OBRAS NA UNIDADE DE ARMAZENAMENTO DE COMBUSTÍVEL NUCLEAR DE ANGRA ENTRAM EM MESES DECISIVOS
A Eletronuclear participou hoje (30) de um webinar internacional para apresentar aos investidores estrangeiros os seus principais projetos para este ano e os próximos. Um dos destaques da apresentação foi o projeto de construção da Unidade de Armazenamento a Seco (UAS), que entrará nos próximos meses em uma fase decisiva. O empreendimento, como se sabe, será uma solução temporária para a empresa armazenar em segurança o combustível nuclear já usado nas usinas Angra 1 e Angra 2.
“Nós teremos sete meses críticos daqui em diante”, disse o superintendente de Engenharia de Projeto da Eletronuclear, Lúcio Ferrari. Em sua apresentação sobre a UAS, o executivo disse que os próximos passos agora serão a conclusão das obras civis da unidade até o final deste ano. A transferência dos combustíveis usados de Angra 2 começará em março de 2021. Já os combustíveis de Angra 1 serão movidos um pouco mais tarde – julho do ano que vem.
O presidente da Eletronuclear, Leonam Guimarães (foto à direita), que também participou do evento, lembrou que a capacidade máxima da piscina de Angra 1 será alcançada em junho de 2022, enquanto que a de Angra 2 está prevista para agosto de 2021. A UAS receberá os elementos combustíveis irradiados das usinas Angra 1 e Angra 2, que hoje são depositados nessas piscinas.
Guimarães apresentou ainda detalhes de outros focos da empresa, como a cultura de segurança, melhorias na performance de Angra 1 e Angra 2, fortalecimento da governança corporativa, entre outros. Além disso, o coordenador da diretoria técnica da Eletronuclear, José Augusto Amaral, fez uma apresentação sobre outro ponto importante para a empresa – a extensão da vida útil de Angra 1 até 2044. A licença atual da planta expira em 2024.
Além dos projetos da Eletronuclear, o webinar ainda tratou do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), um empreendimento com papel social considerado fundamental para a vida dos brasileiros. Com ele, o Brasil terá autonomia na produção de radioisótopos – que são usados como insumo em procedimentos de medicina nuclear. Hoje, boa parte desses produtos é importada.
“A medicina nuclear no Brasil tem aproximadamente 2 milhões de procedimentos por ano. E nós temos 220 milhões de habitantes. Então, o uso per capita da medicina nuclear no país não é tão alto como nós vemos em outros países”, lamentou o coordenador técnico do RMB, José Augusto de Perrota. Com a entrada em operação do reator, a expectativa é ao menos dobrar em alguns anos a oferta de radioisótopos no país. Atualmente, o empreendimento encontra-se na fase de licenciamento nuclear e detalhamento de engenharia.
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