OCYAN ENTROU EM 2025 COM FOCO EM POSSÍVEIS INVESTIMENTOS, NOVOS CONTRATOS E DIVERSIFICAÇÃO
A série especial de entrevistas Perspectivas 2025 abre espaço nesta quinta-feira (9) para a Ocyan, empresa que passou por um ano de mudanças em 2024 e entrou em 2025 com muitos planos para novos investimentos e negócios. Nosso entrevistado de hoje é o CEO da companhia, Luiz Reis, que traz um relato detalhado do planejamento para o futuro. Segundo ele, a empresa quer aproveitar as oportunidades de crescimento em seus três principais negócios. Para a unidade de Serviços, o foco está na ampliação da atuação em contratos privados e em fabricação de equipamentos especiais. “Em função desses objetivos, estamos estudando aumentar a capacidade fabril da nossa Base de Manutenção e Serviços Offshore em Macaé”, revelou. Já na área de Construção Submarina, a ideia é firmar novos negócios tanto com a Petrobrás quanto com as petroleiras internacionais que operam no país. Enquanto isso, no segmento de Produção Offshore, no qual opera plataformas por meio da joint venture Altera&Ocyan, a companhia quer explorar novos modelos de contratos, como o BOT. Por fim, o CEO da Ocyan revela que a empresa também estuda entrar no mercado onshore, bem como mapeia oportunidades em descomissionamento.
Como foi o ano de 2024 para sua empresa e seu segmento de atuação?
Foi um ano muito importante, com mudança de controladores da Ocyan, processo que já estava em andamento de forma planejada e era esperado. Esse movimento representou um novo momento para a companhia e nos trouxe robustez financeira e comercial. É o alicerce que vamos aproveitar para o crescimento da empresa. A indústria de óleo e gás viveu em 2024 um cenário de aquecimento vigoroso, se aproximando do recorde de atividade de 2014. A expansão do setor de óleo e gás no Brasil representou não apenas um significativo impulso econômico, mas também ofereceu desafios e oportunidades únicas para investidores e empresas envolvidas.
Se fosse consultado, quais seriam suas sugestões para melhorar o ambiente de negócios no seu setor?
O valor e a disponibilidade do capital, as garantias pedidas, as condições contratuais, tudo transforma os projetos de óleo e gás cada vez mais desafiadores. Portanto, uma sugestão é que, para as empresas prestadoras de serviços não serem sobrecarregadas, a alocação de riscos dos projetos seja feita de forma balanceada.
Outro ponto é a questão da visibilidade e continuidade das demandas das oil companies de modo que as empresas possam fazer investimentos, inclusive em atração e capacitação de mão de obra, de forma segura.
A seu ver, de que forma os recentes acontecimentos no cenário político internacional podem influenciar os negócios no Brasil?
Desde o início da guerra na Ucrânia, o mercado, o negócio como um todo, está mais caro. Os preços de muitos ativos inflacionaram, seja mão de obra, matéria-prima, produtos acabados. Nos últimos anos, a inflação nos EUA chegou a patamares que não víamos há muito tempo. Por outro lado, vislumbramos grande potencial de crescimento em diferentes frentes de negócios. Na área de manutenção e serviços offshore, a pandemia gerou um backlog (atraso) no mercado de manutenção. Esse backlog tem efeito direto nos programas de integridades das unidades e é prioridade para os operadores, que a cada dia têm sua frota mais velha. O mercado de manutenção é um mercado pujante e quanto mais o tempo passa, mais há necessidade e demanda. Cenário bastante parecido com o mercado de descomissionamento. Nesta área, encerramos o projeto EPRD (sigla em inglês para engenharia, preparação, remoção e descarte), e entendemos que outros deverão ocorrer na sequência. É um nicho de mercado onde a Ocyan se encaixa perfeitamente e não temos concorrência das grandes empresas internacionais.
Quais são as perspectivas de sua empresa para 2025?
Para a unidade de Serviços, um dos principais objetivos é a ampliação da atuação da empresa em contratos privados e em fabricação de equipamentos especiais, pensando na diversificação de receitas. Em função desses objetivos, estamos estudando aumentar a capacidade fabril da nossa Base de Manutenção e Serviços Offshore em Macaé. Uma outra possibilidade, ainda em avaliação, é fortalecer o relacionamento com o Porto do Açu, uma parceria estratégica que pode trazer muitos benefícios logísticos e operacionais, mas que deve ser avaliada caso a caso de modo que faça sentido para a Ocyan e para o Porto do Açu. Na área de Construção Submarina, a empresa está focada em assegurar contratos com IOCs (International Oil Companies) e com a Petrobras, focado em projetos brownfield e de descomissionamento. Um dos objetivos da Ocyan é voltar a realizar projetos EPRD que também podem trazer retornos financeiros significativos.
Para a unidade de Produção Offshore, estamos empenhados em manter os nossos níveis de performance nas operações da joint venture Altera&Ocyan e explorar novos modelos de contrato, como o BOT, que podem proporcionar mais flexibilidade e oportunidades de mitigação de riscos. Outro foco é replicar contratos de O&M (Operação e Manutenção), que têm se mostrado eficazes, como o de Papa Terra. Queremos trabalhar com projetos de riscos controlados e estamos dispostos a participar em licitações da Petrobras, desde que os contratos ofereçam condições vantajosas.
Qual é o cenário para novos negócios da Ocyan?
A Ocyan permanecerá focada na segurança e performance operacional dos atuais contratos e com grande atenção a oportunidades de crescimento de seus três principais negócios: serviços, subsea e produção offshore.
Estudamos também a possibilidade de entrada no mercado onshore de forma seletiva e igualmente de internacionalização no caso de surgir alguma oportunidade estratégica que faça sentido para o momento da empresa.
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