OBRAS PARA LIGAR RORAIMA AO SISTEMA INTERLIGADO NACIONAL DEVEM SER CONCLUÍDAS EM SETEMBRO DE 2025

O governo assinou a ordem de serviço para conectar Roraima ao Sistema Interligado Nacional (SIN). O ato de assinatura aconteceu hoje (4) em Parintins (AM), com a participação do presidente Lula e do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, durante o evento de relançamento do Programa Luz para Todos. Ao todo, serão investidos R$ 2,6 bilhões nas obras do trecho Manaus-Boa Vista do Linhão de Tucuruí. Com a conexão, será possível substituir as usinas termelétricas usadas atualmente para alimentar Roraima. A expectativa é de que sejam gerados mais de 11 mil empregos diretos e indiretos com as obras, que deverão ser concluídas em setembro de 2025.

Atualmente, Roraima é o único estado brasileiro que está  isolado do sistema. Hoje, moradores de Boa Vista e cidades vizinhas dependem de usinas termelétricas movidas a óleo diesel, gás natural, biomassa e uma pequena central hidrelétrica para suprir suas necessidades de energia elétrica. A linha de transmissão que será destinada a Boa Vista é uma extensão do sistema que atravessa boa parte dos estados do Pará e Amazonas, possibilitando o fornecimento de energia elétrica a essa região.

Ainda durante o evento de hoje, Lula e Silveira inauguraram a ligação das cidades de Parintins, (AM), Itacoatiara (AM) e Juruti (PA) ao SIN, por meio do Linhão de Tucuruí. Antes da interligação, as cidades dependiam exclusivamente de uma usina termelétrica movida a óleo diesel, que consumia aproximadamente 45 milhões de litros desse combustível a cada ano.

Novo trecho do Linhão de Tucuruí (em verde claro) vai ligar Manaus a Roraima

A ligação de Paritins ao SIN marca o lançamento do programa Energias da Amazônia, cujo objetivo é garantir a qualidade, segurança do suprimento de energia elétrica para população da região; e reduzir a geração a partir de óleo diesel e a emissão de CO2. “Estão previstos cerca de R$ 5 bilhões em investimentos. Além disso, o programa irá melhorar a qualidade e segurança do suprimento de energia para as comunidades da região e reduzir os gastos do Conta Consumo de Combustíveis (CCC), desonerando o consumidor brasileiro”, destacou Alexandre Silveira.

O projeto de interligação envolveu a construção de torres com mais de 250 metros de altura, incluindo a implantação em áreas alagadas, o que demandou o uso de fundações especiais e um planejamento cuidadoso dos períodos de cheia e vazante do rio. Ao todo, foram construídos 3,8 quilômetros de travessia do Rio Amazonas e 4,5 quilômetros de travessia de canais em Parintins para viabilizar a interligação. As linhas têm um total de 480 km de extensão – sendo 3,8 km de travessia do Rio Amazonas e 4,5 km de travessia de canais em Parintins – partindo de Oriximiná (PA), que também interliga o município de Juruti (PA).

INTEGRAÇÃO ENERGÉTICA COM OUTROS PAÍSES DA AMÉRICA LATINA, INCLUSIVE A VENEZUELA

O governo também aproveitou o evento desta sexta-feira para assinar um decreto que as possibilidades de intercâmbio de energia elétrica com países que fazem fronteira com o Brasil. A proposta prevê modificações nas atribuições do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE).

Com a alteração, o CMSE será responsável por analisar as propostas de importação apresentadas, tendo a competência de deliberar sobre o preço, volume e possíveis diretrizes adicionais relacionadas à importação. Dessa forma, o comitê avaliará os benefícios econômicos da importação e garantirá a preservação da segurança energética do sistema atendido antes de tomar qualquer decisão. O decreto inclui, ainda, como competência do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), definir orientações para o estabelecimento de políticas nacionais de integração do sistema elétrico e de integração eletroenergética com outros países.

Hoje, o Brasil realiza intercâmbios internacionais de energia elétrica com a Argentina e com o Uruguai, além do Paraguai. Silveira explicou que o novo decreto “permitirá realizar contratos para a trazer energia limpa e renovável da Venezuela, da usina [hidrelétrica] de Guri, que volta a ter um papel importante para garantir energia barata e sustentável para Roraima e para o Brasil”.

Por fim, o governo anunciou também durante o evento a retomada do programa “Luz para Todos” que, nesta nova fase, irá beneficiar mais de 350 mil famílias brasileiras, podendo  chegar a 500 mil até 2026, levando energia elétrica à população rural em especial no Norte do país e em regiões remotas da Amazônia Legal.