O EMBAIXADOR ARGENTINO RAFAEL GROSSI PODE SER O NOVO DIRETOR DA AGÊNCIA DE ENERGIA ATÔMICA
O argentino Rafael Grossi (foto) pode vir a comandar a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), em substituição ao japonês Yukiru Amano, que morreu há quase dez dias. O Presidente da Argentina, Mauricio Macri, recebeu Grossi na Casa Rosada e referendou seu nome para concorrer a presidência da agência, que é o órgão de controle do desenvolvimento nuclear em todo o mundo, fundamental para impedir o uso militar dessa energia. A AIEA tem uma importância histórica, pois serviu para evitar a escalada global de armas. Durante a audiência na Casa Rosada, também participaram o ministro das Relações Exteriores, Jorge Faurie, e o secretário de Assuntos Estratégicos, Fulvio Pompeo. Macri ratificou a decisão do governo de apoiar Grossi para ocupar o lugar que estava vago no comando da AIEA.
Rafael Grossi é um embaixador conhecido por sua habilidade e amigo de alguns brasileiros que atuam no segmento nuclear. Ele carrega a imagem de muita seriedade em suas decisões. Atualmente está liderando a embaixada argentina em Viena, na Áustria. Ele é diplomata de carreira com mais de 35 anos de experiência profissional no campo da não-proliferação e do desarmamento. A AIEA é composta por 171 estados membros e é o principal órgão intergovernamental de cooperação científica e técnica no campo nuclear. A apresentação formal desta candidatura será realizada amanhã (2) no Palácio San Martín, onde além de Grossi e Faurie, o secretário de Energia da Argentina Gustavo Lopetegui, participará do evento. O ministro das Relações Exteriores argentino já conversou com seus pares nos Estados Unidos, Brasil, Paraguai, Equador, Chile, Egito e Índia para se unir em apoio à candidatura de Grossi. Nos próximos dias, o ministro das Relações Exteriores continuará a rodada de diálogos com a França, China, Rússia, Canadá e Grã-Bretanha que fazem parte do chamado conselho de governadores da AIEA que define quem está no comando da diretoria da AIEA.
A morte de Amano acelerou todos os prazos para votar em seu substituto, já que os japoneses deixariam a AIEA somente em março do próximo ano. Agora ele será votado no final de outubro e Grossi é apresentado como um candidato com grandes chances de ganhar, já que desde 2016 ele vem promovendo sua candidatura. Naquela época, Macri escolheu endossar a candidatura da então chanceler Susana Malcorra para a Secretaria Geral das Nações Unidas e não pôde apoiar Grossi. Desde os anos 80, Grossi recebe treinamento técnico extensivo em tecnologias nucleares, ciência nuclear e aplicações nucleares. Entre muitas tarefas pendentes, ele participou das negociações da Convenção sobre Armas Químicas e do Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares. Em 2002, foi nomeado Chefe de Gabinete da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ), com sede em Haia. Lá ele realizou tarefas muito delicadas, especialmente aquelas relacionadas ao cumprimento pelos Estados Membros, incluindo a verificação da destruição de reservas de armas químicas. Em 2010 foi nomeado chefe de gabinete da AIEA. Em 2015, ele presidiu a Conferência Diplomática sobre a Convenção sobre Segurança Nuclear, um marco diplomático convocado para rever as questões de segurança nuclear após o acidente na usina nuclear de Fukushima em 2011.
Grossi é formado em Ciências Políticas, pela UCA. Tem mestrado em Relações Internacionais e doutorado em História e Política Internacional, ambos pela Universidade de Genebra. Ele fala inglês, francês, alemão e italiano. Além disso, é um analista e um palestrante frequente sobre questões relacionadas à não-proliferação e ao desarmamento. É autor de dois livros e vários artigos sobre o assunto.
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