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ODEBRECHT ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO DETALHAM COMO TECNOLOGIA BIM AJUDOU NA OBRA DE NOVO RESERVATÓRIO DA CEDAE

Captura de tela 2025-09-26 214243O projeto de construção do reservatório Novo Marapicu e cinco quilômetros de tubulações, parte do sistema de produção de água Novo Guandu, uma obra da Companhia Estadual de Águas do Rio de Janeiro (CEDAE), vital para aumento da oferta de água potável para mais de três milhões de pessoas na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro, tornou-se um estudo de caso exemplar da aplicação bem-sucedida da metodologia BIM (Building Information Modeling) para otimizar a execução, planejamento e gestão da obraA obra foi executada pela Odebrecht Construção e Engenharia.

Leonardo Barbosa, Wagner Viana, Tamires Dias, Aaron Farah, Valber Silva e Victória Santos são colaboradores da construtora e integrantes do projeto. Eles detalharam os benefícios tangíveis e os processos inovadores implementados, demonstrando como a manutenção de uma cultura digital gerou ganhos expressivos de produtividade, mitigou riscos e, crucialmente, provou ser um investimento altamente rentável, consolidando um novo paradigma para obras de saneamento no Brasil.

A implementação da metodologia BIM no projeto, teve como ponto de partida a elaboração de um Plano de Execução BIM (BEP). Este plano, desenvolvido em colaboração entre a construtora e o cliente (CEDAE), com a consultoria FF Solutions, forneceu diretrizes claras e organizadas para toda a equipe, desde a concepção até a manutenção do ativo. Ele definiu a utilização das ferramentas do pacote AEC Collection (como Autodesk Revit, Civil 3D e Navisworks), o uso da plataforma Autodesk Docs, estabeleceu os níveis de detalhe (LOD) e os fluxos de trabalho para todas as equipes envolvidas”, explicou Leonardo Barbosa.

sistema-reservatorio-novo-marapicu-5-foto-cedae-1024x643O fluxo de comunicação e validação dos documentos entre a construtora, projetistas e o cliente (CEDAE), foi centralizada em um Ambiente Comum de Dados (CDE), utilizando a plataforma Autodesk Docs. Esse ambiente permitiu que a interação fosse mais fluída, possibilitando realizar validações de qualidade, verificação de interferências e criação de comentários de análise (problemas / issues).  Após a aprovação do cliente (CEDAE), os documentos são liberados para obra.

Outro ponto crucial foi a realização da Captura da Realidade por meio de drones, de modo a garantir que os modelos digitais refletissem fielmente a realidade do canteiro.  O levantamento topográfico inicial gerou uma ortofoto, um Modelo Digital do Terreno (MDT) e uma nuvem de pontos da área. Ao sobrepor a nuvem gerada com os modelos do projeto executivo, permitiu a identificação precoce de interferências e a otimização do projeto de forma rápida e eficiente em comparação com as metodologias tradicionais. Além disso, o setor de medições do cliente utiliza dados extraídos de aerofotogrametrias periódicas, por meio da nuvem de pontos, para garantir a precisão e a atualização constante das informações do projeto.

A partir dos modelos 3D, feitos nas ferramentas Autodesk Revit e Civil 3D, realizou-se a coordenação interdisciplinar dos projetos e a extração de quantitativos para avaliações de custo e planejamento, demonstrando a eficiência do uso de softwares BIM para essas atividades. Ademais, foi possível analisar e gerar relatórios detalhados dos modelos, facilitando na identificação da necessidade de melhorias e ajustes”, acrescentou Wagner Viana.

Já Tamires Dias destacou que ao integrar o cronograma do projeto ao modelo, foi viável simular a construção e visualizar a sequência de atividade ao longo do tempo. “Isso facilita o planejamento e o acompanhamento da obra, prevendo possíveis problemas e otimizando a execução das tarefas.  Para aprimorar a precisão do modelo 4D, incorpora o modelo ‘As Built’ (como construído) para comparar o planejamento inicial com a realidade da construção, identificando desvios e ajustando o cronograma para garantir a eficiência do projeto”, declarou.

