O QUE ESPERAR DA ECONOMIA BRASILEIRA EM 2015?
O Petronotícias segue ouvindo formadores de opinião do mercado para saber suas opiniões sobre como será o ano de 2015. Quais são as perspectivas. Num café da manhã com jornalistas, a presidente da Petrobrás, Graça Foster, disse que havia muito o que fazer e se mostrou otimista. Mas parece ser uma voz dissonante no mercado de petróleo&gás. A grande maioria vê o ano com muita preocupação e desemprego. Foster disse que tem a confiança da Presidente Dilma, por isso vai permanecer no cargo com toda sua diretoria, apesar da resistência que está tendo de vários setores políticos e da maior parte do mercado, que quer a sua saída e aposta numa mudança total, começando do zero para retomar a pujança da companhia.
Fizemos apenas duas perguntas aos nossos convidados:
1- Como você está vendo as perspectivas para 2015?
2- Qual a sua sugestão para que tenhamos um ano produtivo na economia brasileira?
O Diretor Superintendente da EBCI, importante trading de tubos e flanges, ligados principalmente ao segmento de petróleo&Gás, Guilherme Cruz, acredita que o Brasil precisa de mudanças estruturais e aposta na criatividade do empresário brasileiro para amenizar uma possível crise:
1 – “A primeira pergunta é relativamente simples de ser respondida. Eu diria que as perspectivas não são boas. Resumidamente, o que o Brasil precisa é de mudanças estruturais profundas. Não tenho esperanças que ocorram nos próximos 4 anos de governo. Estamos vivendo um momento de indefinição muito difícil em nossa economia. Quem estava focado no mercado de óleo e gás e tinha suas perspectivas de negócios associadas a este segmento, estará enfrentando dificuldades em função da revisão do plano de investimentos da Petrobras e da redução do ritmo dos projetos associados. De uma maneira geral, o desaquecimento da economia em geral afetará também outros segmentos do mercado, o que indica um momento crítico para os negócios. De qualquer forma, temos que acreditar num fenômeno passageiro e tentar ao longo de 2015 sobreviver na esperança de que as coisas se ajeitem e em 2016 tenhamos uma retomada mais positiva. A criatividade empresarial deve ser a mola mestra da condução do processo em cada empresa. Neste caso, o caminho da diversificação e busca de novos horizontes de negócios se tornou a tônica para se garantir a sobrevida durante o ano ruim que se apresenta. Ou seja, apesar de um ano ruim, se tivermos a criatividade bem empregada, um bom trabalho de conscientização do time de trabalho, e também um pouco de sorte, podemos ter uma receita positiva que não só poderá garantir a sobrevivência como também assegurar assumir em condições privilegiadas a retomada do aquecimento econômico e dos negócios de uma maneira em geral.”
2 – “A segunda pergunta é mais fácil de responder, mas mais difícil de pôr em prática. Se o PT parar de roubar e focarem em produzir resultados positivos que revertam para o crescimento do país sem politicagem, com equipe competente e sem levar em consideração interesses egoístas e egocêntricos, enxugando despesas e voltando para investimentos de retorno para o Brasil, acredito que poderíamos mudar o rumo. Mas nas condições atuais posso dizer que fomos impedidos pelo povo enganado de fazer o que precisaríamos fazer. Agora o leite já derramou. Sem muitas perspectivas.”
O Diretor Executivo do Centro de Excelência em EPC, Danilo Gonçalves, acredita que o país precisa investir em educação para ter uma base melhor para o crescimento. O CE-EPC é uma importante instituição que tem dado boas contribuições na busca da eficiência e produtividade nas obras que são realizadas, principalmente no setor de petróleo e gás. Veja como ele pensa:
1 – “Pessoalmente, sou otimista em relação às perspectivas para 2015. Entendo que este ano que acaba foi um ano em que se demonstrou a necessidade de se fazer algumas correções no rumo da economia. Da mesma forma, uma vez mais, faz-se manifesta a necessidade de planejar mais e melhor e de implementar modelos e sistemas de compliance mais apurados. A economia brasileira já apresenta uma massa crítica que obriga naturalmente a crescer. O grande número de obras em andamento e o direcionamento dos investimentos não só em infraestrutura como em setores como Energia (Petróleo e Gás como carro chefe), Mineração, Papel e Celulose e o Agronegócio conferem uma segurança singular em sua região.”
2 – “Particularmente, devemos investir cada dia mais na educação como base de nosso crescimento. Uma educação de qualidade deverá contribuir de forma significativa a elevar o nível da nossa indústria, ao mesmo tempo em que permite ao cidadão maior discernimento e poder de escolha, ao tempo que se geram mais propostas no sentido de exigir uma gestão mais apurada em todos os âmbitos. Esta é uma das formas de crescer de forma sustentável e aumentando a base produtiva.
Devemos investir em formar melhores profissionais nas áreas de planejamento e controle de risco, sem deixar de lado a eficiência na execução.”
