O QUE ESPERAR DA ECONOMIA BRASILEIRA EM 2015? VEJA O QUE PENSAM ALGUNS FORMADORES DE OPINIÃO | Petronotícias




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O QUE ESPERAR DA ECONOMIA BRASILEIRA EM 2015? VEJA O QUE PENSAM ALGUNS FORMADORES DE OPINIÃO

Fotos Ricardo Benichio

Márcio Alberto Cancellara

A insegurança econômica ainda aflige as empresas brasileiras. Ano novo, mas de perspectivas nada otimistas. Ouvimos jornalistas, instituições e empresários. Estamos com a ideia de que a maior parte do mercado não vê este ano como promissor. Todos os nossos convidados responderam basicamente a duas perguntas:

1-    Como você está vendo as perspectivas para 2015?

2-    Qual a sua sugestão para que tenhamos um ano produtivo na economia brasileira?

O nosso primeiro convidado especial desta edição é o empresário Marcio Alberto Cancellara, presidente da Projectus Consultoria e vice-presidente da ABEMI. Veja o que ele pensa:

1 – “Creio que será um ano de profundos ajustes e crescimento nulo. A mudança de governos e, consequentemente, de equipes de gestão em estatais e empresas públicas contribuirá para certa paralisação das atividades nesses órgãos. As empresas de engenharia industrial, que já estão sofrendo com a desaceleração, devem ter sua situação agravada, ocasionando desmobilizações de grande quantidade de pessoal. Desdobramentos da operação Lava-jato devem igualmente arrefecer a economia, visto que a Petrobrás é o maior investidor do país. Redução do preço das commodities levará à suspensão de investimentos nas áreas petroquímica, de mineração e siderurgia.”

2 – “No âmbito industrial e de energia, as companhias estatais deveriam selecionar projetos de baixo investimento, porém de rápida implementação, para manter, pelo menos, parte da cadeia de fornecedores ativa. A liberação da contratação de projetos executivos que significam menos de 5% de um empreendimento poderia servir de preparação para futura contratação de obras com orçamento definido, evitando flutuações de preço.”

Wides Schiavo

Wides Schiavo

O Gerente de Projetos da Tomé Engenharia, Wides Schiavo, aposta no crescimento do mercado, se a Petrobrás reagir adequadamente aos problemas que está enfrentando:

1 –De uma forma geral, as notícias deste segundo semestre não nos trazem grandes perspectivas para o próximo ano. No âmbito da produção de petróleo, no entanto, as circunstâncias nos obrigam a prosseguir. Afinal, o petróleo está lá, precisa ser retirado e isso é fundamental para o País. Nessa linha de raciocínio, com algumas reservas, é claro! Acredito que consigamos continuar as obras em andamento e vislumbrar novos horizontes, principalmente se a Petrobrás reagir de maneira adequada aos problemas que todos dias estamos vendo estampados nos jornais”.

2 – “Definitivamente não sou um especialista, mas existem coisas básicas que qualquer um, com um mínimo de sensatez, poderia opinar. Cortar os gastos excessivos do governo e combater fortemente a corrupção estão entre esses requisitos fundamentais. Outra coisa também muito falada, mas ainda não concretizada e de difícil concretização, e que talvez possa ser o carro chefe para melhorar a economia brasileira, é a reforma tributária.”

ramonaOuvimos também a jornalistra Ramona Ordoñez, repórter do jornal O Globo, uma das mais respeitadas profissionais da imprensa carioca. Com larga experiência na cobertura de assuntos de petróleo e gás, ela dá as suas opiniões sobre as expectativas para 2015:

1-“Será um ano mais difícil que 2014, pois será um ano de ajustes que terão que ser bastantes duros na economia para reduzir a inflação e a economia conseguir retomar sua rota de crescimento. Para piorar o escândalo de corrupção na Petrobras promete continuar forte em 2015 com duros reflexos na economia, uma vez que eles já afetam os investimentos da estatal e consequentemente afetará seus fornecedores, muitos deles envolvidos também no escândalo levantado pela Operação Lava a Jato da Polícia Federal.”

 2-“Acho que vai depender muito do governo de mostrar seriedade nos ajustes que terão que ser feitos nos rumos da economia, na redução dos gastos públicos, no ajuste fiscal que é necessário. Só com isso poderá o país voltar a ter credibilidade e com isso retomar a confiança dos empresários não apenas dos brasileiros, como estrangeiros para a retomada de investimentos que é fundamental, principalmente em infraestrutura”.

Wlamir Martins

Wlamir Martins

O Diretor da BDNPar – Desenvolvimento&Participações, Wlamir Martins, também está pessimista para este ano e quer uma revisão urgente no sistema tributário no Brasil:

1 – “Em relação ao Mercado de Petróleo e Gás, estou bastante pessimista, dados os últimos acontecimentos. O País perde considerável credibilidade. Em 2015, teremos muitas incertezas no Brasil, o que para o planejamento de investimentos nesta indústria é um fator altamente inibidor. Portanto, acredito que teremos um ‘congelamento’ para ‘novos’ projetos”.

2 – “Devemos rever urgentemente o regime tributário brasileiro, principalmente, na cadeia de bens e serviços do mercado de Petróleo. Temos que criar novos incentivos e desburocratizar ao máximo os nossos processos. Cito o meu exemplo, que recentemente constitui, em apenas dois dias, uma trading nos EUA. Por fim, sou amplamente favorável, em um mundo globalizado, à abertura de mercado com livre concorrência, às empresas estrangeiras de construção e engenharia básica.”