Captura de tela 2025-09-26 214053Mensalmente, o modelo “As built” é atualizado com os elementos executados (como tubulações, superestruturas, fundações etc.), além de incorporar informações sobre interferências encontradas durante a obra, alterações de projeto e características executivas.  Essa integração entre modelo 3D, cronograma e “As Built” proporciona um controle mais preciso sobre a obra, permitindo que a equipe monitore o andamento das atividades, identifique gargalos e tome decisões mais precisas para garantir o sucesso do projeto.

A principal vantagem do BIM manifestou-se na detecção e resolução proativa de interferências. Antes que uma escavadeira tocasse o solo, a equipe já era capaz de identificar conflitos que, em uma obra tradicional, só seriam descobertos durante a execução, causando atrasos e custos imprevistos. Exemplos notáveis incluem:

    • Interferência com tubulação existente: A análise comparativa entre o modelo 3D e a nuvem de pontos revelou um deslocamento significativo de uma galeria de drenagem. A solução, um ajuste no perfil da adutora, foi projetada e validada digitalmente com três semanas de antecedência, evitando paralisações.
    • Conflito com Obra de Arte Especial (OAE): O modelo BIM identificou uma interferência crítica entre as linhas de tubulação da adutora e uma OAE executada por terceiros, cujo posicionamento real diferia do projeto original. A análise permitiu reavaliar as fundações e evitar um comprometimento da estabilidade de ambas as estruturas.
    • Relocação de Estruturas: Um desafio observado foi a transposição da tubulação da adutora sobre dois cursos hídricos. A proximidade dos blocos com as margens do córrego representava riscos de deslizamento e contaminação do curso d’água. Para garantir a segurança, preservar o meio ambiente e minimizar o impacto na comunidade, aumentou o vão da tubulação e deslocou os blocos para uma posição mais segura, tudo antes do início dos trabalhos físicos.

Captura de tela 2025-09-26 214134Esses exemplos práticos de antecipação e resolução de interferências e desafios, que em uma obra tradicional seriam fonte de grandes atrasos e custos adicionais, demonstram não apenas a eficácia técnica do BIM, mas também seu robusto retorno financeiro. Em um caso emblemático, a identificação antecipada de uma discrepância na profundidade da adutora permitiu uma solução proativa, evitando custos de paralisação e reengenharia que poderiam facilmente ultrapassar R$ 1 milhão. Ao comparar esse custo evitado com o investimento total na implementação do BIM no contrato, o projeto demonstrou um impressionante Retorno sobre o Investimento (ROI) de aproximadamente 350%, consolidando o BIM como uma ferramenta não apenas de eficiência operacional, mas de comprovada viabilidade econômica.

Para Aaron Farah, além da gestão de conflitos, a equipe inovou ao automatizar processos repetitivos. Um gargalo identificado foi a inserção manual de dados de milhares de elementos, que contempla uma quantidade superior a 1.200 estacas do muro de contraforte. Utilizando o Dynamo, uma ferramenta de programação visual, foi criada uma rotina que importava dados de planilhas (coordenadas, comprimentos, datas) e modelava as estacas automaticamente no Revit, associando todas as informações corretamente.

Essa automação liberou a equipe para atividades de análise e otimizou drasticamente o tempo de atualização do modelo “As Built” (como construído). Outra aplicação do Dynamo foi a integração com o Civil 3D para facilitar na gestão de grandes volumes de dados, permitindo a exportação para planilhas do Excel, a criação de notas de serviço e o detalhamento de desenhos ‘As Built’”, ressaltou Valber Silva.

A experiência no projeto Novo Marapicu demonstrou que a inovação tecnológica, a colaboração entre equipes e a utilização estratégica de ferramentas BIM são fatores-chave para o sucesso da obra. Apesar dos desafios, como a novidade da tecnologia para o cliente (CEDAE), e a necessidade de capacitação das equipes em um ritmo acelerado, os resultados obtidos comprovam o retorno sobre o investimento e a importância de disseminar essa cultura digital. Por fim, Victória Santos apontou que “a aplicação do BIM não apenas agilizou intervenções e evitou custos que poderiam ultrapassar R$ 1 milhão em cenários tradicionais e proporcionou um ROI de cerca de 350%, como também evidenciou a capacidade da Odebrecht de entregar projetos mais seguros, eficientes e de alta qualidade, garantindo confiança e satisfação do cliente”.

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