Ouvimos também Nigel Atkinson, Diretor Regional de Protective Coating para a América do Sul da AkzoNobel. Ele acredita que a taxa de melhoria global será lenta e a confiança dos investidores será mais fraca do que o desejado. Veja a opinião dele:
1 – “Estou otimista de que 2015 vai mostrar alguma melhora após as difíceis condições econômicas de 2014, embora acredite que a taxa global de melhoria será lenta. Em primeiro lugar, as condições econômicas gerais tem a expectativa de se manterem estáveis durante 2015 e, sem dúvida, isso afetará a capacidade da economia brasileira de se recuperar da fraqueza vivida em 2014. Em segundo lugar, com a perspectiva de instabilidade dos preços do petróleo em 2015, a confiança dos consumidores e dos investidores seguirá mais fraca do que o desejado, e isso será mais um obstáculo no crescimento potencial do país. Apesar desses fatores macroeconômicos difíceis, eu continuo otimista, pois o Brasil é abençoado com uma abundância de recursos naturais e humanos e um espírito inovador. Acredito que esses fatores irão compensar as desvantagens para gerar alguma melhora econômica em 2015.”
2 – “Um fator-chave para o crescimento econômico refere-se à confiança dos investidores e consumidores. Para melhorar a confiança de ambos os grupos são necessárias condições macroeconômicas estáveis. Em primeiro lugar, o Banco Central deve assegurar que as suas políticas de taxas de juros mantenham a inflação dentro do que está declarado na política do Banco. Em segundo lugar, o governo precisa fornecer uma plataforma econômica de incentivo ao investimento. Para fazer isso, será necessário fazer as escolhas corretas para contribuir na redução do déficit orçamentário do país, assegurando que os programas sociais fundamentais permaneçam financiados. Com a melhoria no investimento do setor privado, a economia se beneficiará de duas maneiras: será possível dar um impulso econômico de curto prazo e, com bons investimentos, a economia melhorará os índices de produtividade de longo prazo, que impulsionará o crescimento econômico futuro.”
O Petronotícias também foi ouvir Nadine Lopes, responsável pelos negócios comerciais de óleo&gás do Consulado do Canadá no Rio de Janeiro. A visão dos investidores externos é muito importante neste momento de transição:
1 – “As empresas canadenses veem o Brasil como um grande mercado a ser trabalhado. As oportunidades estão aí e isto é inegável. O Consulado Geral do Canadá construiu, ao longo de muitos anos, um ótimo relacionamento com a indústria brasileira de petróleo e gás, baseado em uma relação de confiança e parceria com diferentes agentes do mercado. O Canadá continuará firme no propósito de ajudar as empresas canadenses interessadas em estabelecer parcerias e fazer negócios no Brasil.”
2 – “Acreditamos que as regras de conteúdo local deveriam ser mais flexíveis, com metas mais realistas que possam, de fato, promover o desenvolvimento do setor de maneira sustentável.”
O Diretor Comercial do Grupo MPE, Tadeu Maia, acredita que os investimentos em infraestrutura podem trazer boas oportunidades para 2015. Veja no que ele acredita:
1 – “Entendo que 2015 trará boas oportunidades nas áreas de Infraestrutura, como saneamento, reciclagem de resíduos sólidos, energias renováveis e mobilidade urbana. Isto se dará em virtude muito mais da necessidade imperativa desses investimentos no Brasil, do que da mobilização governamental para planejá-los.”
2 – “Obviamente estou falando de engenharia, setor onde atuo no mercado. Necessitamos de uma política Nacional voltada para a eficiência. Estes setores são a Iluminação Pública e Tratamento de Resíduos. Quando falo de política Nacional voltada para esses setores, não estou falando em leis que já obrigam a gestão destes temas pelos municípios brasileiros. Falo de criação de linhas de créditos para que os municípios possam fazer frente aos investimentos necessários, com renovação tecnológica dos Parques de ‘IP’, e investimentos em gestão informatizada visando controle e redução significativa de consumo.
Existem hoje, já implantadas no mundo e com excelentes resultados, tecnologias capazes de reduzir em até 75% do consumo de energia dos Parques de ‘IP’. É Importante citar que com este modelo, além de todos os apelos, teríamos a melhora do nível luminotécnico das cidades, propiciando maior segurança e conforto aos cidadãos. Possibilitaríamos a redução de geração dos meios mais poluentes e ainda oferecer retorno financeiro ao município em prazos de 9 a 15 anos. Faltam financiamentos: BNDES, Banco do Brasil, Caixa Econômia, etc.
A questão da geração de energia a partir de resíduos sólidos (lixo) traz no seu bojo as mesmas questões. Não tem o mesmo retorno da eficiência energética para ‘IP’, mas resolve definitivamente o problema ambiental gerado. Não ter retorno financeiro não tira das Prefeituras e Governos Estaduais e Federal a responsabilidade sobre o mesmo. A população paga impostos para ter serviços de primeira qualidade com foco no bem estar do cidadão e na preservação do meio ambiente.”
Na minha opinião, o que falta para que o brasil melhore em todos os aspectos, é fazer uma reforma política na intensão de, acabar com o vício da corrupção entre os políticos e empresários. Tem que aplicar leis duras contra este tipo de prática de roubo, tem que ser criado a lei corrupção ZERO tem que punir severamente, acabar com as proteções que existe em torno dos políticos, onde roubam milhares de reais dos cófres públicos (dinheiro do povo) e não são punidos por ter proteção parlamentar. E aos empresários que não tem a proteção parlamentar mas se livram da… Read more »