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O QUE ESPERAR DA ECONOMIA BRASILEIRA EM 2015?

Antonio Müller

Antonio Müller

O drama da incerteza ronda os investimentos para 2015. A crise de credibilidade na Petrobrás em função de todas as denúncias de corrupção está afetando diretamente as decisões das empresas. O Petronotícias está ouvindo formadores de opinião do nosso mercado que traçam um perfil sobre as perspectivas para o próximo ano. São jornalistas, instituições e empresários.

Estamos fazendo basicamente apenas duas perguntas que dão um perfeito entendimento de como as pessoas estão se preparando para as incertezas do próximo ano:

        1- Como você está vendo as perspectivas para 2015?

        2- Qual a sua sugestão para que tenhamos um ano produtivo na economia brasileira?

O nosso primeiro convidado especial é o engenheiro Antônio Müller, Presidente da ABDAN – Associação Brasileira de Desenvolvimento das Atividades Nucleares – que também responde pela ABEMI – Associação Brasileira de Engenharia Industrial. Um profissional que desfruta de grande respeito do mercado por sua ponderação e credibilidade. Veja a sua opinião:

1 – “Sem dúvida vai ser um ano muito difícil, porém se forem tomadas as decisões corretas podemos ter um 2016 pujante. No setor de energia elétrica, devido ao risco de falta de geração de base em 2025, se faz importante que no início de 2015 o governo decida e defina a quantidade de usinas de geração nuclear. No setor de óleo e gás se faz necessária a implementação de frequentes leilões de blocos, mantendo assim o segmento de produção bastante ativo.”

2 – “Precisaremos no ano que vem de decisões e definições claras por parte do governo. Sem essas decisões, não teremos investimentos.”

José Adolfo Siqueira

O diretor de outra instituição, a ABITAM – Associação Brasileira da Indústria de Tubos e Acessórios de Metal –, José Adolfo Siqueira, com sede em São Paulo, também não está muito otimista:

1 –As perspectivas para a economia em 2015, na nossa visão, não são boas. Teremos um crescimento baixo, a atividade industrial ainda não retomará seu curso normal, a taxa de juros continuará elevada, a inflação no teto da meta, enfim, o “novo governo” terá que fazer vários ajustes, mudar o rumo da política econômica, diminuir o déficit público, controlar as suas contas. Os investimentos serão impactados, não há clima para a indústria investir. Talvez, no final de 2015, com algumas correções implantadas na direção correta, o empresariado volte a acreditar na nova política econômica e comece a investir.”

2 – “O ambiente de negócios precisa mudar. O governo precisa trabalhar duramente nas reformas estruturais da previdência, trabalho e fiscal. O custo Brasil precisa diminuir. Combater a corrupção, reduzir a burocracia. Incentivar a educação, a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico. As taxas de poupança e investimento precisam aumentar e para isso o governo terá que controlar o seu déficit. Com essas medidas a nossa competitividade vai aumentar e a economia vai ser mais produtiva.”

Gilberto Buffara

Para a GB Armazéns, maior empresa de logística do Rio de Janeiro e uma das maiores do Brasil, o sucesso dos negócios em 2015 vai depender também da nova equipe econômica que assumirá no governo a partir do dia 1º de janeiro. Veja a opinião de Gilberto Buffara, presidente da GB Armazéns:

1 – “Se o empresariado sentir firmeza no Ministério da Fazenda e sua equipe, as expectativas melhorarão no segundo semestre.”

2 – “Para termos um ano produtivo na economia brasileira é somente o governo fazer o seu dever de casa”.

A Chemtech, uma importante empresa de projetos e engenharia, vai apostar na diversificação e na internacionalização. Seu diretor comercial, Alex Freitas, está otimista e com boas perspectivas em 2015:

Alex Freitas - diretor comercial

Alex Freitas

1 – “No momento, nossa diretriz é diversificar ao máximo nossa atuação, seja em portfólio, seja em posicionamento geográfico, aumentando nossa participação em projetos fora do Brasil. Estamos, ao mesmo tempo, buscando parceiros tecnológicos para agregar ainda mais valor às soluções em engenharia, bem como para ampliar a presença em segmentos ainda pouco explorados. Nesse momento, a empresa está no caminho da internacionalização. As equipes da engenharia da Chemtech estão envolvidas em projetos desenvolvidos na América do Norte a partir de Houston, nos Estados Unidos. Um deles envolve o gasoduto da TransCanadá, que levará o gás não-convencional produzido nos EUA para o Canadá. Os engenheiros também participam de projetos voltados a refinarias de clientes, como BP, ExxonMobil, Marathon Oil e Syncrude, localizadas nos Estados Unidos.

Queremos que nossas equipes absorvam as melhores práticas de engenharia mundial e apliquem esse conhecimento em projetos da casa. Além disso, a Chemtech está concluindo os últimos projetos de detalhamento das plataformas FPSOs (Unidades Flutuantes de Produção, Armazenamento e Descarga) replicantes do pré-sal, envolvendo diferentes módulos das plataformas P-67, P-68, P-70 e P-71. E nesse ano entregou um de seus projetos mais inovadores para a Petrobras, o SHAR (Sistema Hidroacústico para Acionamentos Remotos). O equipamento controlará, via ondas sonoras, a abertura e o fechamento de válvulas submarinas, uma operação antes feita por mergulhadores.”

2 – “Para a Chemtech, é preciso encontrar e trabalhar novos mercados. Por conta disso, a empresa está atenta às necessidades dos clientes e preocupada em entregar projetos com otimização de custos, de prazo e cumprimento rigoroso das metas, sem perder de vista a qualidade e métricas necessárias. A empresa tem intensificado a busca por parceiros estratégicos para atuar em diferentes frentes, desde gás e energia até na prestação de serviços para plantas industriais.

Em 2015, possivelmente serão adotadas uma série de medidas econômicas visando à retomada do crescimento. No setor de óleo e gás, a expectativa é de investimentos, e no setor de exploração e produção de petróleo, especialmente na construção de FPSOs. Mas esperamos que nossa atuação seja ainda mais vigorosa nas áreas de papel e celulose, alimentos e bebidas, petroquímica, metais e minérios e GTD (geração, transmissão e distribuição).

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