O PACOTE DE AJUDA DO GOVERNO ÀS EMPRESAS SANCIONADAS NÃO SOLUCIONA PROBLEMAS PORQUE LULA CONTINUA ATACANDO DONALD TRUMP
Para onde, em que direção, o governo do Presidente Lula está levando o Brasil? Pode parecer uma pergunta retórica, mas a medida que o tempo passa desde o início das sanções alfandegárias de 50% recebidas dos Estados Unidos, a situação agrava-se. E pior, sem perspectivas, porque o presidente Lula escolheu o caminho de apenas ouvir três parceiros que compõem o BRICS: Rússia, Índia e, principalmente a China. A medida que o tempo passa, o Brasil se afasta mais do seu maior e mais tradicional parceiro comercial, os Estados Unidos, para se alinhar com a China. Mas isso também quer dizer muito mais. O Brasil abandona um sistema político liberal para se alinhar a um país que não só vai comerciar produtos, mas exportar também o seu regime ditatorial, de apenas um partido, onde quem manda é o Estado que subjulga a sua população formada por 1,4 bilhão de pessoas. O governo anuncia um pacote com linha de créditos, adiamento de pagamentos de impostos e compras do governo. Sem conversas para um acordo com os Estados Unidos, essas ações não vão funcionar. Lula continua atacando Donald Trump.
Este momento é crucial para instituições democráticas como a Câmara Federal, o Senado, os empresários, os militares, federações e confederações de indústrias, Ordem dos
Advogados etc. Todos devem estar atentos para a escolha brasileira. O que queremos para o futuro do país? Miami ou Havana; Nova Iorque ou Caracas; Califórnia ou Manágua; Pequim ou Washington? Qual o exemplo nós seguiremos? Desde o dia 6 deste mês, portanto há uma semana exatamente, mais das 740 empresas brasileiras que exportavam seus produtos e serviços para os Estados Unidos, praticamente perderam o mercado americano porque seus preços desembarcariam pelo menos 50% mais caros nos portos americanos. As consequências são óbvias: fechamento de empresas e demissão de pessoas, se este quadro não se reverter.
As soluções que o governo apresenta como salvação, crédito e adiamento de pagamento de impostos, só servirão para endividar ainda mais as empresas. A solução certa é negociar as tarifas assim como todos os países do
mundo fizeram. Lula, por ter destratado, ofendido, usado bravatas contra o presidente Donald Trump, por vergonha, capricho ou mau aconselhado, não tem coragem de pegar o telefone para ligar, falar, ouvir e negociar com o presidente americano. Para isso, ele sabe que precisaria seguir uma máxima do escritor Nelson Rodrigues, quando se referia ao time do Fluminense, uma de suas paixões: “Descer do sapato alto e calçar as sandálias da Humildade.” O Presidente Lula precisa seguir o artigo 42 da nossa Constituição e ocupar o lugar de Estadista, aceite ou não os argumentos de Trump. Fugir da conversa para se aninhar com quem pensa como ele, não trará soluções. Putin vai se encontrar com Trump; Modi e Xi Jinping já entraram em acordo com os Estados Unidos.
E o que os Estados Unidos querem? Não perder a influência no Brasil. Empresas americanas investem aqui bilhões de dólares. Centenas de empresas
se estabeleceram aqui e dão milhares de empregos para brasileiros. Suas tecnologias são usadas por milhões, tanto na área civil, como militar. O Brasil é uma das maiores economias do mundo e o maior país da América do Sul, que em algum momento, desviou-se de sua normalidade democrática para viver momentos políticos terríveis, desde a maior evidência do Supremo Tribunal Federal na vida brasileira, com uma omissão e subserviência da grande e tradicional imprensa brasileira, que sempre foi exemplo, através da história, de um bom jornalismo. Combativo e equilibrado. Traziam sempre em destaque uma máxima que se aprendia nas velhas redações, como os tradicionais Correio da Manhã, Jornal do Brasil, O Globo, Estadão e Folha: “quem inventa, é o inventor.” No jornalismo de hoje, o poder desta frase se perdeu.
