ODEBRECHT TEM CONTRATOS INVESTIGADOS EM AUDITORIAS DE OUTROS TRÊS PAÍSES
O cerco à Odebrecht continua a se estreitar em diversas frentes de investigação. Apenas nas últimas duas semanas, três países – Panamá, Peru e Equador – abriram auditorias em contratos da empreiteira, acusada de envolvimento em esquemas de fraudes contratuais e pagamento de propinas. A empresa, que realiza obras em 18 países, soma agora contra si um total de seis investigações formais.
No Equador, a construtora é investigada pela Controladoria Geral por supostas irregularidades em 14 contratos com o governo, em esquema que seria intermediado por funcionários públicos. Os contratos da empresa podem ser dificultados no país devido às acusações que enfrenta, de acordo com o prefeito de Quito, Mauricio Rodas. “Vamos fazer uma análise das implicações que isso possa ter a partir de um ponto de vista legal. Posso assegurar que a cidade nunca vai realizar um projeto sobre o qual paira a menor sombra de dúvida quanto à sua transparência”.
O Peru anunciou recentemente a auditoria em cerca de 15 contratos da empreiteira no país, e deu início a um intercâmbio de informações com o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU) brasileiro. A Controladoria Geral do país enviou ao Ministério Público cinco relatórios de auditorias realizadas em obras da Odebrecht nas rodovias Interoceânica Norte e Sul, em acordos que somam mais de US$ 600 milhões. O controlador peruano, Fuad Khoury Zarzar, aponta para diversas irregularidades, entre as quais estariam a concessão de obras à construtora sem o cumprimento dos devidos requisitos e questões envolvendo licitações pela Comissão de Investimento em Infraestrutura e Serviços Públicos.
No Panamá, por sua vez, a companhia é investigada pelos contratos firmados para a construção da linha 1 do metrô na capital do país. O diretor financeiro da Odebrecht Engenharia e Construção, Marco Rabello, é normal que sejam realizadas investigações. “Auditorias fazem parte do nosso negócio, e é comum que ocorram em grandes obras públicas. Mas o fato é que nossas obras são conquistadas em licitações internacionais e públicas, com a concorrência de empresas de várias nacionalidades. São contratos transparentes e regidos por nosso código de conduta e regras de compliance”, afirmou o executivo.
A empreiteira diz desconhecer qualquer declaração oficial da Controladoria Geral do Equador acerca de superfaturamento ou falsificação de documentos. Quantos aos contratos estabelecidos no Peru, a empresa afirma que cumpriu todos os procedimentos e requisitos firmados por lei no país. As investigações no Panamá já teriam se encerrado, afirma a Odebrecht, mas ainda não foram divulgados os resultados das análises.
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