O ONS ESTÁ PREVENDO INVESTIMENTOS DE R$ 49 BILHÕES NO SEU PLANO DA OPERAÇÃO ELÉTRICA ATÉ 2028
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apresentou os resultados do Sumário Executivo do Plano da Operação Elétrica de Médio Prazo do Sistema Interligado Nacional – PAR/PEL 2023 para um horizonte de quatro anos. De 2024 a 2028. Para este ciclo, estão estimados investimentos de R$ 49 bilhões. O perfil dos investimentos é de R$ 4,9 bilhões de novas obras e R$ 44,1 bilhões para projetos de ciclos anteriores que estão sem outorga. Neste segundo grupo, estão, por exemplo, R$ 21,7 bilhões em linhas de transmissão e novas subestações, leiloados em 15 de dezembro de 2023. Cinco deles concentram cerca de 71% dos futuros investimentos: Maranhão (R$ 9,9 bilhões), Goiás (R$ 8,5 bilhões), Minas Gerais (R$ 7,3 bilhões), Piauí (R$ 4,7 bilhões) e Bahia (R$ 4,6 bilhões). Um dos pontos analisados no PAR/PEL 2023 são os desafios das fontes renováveis variáveis e a importância da transmissão. O documento destaca que a crescente participação de recursos energéticos renováveis de alta variabilidade na matriz elétrica nacional torna a gestão do equilíbrio entre a oferta e a demanda de carga ainda mais complexa. Em 2023, as usinas eólicas e fotovoltaicas centralizadas têm 38 GW de capacidade instalada, patamar que vai atingir 54 GW ao final de 2027. Esses dados não contemplam a expansão da Micro e Mini Geração Distribuída (MMGD), modalidade que pode atingir cerca de 40 GW de potência instalada até 2027. Cabe aí uma comparação. Apenas Angra e terá a capacidade de 1.350 GW. É uma geração firme e não se entende porque o ministério de minas e energia ainda fica patinando em suas decisões.
Um setor elétrico com este desenho precisa de flexibilidade suficiente para permitir que a operação mantenha o controle do balanço carga versus geração e utilize de forma otimizada a capacidade do sistema de transmissão. Essa flexibilidade permite ao Operador responder à variações, como as rampas de carga, desvios de previsões, mantendo o equilibro entre geração e demanda ao menor custo operativo. A partir da perspectiva de um balanço estático, o ONS estima rampas de geração despachável da ordem de 25 GW em dias úteis em janeiro de 2024. Desta forma, será preciso injetar um montante expressivo de energia em um intervalo de poucas horas, diariamente, para suprir o que deixa de ser gerado pela MMGD e pela fonte solar fotovoltaica de médio/grande porte quando a irradiação solar acaba. A perspectiva é que essa rampa chegue a 50 GW em 2028, representando um aumento de 100%. O PAR/PEL 2023 também destaca que os investimentos previstos na ampliação do sistema de transmissão vão permitir o pleno escoamento do excedente de geração do Norte/Nordeste para o Sul/Sudeste/Centro-Oeste para o atendimento à carga, a partir de 2029 e 2030, um resultado direto dos leilões de transmissão realizados em junho e dezembro de 2023, além do próximo leilão a ser realizado em 2024.
O Plano da Operação Elétrica de Médio Prazo do SIN – PAR/PEL tem como objetivo avaliar o desempenho do SIN, no horizonte de cinco anos, para que a operação futura seja realizada com níveis adequados de segurança, com aderência aos critérios de confiabilidade estabelecidos nos Procedimentos de Rede. O plano contém as indicações de obras necessárias para o pleno atendimento à demanda, à integração das novas usinas geradoras e ao funcionamento do setor elétrico no médio prazo. O PAR/PEL ainda sintetiza uma visão de futuro acerca dos desafios da operação elétrica do SIN, considerando o aumento de complexidade associado ao aumento de participação das fontes renováveis variáveis centralizadas e dos recursos energéticos distribuídos, de forma a contribuir com o Setor Elétrico Brasileiro para o desenvolvimento de estratégias e soluções que fortaleçam a resiliência e a segurança do SIN face a essas transformações em curso
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