O PROFESSOR DA PUC-RJ ARMANDO CAVANHA DEFENDE QUE O NOVO GOVERNO MANTENHA OS INVESTIMENTOS FEITOS ATÉ AGORA PELO MERCADO
O Projeto Perspectivas 2023 desta sexta-feira (16) convidou um velho conhecido do mercado de óleo e gás, que enxerga grandes oportunidades, principalmente no gás natural, onde o Brasil tem tudo para tornar-se um grande player. Armando Cavanha, consultor e Professor da PUC-RJ, vê “projetos em desenvolvimento, com a expectativa de que os novos integrantes do governo possam fazer algum movimento de maior investimento em capacidades locais.” Ele defende ainda “Reaplicar os incentivos existentes em projetos mais claros e com retorno. Não fazer o efeito sanfona regulatório, traçar rotas de país e não de governo”. Cavanha acredita que o mundo caminha para a transição energética e o gás natural terá um papel fundamental nesse processo, como um combustível de transição. Por isso, para participar desse jogo como um grande player, o Brasil precisa endereçar algumas questões, como a redução da reinjeção do gás no pré-sal brasileiro. Cavanha lembra também que o movimento da eletrificação ganha cada vez mais força, enquanto que o hidrogênio também surge como uma tendência mundial forte. Assim, a hora de viabilizar o gás natural do pré-sal é agora. Para tal, segundo o consultor acadêmico, é preciso atuar, simultaneamente, para permitir o desenvolvimento da infraestrutura de escoamento e o crescimento da demanda por gás natural. Por fim, o especialista acredita que os agentes de mercado precisam estreitar ainda mais os laços, atuando de forma mais articulada. Vamos ver o que ele pensa:
– Como a senhor viu o mercado de petróleo e gás em 2022? Os resultados foram positivos? Como os negócios transcorreram?
– Olha, a PUC-Rio, onde sou assessor acadêmico, passou por grandes desafios. As aulas remotas e o trabalho remoto mexeram muito com toda a estrutura. Mas ela está reequilibrando-se. Nos projetos de inovação nos quais participo, ela se saiu muito bem. Tem um grupo qualificado e atuante. Resumindo, acho que foi bem, mas com muitos desafios.
– O que espera para 2023, com um novo governo ? Quais são as perspectivas para o ano que vem?
– Não se tem ideia o quanto as coisas vão mudar. Do ponto de vista da interferência da covid-19, parece que isso não deve voltar. Há, assim uma expectativa de volta de atividades presenciais. Do ponto de vista dos projetos e desenvolvimentos, a expectativa é de que os novos integrantes do governo possam fazer algum movimento de maior investimento em capacidades locais. Mas não se tem ideia como será. Há esperança da Universidade se rearranjar frente aos desafios do país, se readequar.
– Quais as sugestões que daria aos governantes para que os negócios prosperem ainda mais?
– Reagendar o desenvolvimento industrial por atratividade, sem multas. Reaplicar os incentivos existentes em projetos mais claros e com retorno. Não fazer o efeito sanfona regulatório, traçar rotas de país e não de governo. Cuidar com a política dentro de empresas, é muito perigoso. Manter a paridade de importação, com os devidos cuidados. Manter a venda de ativos sem prioridade, porque existem outros agentes que querem investir.
Deixe seu comentário