OCEÂNICA COMPLETA 15 ANOS COM NOVA ESTRATÉGIA PARA ÓLEO E GÁS E MIRANDO EM ATIVIDADES DE DESCOMISSIONAMENTO
Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –
A empresa Oceânica está comemorando em 2019 os seus 15 anos de existência, com um extenso currículo de atuação dentro do mercado de óleo e gás. Neste momento de celebração, a companhia também traça como será o seu futuro neste setor. O gerente comercial de novos negócios da Oceânica, Afonso Cabrera, conta que devido às alterações no mercado, a empresa modificou o seu foco. “O setor de petróleo tem passado por mudanças significativas, principalmente pela escolha da Petrobrás de afretar uma série de unidades ao invés de fabricá-las no país. Isso faz com que nossa atuação saia da parte de projetos e construção para a área de melhoria de eficiência operacional”, detalhou. A Oceânica também tem atuado bastante no segmento de terminais e portos. A companhia ainda se prepara para o lançamento – como produto de prateleira – de um sistema de monitoramento de embarcações e está de olho nas oportunidades que surgirão com o descomissionamento de plataformas. “Conseguimos atender plenamente a área de engenharia para essas atividades de descomissionamento. Começando pelas plataformas de Cação, temos a intenção de trabalhar no descomissionamento dessas unidades”, revelou Cabrera.
Como está a atuação da empresa no setor de óleo e gás atualmente?
No começo da existência da Oceânica, a atuação era principalmente em algumas atividades técnicas bem específicas na área de plataformas de petróleo. Com o tempo, isso foi evoluindo e a abrangência ficou muito maior. Por exemplo, participamos de todos os projetos das FPSOs, desde o início da existência da empresa. Todos os projetos de replicantes e cessão onerosa. Atualmente, não temos mais FPSOs em construção no Brasil. Então, a situação mudou um pouco.
Temos, recentemente, principalmente na área de gás, uma série de projetos de terminais de gás para geração de energia. Atualmente, nossa atuação em óleo e gás está neste setor. Ainda temos alguma atividade na área de plataformas de produção e perfuração, só que diminuiu bastante.
Outra área onde estamos trabalhando bastante é a de portos e terminais. Temos um centro de simulação aqui em São Paulo, em cooperação com um laboratório holandês chamado Marin (Maritme Research Institute Netherlands). Boa parte das nossas atividades estão sendo feitas neste laboratório, com esse simulador que temos aqui, que é no estado da arte da simulação náutica. Ele é usado para treinamentos e projetos de portos e terminais.
Gostaria que o senhor detalhasse os projetos na área de gás que foram mencionados anteriormente.
Recentemente, trabalhamos em um projeto bastante inovador. É um projeto para Sergipe, o primeiro que tem o sistema de ancoragem Soft Yoke. Isso corrobora um pouco com nosso histórico de inovação, sempre trabalhando com projetos, por vezes, sendo feitos pela primeira vez.
Além desse projeto, temos trabalhando bastante em estudos de locação e viabilidade técnico-econômica para outros terminais de gás. É o que vemos que irá acontecer bastante para os próximos tempos. Inclusive, entidades como a Sobena [Sociedade Brasileira de Engenharia Naval] já pensam em eventos para fomentar as conversas sobre esse assunto aqui no Brasil.
Como a empresa pretende expandir sua atuação no setor de petróleo e gás?
O setor de petróleo tem passado por mudanças significativas, principalmente pela escolha da Petrobrás de afretar uma série de unidades ao invés de fabricá-las no país. Isso faz com que nossa atuação saia da parte de projetos e construção para a área de melhoria de eficiência operacional. Essa é a principal mudança quando se tem essa alteração de unidades próprias para unidades afretadas. Ou seja, nossas atividades saem da parte de projeto e vão para a parte de operação.
Existem grandes players na área de gás que são os proprietários das unidades de regaseificação. Eles costumam ser acionistas dos projetos. Temos uma proximidade com eles e costumamos nos envolver nos projetos desde o estudo de locação e viabilidade técnica-econômica. Essa é a forma que a Oceânica atua: desde a concepção do master planing até a operação. A Oceânica também tem produtos para gestão de terminais que se incluem nesses terminais de gás.
Por exemplo, temos sistemas de gestão que podem ser usados para esses terminais de gás. Então, somos envolvidos nos projetos desde as primeiras conversas e permanecemos neles durante a operação também. Entendemos que, ao nos envolvermos em todas as etapas, a nossa empresa consegue ter mais participação nesse tipo de projeto.
Há ainda outro assunto importante, que é o descomissionamento de plataformas, que está começando a acontecer aqui no Brasil.
Como a empresa pode atuar dentro deste tipo de atividade?
Com o início das atividades de descomissionamento de plataformas e sistemas subsea, principalmente no Nordeste do Brasil, a Oceânica se preparou ao longo do tempo para atender essa demanda, com software e capacitação de pessoal. Conseguimos atender plenamente a área de engenharia para essas atividades de descomissionamento. Começando pelas plataformas de Cação, temos a intenção de trabalhar nas atividades de descomissionamento dessas plataformas.
Vocês participaram recentemente da OTC Houston. A partir disso, queria que falasse sobre a perspectiva com o mercado de óleo e gás.
Este mercado está com uma retomada em outro formato, diferente do que existia até pouco tempo. Isso retoma o que falamos agora há pouco sobre a mudança dos contratos [dos FPSOs] para afretamento. Isso faz com que a atuação de empresas, como a nossa, mude um pouco para a parte de operação. Estamos nos adaptando para isso e trabalhando para conseguir participar desses projetos.
O mercado de óleo em gás continua sendo muito grande. O Brasil não para de crescer neste setor. Existe uma certa mudança, porque a participação das empresas brasileiras saiu um pouco do projeto e construção de plataformas para a atuação em terminais de gás e na operação de plataformas. Todo mundo tem se adaptado a essa nova matriz. Mas, o espaço ainda existe.
E quais serão as próximas novidades da Oceânica?
Nós temos um produto muito forte que já está em operação e que tem sido formatado ao longo dos anos. Ele deve ser lançado como produto de prateleira. Se chama Fleet Master e serve para o monitoramento de embarcações. Tem uma aplicação muito grande, principalmente para navegação interior. É um sistema que pode monitorar uma série de sinais diferentes, desde a posição até o consumo de combustível.
O consumo de combustível corresponde a 50% dos custos das empresas de navegação. Um sistema como o nosso aumenta bruscamente a eficiência operacional para as empresas. Temos apostado bastante nesses produtos relacionados à operação. Então, um bom exemplo é esse sistema.
A empresa está comemorando 15 anos. O que pode nos falar sobre esse momento especial da Oceânica?
É um momento muito feliz para todo mundo. Apesar do inverno rigoroso que passamos agora, vemos que o futuro é promissor. Continuamos ampliando nossa área de atuação e estamos muito felizes com o resultado desses 15 anos de trabalho.
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