ODEBRECHT AVALIA VENDER FATIA DA BRASKEM PARA RENEGOCIAR DÍVIDA COM BANCOS CREDORES
Com turbulências cada vez mais fortes, o momento é de poucas opções. Assim está o cenário para o grupo Odebrecht, que vem negociando a dívida de suas subsidiárias com bancos credores e avalia hoje vender sua participação na Braskem, a galinha dos ovos de ouro que é responsável por metade das receitas da empreiteira. Para renegociar o endividamento de mais de R$ 10 bilhões da Agroindustrial, que se encontra à beira de uma recuperação judicial, o grupo vem sendo pressionado a usar suas ações na empresa petroquímica como garantia de acordo, o que estenderia o prazo para pagamento dos encargos.
Parece não haver solução fácil para a construtora, que vive um revés tanto na indústria quanto na Justiça. Atualmente em busca de um novo presidente para ocupar o cargo deixado por Marcelo Odebrecht, condenado a 19 anos de prisão na Operação Lava-Jato, a companhia avalia repassar os ativos da Braskem como forma de retomar a confiança do mercado.
Além disso, a mudança deve ajudar a aliviar a dívida acumulada do grupo no Brasil e no exterior, que já somam R$ 98 bilhões. Hoje, a subsidiária petroquímica representa aproximadamente a metade dos R$ 100 bilhões de receita do grupo Odebrecht. Caso um acordo para venda das ações seja fechado, uma fatia dos ativos passará a ser controlado pelos bancos Bradesco, Itaú, Santander e Banco do Brasil.
Em todas as frentes, parece não haver dúvidas de que a Braskem passará por mudanças em breve. Detentora de 36% de participação na empresa, a Petrobrás anunciou no início deste ano que irá vender seus ativos na petroquímica, avaliados hoje em torno de R$ 5,8 bilhões. A estatal já teria contratado o Bradesco como consultor financeiro para prestar auxílio na busca por potenciais compradores. Entre os investidores sondados estariam grande grupos internacionais, como a canadense Brookfield.
Os resultados financeiros da Braskem são atrativos e vêm crescendo ao longo dos últimos meses, acompanhados de uma expansão produtiva. No terceiro trimestre de 2015, a empresa obteve um lucro líquido de R$ 1,482 bilhão, valor mais que seis vezes superior ao registrado no mesmo período de 2014.
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