OEC ENTRA COM PEDIDO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL COM DÍVIDA DE US$ 4,6 BILHÕES E NEGOCIA APORTE DE R$ 650 MILHÕES
A Odebrecht Engenharia e Construção (OEC) anunciou hoje (27) que vai entrar com um pedido de recuperação judicial e renegociar dívidas de US$ 4,6 bilhões. A empresa disse que a iniciativa visa permitir o equacionamento da dívida e, ao mesmo tempo, incrementa seu fluxo de caixa dentro de um contexto favorável de retomada dos investimentos no setor de infraestrutura e construção pesada. A reestruturação será restrita à esfera brasileira e não afetará a rotina operacional dos contratos em curso ou a execução de novos.
“A prolongada crise financeira, aliada à redução nos investimentos de infraestrutura de 2016 a 2022, junto à elevada alavancagem do setor de construção pesada, que enfrentou um longo período de restrição de oferta de financiamento, são fatores que levaram a empresa a buscar uma alternativa que trouxesse sustentabilidade para sua operação, renovando os compromissos com seus credores, fornecedores e outras partes relacionadas”, justificou a companhia.
Segundo a OEC, a decisão foi negociada com seus maiores credores financeiros e ocorre no âmbito de uma reorganização financeira que exige um financiamento previsto na lei de recuperação judicial, chamado de debtor in possession (DIP). Trata-se de um aporte de caixa que ocorre num ambiente protegido sob supervisão judicial. O financiamento em negociação pode chegar a R$ 650 milhões, e será destinado para: equacionar o endividamento existente; reforçar o fluxo de caixa da OEC; e fomentar suas atividades, com a injeção de liquidez para financiar projetos, obter garantias e assegurar capital de giro para viabilizar a conquista de novos projetos.
“Esta estrutura mostrou-se como a mais apropriada para adequação dos passivos e viabilização de uma captação de novos recursos”, afirmou o presidente da OEC, Maurício Cruz Lopes (foto). “A iniciativa fortalece a OEC não apenas nos projetos em andamento e na conquista de novos, como também no atendimento a credores e fornecedores”. Já o diretor financeiro da companhia, Lucas Cive, “o foco central é reestruturar US$ 4,6 bi em passivos financeiros e operacionais, além de operações antigas dentro do mesmo grupo (intercompany)”.
Atualmente, a OEC possui 31 obras ativas, sendo 21 no Brasil e 10 no exterior, empregando mais de 15 mil profissionais diretos e indiretos, com uma carteira de projetos assinados de US$ 4,6 bilhões – número que superar os US$ 5 bilhões ainda neste ano. A empresa afirma que, de 2020 a 2023, a ampliação média anual da carteira de projetos foi de 60%, marca que será superada no exercício atual. A companhia está sendo assessorada pelo Lazard, Cleary Gottlieb, E. Munhoz Advogados, RK Partners e Stocche Forbes Advogados.
Preservarmos empregos, punição aos gestores, aos credores, à empresa? Difícil equacionar! Angu de muito caroço. Não tenho opinião formada , RJ é um instrumento legal que não sei ao certo se cumpre seus objetivos ( preservar a empresa e empregos)!