Marcelo Campos

Marcelo Campos

Fomos ouvir também Marcelo Campos, Presidente da Câmara Setorial de Equipamentos Navais e Offshore da Abimaq, Diretor da Câmara Brasil-Alemanha e da Câmara de Comércio Brasil-Suécia e gerente geral da Roxtec Brasil. Veja a sua opinião:

1 – “Falando sob um contexto macroeconômico, vislumbro um Brasil voltado para uma agenda de ajustes nos fundamentos com vistas para a retomada do crescimento sustentável, uma vez que o Governo anteriormente dispunha dos ferramentais necessários para alcançar tal objetivo, mas simplesmente ignorou indicadores que mostravam claramente um declínio na atividade como um todo. A chamada ‘Nova Matriz Econômica’ não deu certo e o Governo custou a assumir o erro, ignorando o impacto de suas ações ao longo da cadeia produtiva e preocupando-se apenas em alavancar o consumo interno, negligenciando o fato de que a inflação batia à porta.

Enxergo um 2015 pior do que 2014 em diversos aspectos, tais como: juros mais altos, inflação acima do teto da meta, aperto fiscal significativo visando equilibrar as contas e queda no investimento em geral. Para o segmento de Oil&Gas e Naval, vislumbro grandes mudanças nas relações de mercado entre Operadoras, EPCistas e cadeia de fornecedores, pois veremos uma Petrobrás ridicularizada por escândalos de corrupção, voltada muito mais para o acréscimo de produção de barris/dia, com pouca ou nenhuma preocupação com os índices já pífios de Conteúdo Local e seu impacto na cadeia de fornecedores. Os afretamentos serão o grande negócio da Petrobrás, que vê neste modelo uma ferramenta necessária para acelerar sua curva de produção com custos mais baixos. Esse movimento terá impacto também nos projetos de construção de embarcações de apoio e módulos, afetando os estaleiros locais e quebrando o círculo virtuoso que havia se criado em torno dos APLs na costa brasileira. É uma pena que tenhamos chegado nesta situação, mas acredito que com as medidas de ajuste adotadas pelo Governo e um pouco menos de noticiário voltado para a corrupção, podemos mudar o rumo do Brasil para 2016.”

2 – “Precisamos retomar o caminho do crescimento sustentável, com uma política econômica clara, sem mudanças de última hora e que possa trazer a confiança de volta. O retorno da responsabilidade com as contas públicas já é um passo no sentido da solução dos nossos problemas, mas precisamos ainda resolver a questão do câmbio, que hoje está artificialmente mantido nos níveis atuais. Todas as outras economias emergentes desvalorizaram sua moeda para poder competir e obter ganhos com aumento de exportações. Precisamos entrar nesta guerra em igualdade de condições. Vale efetivamente começar com uma reforma trabalhista, que flexibilize as relações de trabalho, pois apenas com esta iniciativa daríamos maior produtividade à indústria, que hoje está extremamente fragilizada e precisa de ajuda. Acabar com os regimes de exceção, pois no Brasil hoje temos algo como 43 regimes especiais de tributação e isso é impraticável! Nenhuma indústria que se preze consegue competir com entrantes de outros países lutando contra: câmbio desvalorizado, menor carga tributária, subsídios para exportação e grandes concessões do governo para importação sem impostos. Reformas essenciais são necessárias também na área tributária, pois não é possível que tenhamos a atual estrutura de cobrança de tributos, sem sequer vislumbrarmos o retorno que possa viabilizar o investimento em infraestrutura. Precisamos de uma Política Industrial que possibilite à indústria competir em pé de igualdade com os novos entrantes, pois criou-se o estigma de que a indústria brasileira é ‘cara’, mas se compararmos as condições dos países industrializados atuais e os emergentes, temos apenas mais impostos, menor flexibilidade nas relações capital-trabalho e grandes problemas na gestão do câmbio flutuante. Somando-se tudo isso, dá-se o nome de ‘Custo-Brasil’ e alguns ilustres chegam a dizer que irão cumprir conteúdo local sim, mas desde que com bases competitivas e com preços de mercado internacional. Isso é de certa forma leviano e mostra pouco conhecimento do mercado.”

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Heloisa AmadoAry Bastos Recent comment authors
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Ary Bastos
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UM DESTINO LAMENTÁVEL E INEVITÁVEL • https://www.facebook.com/OileGas/photos/a.370747892965110.83991.367832486589984/865277210178840/?type=1&theater O corporativismo e a falta de bom senso dos gestores vai conduzir a Petrobras a dois destinos inevitáveis. A insolvência e a privatização. A história mundial prova que a corrupção é um caminho fértil para a concretização de cenários lastimáveis. AS EMPRESAS BRASILEIRAS QUE DECRETARAM FALÊNCIA NA DÉCADA • Má gestão, fraudes e mudanças conjunturais fizeram com que empresas e instituições fechassem suas portas nos últimos anos. • http://ultimosegundo.ig.com.br/retrospectiva2000a2010/as+empresas+brasileiras+que+decretaram+falencia+na+decada/n1237881608736.html HÁ QUATRO FATORES BÁSICOS QUE RESPONDEM POR ESSES TROPEÇOS CORPORATIVOS: • Muitas empresas escoram seus negócios em valores virtuais ou fictícios, isto é, no… Read more »

Heloisa Amado
Visitante

O ano de 2015 passou e lendo agora este texto sobre as previsões para 2015 , vejo como os autores foram acertivos, infelizmente !!!Não revertemos nosso quadro de falencia. Se conseguirem juntar este grupo gostaria de ver as previsões para 2016 !!