. A queda desta ponte pode representar um risco ambiental muito grande para a Baía de Guanabara.“

Para Fernández,   um dos objetivos da entidade é a defesa da sociedade: “A missão do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia é defender a sociedade contra o exercício ilegal da profissão, garantindo um serviço de qualidade, profissionais e empresas registradas e com a devida competência. Isso também se dá quando a gente vê uma negligência gritante de um serviço não realizado, como é o caso, muitas vezes, da manutenção ou da recuperação de alguma estrutura, como está ocorrendo com essa ponte.”

O gerente de fiscalização do Crea-RJ, Cosme Chiniara, oficiou a Secretaria Municipal de Defesa Civil e Geotécnica de Niterói para saber quem são os responsáveis técnicos pela manutenção da ponte. Os fiscais do Crea-RJ inspecionaram o local, constatando que ainda não teve início qualquer obra de reparo da ponte, onde é intenso o tráfego de carros e caminhões pesados. A ponte tem vários pontos em que o concreto e a ferragem estão corroídos. Foi constatado também que a sinalização luminosa do local está desativada, o que pode facilitar a ocorrência de acidentes entre os veículos que circulam pelo local. Além disso, os fiscais verificaram que foi rompido, em dois pontos, o lacre que havia interditado a passagem de pedestres, colocado pela Secretaria Municipal de Defesa Civil e Geotécnica de Niterói. A passagem de pedestres é usada, inclusive, por pescadores. É que se pode chamar de “ tragédia anunciada.”