ODDONE ACHA QUE PELA PRIMEIRA VEZ HÁ UMA ABERTURA DE MERCADO DE GÁS COM POSSIBILIDADE DE DESENVOLVIMENTO
Dentro do nosso projeto de ouvir personalidades brasileiras que, de alguma forma, influenciam a política econômica do país, convidamos o presidente da Agência Nacional de Petróleo (ANP), Décio Oddone para que ele colocasse suas opiniões sobre como será o futuro do Brasil no ano que vem. O nosso outro convidado é o atual presidente da ABEMI, Nelson Romano. A ABEMI reúne as principais empresas da engenharia brasileira e tem uma papel histórico no desenvolvimento do país em seus mais de 50 anos de fundação. Vamos saber primeiramente as opiniões de Décio Oddone sobre as Perspectivas 2018:
1- Como analisa os acontecimentos de 2017 em seu setor?
– “O ano de 2017 marcou a retomada do setor de petróleo e gás no Brasil. Foram realizadas quatro Rodadas de Licitações com áreas que apresentam diferentes perfis de risco para atrair empresas com interesses distintos. A 14ª Rodada teve a maior arrecadação com bônus de assinatura da história dos leilões de concessão, superior a R$ 3,8 bilhões. As duas rodadas de partilha arrecadaram ao todo R$ 6,15 bilhões em bônus de assinatura e tiveram ágio de 260,98% (segunda) e de 202,18% (terceira) em oferta de excedente em óleo.
Neste ano houve uma série de aprimoramentos regulatórios importantes, foi definido um calendário de rodadas e outras medidas para destravar investimentos. Pela primeira vez há uma abertura efetiva do mercado de gás natural, a criação de um mercado competitivo, aberto e diversificado no abastecimento e a possibilidade de desenvolvimento de uma cadeia de fornecedores e serviços diversificada e competitiva.”
2- Quais seriam as soluções para os problemas que o país atravessa?
– “O setor de petróleo e gás brasileiro atravessava a maior crise da história e 2017 foi o ano que marcou sua retomada. Se as grandes mudanças regulatórias já foram praticamente todas feitas, agora começa o desafio de aprimorar e tornar ainda mais atrativo o investimento no Brasil.
O desenvolvimento de novos campos de petróleo e gás natural terá impactos relevantes na indústria de serviços e suprimentos no Brasil nos próximos anos. Essas atividades irão demandar a contratação de bens e serviços e investimentos em infraestrutura, ampliar o conhecimento geológico das bacias sedimentares brasileiras e estimular o desenvolvimento tecnológico.”
3- Quais as perspectivas para 2018? Pessimistas ou otimistas?
– “ As perspectivas são boas. Em 2018 haverá a 15ª Rodada de Licitações, a 4ª Rodada de Partilha e a oferta permanente de áreas. Na área de E&P, além dos leilões, a prioridade é a retomada dos investimentos nos campos maduros, especialmente na Bacia de Campos. Iremos trabalhar também na modernização da gestão da agência e da regulação aplicável aos setores de gás natural e downstream, dando continuidade ao trabalho de aperfeiçoamento do ambiente regulatório.”
Vamos saber agora as opiniões do Presidente da ABEMI, Nelson Romano:
1- Como analisa os acontecimentos de 2017 em seu setor?
– “O ano de 2017 embora não tenha sido bom, apresentou uma inversão na tendência de 2016 com uma melhora no ambiente de negócios embora ainda distante de 2014/2015.”
2-Quais seriam as soluções para os problemas que o país atravessa?
-“ Não existe outra solução para o país que não seja prosseguir com as reformas propostas pelo governo. Ultrapassamos em parte a trabalhista que já viabilizará a criação de novos empregos e melhora o ambiente de trabalho, precisamos agora da previdenciária que é vital, a tributária e a política.
3- Quais as perspectivas para 2018? Pessimistas ou otimistas?
– “ Trabalhamos com uma perspectiva mais otimista para 2018 com uma inflação controlada e uma taxa de juros que alivia o governo de dar subsídios ao BNDES.”
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