Para se chegar ao cargo de Ministro do Supremo Tribunal, o candidato deve ter exímio saber jurídico, principalmente sobre a Constituição Federal, já que ele está se propondo ser um guardião dela, além de ter uma conduta ilibada. Depois disso ser indicado ao Senado pelo Presidente da República, onde é sabatinado e aprovado ou não. Aprovado, ele ainda jura seguir, respeitar e
guardar o que a constituição determina. De alguns anos pra cá, o que percebemos e vimos, foi que muitos dos que juraram respeitá-la, deixaram de fazer isso. E hoje, com fatos revelados pelos juízes que trabalharam nos bastidores da investigação, conhecido como Vaza-Toga 2, o que prevaleceu foi o império da crueldade, com pessoas sendo presas sem verdadeiros fundamentos, morte durante a prisão, prisões arbitrárias, perseguições, penas exacerbadas, falta de condições para recursos, o juiz-vítima, o juiz-acusador e o juiz-julgador.
E é contra esses acontecimentos que os Estados Unidos estão se colocando contra, principalmente porque uma dessas vítimas é um amigo pessoal do Presidente Donald Trump, o ex-presidente Jair Bolsonaro. Trump também considera que Bolsonaro está sendo perseguido por um grupo de juízes e por isso saiu e sua defesa. E fez deste argumento a razão principal para punir, sancionar economicamente o Brasil. Todo mundo sabe disso. Os Estados Unidos fizeram questão de não esconder. Deu o nome aos bois na carta pública que escreveu ao
presidente Lula. E o que recebeu de volta foi o argumento da soberania. A mesma soberania que o ministro Alexandre de Moraes não respeitou ao punir cidadãos americanos e empresas americanas em solo americano. Por isso, foi punido com um dos piores castigos: a morte financeira imposta pela Lei Magnistsky. Tão severa que, quem tentar ajudar o sancionado, sofrerá a mesma punição. Por isso, de imediato, os ministros Gilmar Mendes e Luís Roberto Barroso(direita) e o senador Davi Alcolumbre, presidente do Senado, subiram para o topo da lista dos próximos a receber as mesmas sanções, se a situação no supremo não for resolvida.
Em uma pasta azul sobre a sua mesa, o Presidente Donald Trump tem também uma decisão delicada, mas que terá grande impacto: o rompimento do acordo militar com o Brasil. A omissão dos oficiais do alto comando brasileiro ainda incomoda os
americanos. Não que eles queiram ou quisessem uma intervenção militar. Ninguém queria isso. O que se comenta é que o Ministério da Defesa poderia ter sido mais incisivo e ajudar frear o ímpeto do Ministro Moraes nas prisões alongadas e arbitrárias de pessoas que participaram das manifestações do 8 de janeiro ou que estiveram acampadas em frente aos quartéis. O próprio Ministro da Defesa, José Múcio (esquerda), falou publicamente: “ Não houve tentativa de golpe.” Se o ministro, que comanda as três forças militares diz isso, por que os comandantes militares não disseram e ou se colocaram para o presidente da república e para o presidente do supremo, além de ajudar a reconhecer que oficiais generais colegas dos atuais comandantes militares, que tivessem que ser humilhados depois de servir ao país com honra e distinção durante tantos anos. A posição do alto comando de hoje frente ao General Braga Neto, Heleno e o Almirante Garnier, especificamente, envergonharia qualquer militar pela omissão, mesmo diante de todas as evidências. Por causa de atitudes assim, a credibilidade das Forças Armadas brasileiras, já não contam com o respeito que sempre tiveram da grande maioria do povo brasileiro. É uma realidade dura para a maior parte dos nossos militares, mas é a pura verdade.
O Brasil é dependente de armas e equipamentos norte-americanos para a sua defesa. E o fator de Lula se alinhar a China, cria uma outra desconfiança nos Estados Unidos: os segredos militares. Neste momento, o Brasil tem encomendado doze helicópteros Black Hawk e 200 mísseis anti-tanques Javalin. Já há um atraso proposital para a entrega desses equipamentos. O Petronotícias procurou o Ministério da Defesa para saber detalhes sobre isso. Mas, desde a semana passada, não houve retorno até a publicação desta reportagem. Em meio às tensões diplomáticas com os Estados Unidos e à crescente aproximação do governo Lula com países considerados antiocidentais, o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, será ouvido pela Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado nesta quinta-feira (14), às 10h. Além de Múcio Monteiro, a comissão convidou os comandantes da Marinha, Exército e Aeronáutica, cujas participações ainda não foram confirmadas.
Entre os projetos que podem ser afetados pela disputa geopolítica está a construção de cinco submarinos. Durante visita ao Brasil em 2024, o presidente Emmanuel
Macron e Lula anunciaram um “avanço estratégico em cooperação bilateral” para tentar viabilizar a transferência de tecnologia para o primeiro submarino nuclear brasileiro. O Brasil tenta desenvolver essa tecnologia desde o final da década de 1970 e agora quer convencer a França a fornecer a tecnologia pronta. A tecnologia dos submarinos classe Scorpène poderia, em tese, ser repassada pelo governo Lula a Pequim ou Moscou. O cenário é agravado pelo fato desses submarinos serem usados em operações da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). No Brasil, a preocupação de membros das Forças Armadas se dá porque o Programa de Submarinos (Prosub) é totalmente dependente do fornecimento de peças francesas. O principal exemplo é que os torpedos usados pelos submarinos só são fabricados na França, que está alinhada muito mais com os Estados Unidos do que com o Brasil. Qualquer percepção, por parte da Otan ou de seus aliados, de que o Brasil possa servir de canal de vazamento de tecnologia ou conhecimento sensível, colocaria em risco toda a parceria com a França.
Outra iniciativa que pode ser afetada ocorre em parceria com a Suécia, que lidera o projeto de transferência de tecnologia para os caças Gripen. Após a adesão sueca à Otan, o receio em Estocolmo era que o Brasil fosse, mesmo sem intenção direta, se tornar um ponto vulnerável para vazamento de dados sensíveis da aeronave, considerada peça-chave na defesa aérea sueca. A FAB já recebeu oito dos 36 Gripens encomendados. O Brasil ainda não teve acesso total ao código-fonte do software, essencial para reprogramação dos sistemas de combate. A Suécia, por sua vez, teme que essas informações, caso compartilhadas com Pequim ou Moscou comprometam sua segurança nacional e a de outros membros da Otan. No caso do cargueiro militar KC-390, um
dos principais produtos militares da Embraer ao lado dos caças de Tucano, contam com diversos componentes fabricados nos Estados Unidos. Uma possível ruptura nas relações comerciais com os EUA agravaria ainda mais a já delicada situação das Forças Armadas brasileiras, que enfrentariam uma crise logística.
Para terminar todo este imbróglio, trazendo novamente para o mercado americano as 740 empresas brasileiras, será preciso que o STF abra mão de sua principal bandeira. E agora, mais uma vez, o ensinamento de Nelson Rodrigues, parece super atual. Será preciso humildade. Aqui, neste caso, no entanto, mesmo sancionado, Alexandre de Moraes, parece estar com o salto 15. É o mais alto, mas também o risco de cair é proporcional ao seu
tamanho. Há três maneiras do caso se solucionar, sem que ninguém possa se sentir ofendido:
- Se Hugo Mota, presidente da Câmara, não se sentir mais ameaçado e colocar a Anistia para ser votada. Certamente será aprovada. Neste caso, os julgamentos perdem o valor e o sentido;
- Hugo Mota coloca para ser votado o fim do Fórum Privilegiado. Neste caso, sendo aprovado, todos os casos saem do supremo e vão para a primeira instância;
- Davi Alcolumbre coloca em votação o impechement de Alexandre de Moraes. Aprovado, quebra-se uma barreira importante e um bom sinal para a retomada da normalidade no STF.
Hoje, nos Estados Unidos, a convite de uma Comissão Especial do Senado Americano, Eduardo Bolsonaro e o jornalista Paulo Figueiredo, vão prestar depoimento sobre a situação brasileira. Depois, eles terão uma reunião na Secretaria de Estado sobre novos nomes para serem sancionados pela Magnitsky. Vamos ver o que poderá acontecer. Quem viver verá..

publicada em 13 de agosto de 2025 às 13:00 







Parabéns ao redator do artigo. Sem firulas.
Boa análise e todas as preocupações são super válidas!