OFERTA DE AMÔNIA AZUL DEVERÁ SER ABUNDANTE ATÉ 2027 PARA ATENDER A JORNADA DE TRANSIÇÃO DA INDÚSTRIA MARÍTIMA
A amônia azul, um combustível atrativo para a indústria marítima, pode estar disponível em quantidades significativas até 2027, com potencial para um aumento significativo da produção nos anos seguintes. A previsão faz parte de um novo relatório do Maersk Mc-Kinney Moller Center for Zero Carbon Shipping. A pesquisa analisou estruturas de custos, projetos planeados, impulsionadores de mercado, políticas regionais e barreiras à expansão. A pesquisa foi realizada em colaboração com bp, CF Industries, Equinor, Sumitomo Corporation, NYK e TotalEnergies.
Segundo o estudo, a atratividade da amônia azul reside na sua capacidade de expansão rápida utilizando tecnologias existentes e nos baixos custos de produção em comparação com outros combustíveis de baixas emissões. O ano de 2030 será um marco relevante para a indústria marítima na sua jornada de descarbonização até 2050. Por isso, o setor precisa se movimentar para construir navios preparados para utilizar combustíveis de baixas emissões.
A utilização de amônia azul poderia superar as atuais limitações enfrentadas pelos combustíveis alternativos e reduzir os riscos dos investimentos em tecnologia a bordo, porque o nível de preparação tecnológica para a produção do combustível está elevado. Hoje, já estão em operação plantas convencionais de amônia com capacidade de produção de um milhão de toneladas por ano. Enquanto isso, várias plantas de amônia azul com essa capacidade estão sendo desenvolvidas, com uma grande expansão na capacidade de produção do combustível esperada nos próximos 5 a 10 anos.
Assim, se os navios puderem ser construídos prontos para a propulsão por amônia, então a amônia azul apresenta uma oportunidade para um combustível de menor custo e de escala mais rápida do que a maioria das alternativas. A amônia azul é produzida a partir do gás natural e inclui também uma etapa chamada captura e armazenamento de carbono (CCS).
Contudo, olhando para a situação atual, a disponibilidade de armazenamento de carbono terá de aumentar significativamente para permitir a produção de amoníaco azul numa escala que o torne uma opção viável de combustível para descarbonizar a indústria marítima. O Maersk Mc-Kinney Moller Center estima que serão necessárias 34 milhões de toneladas de amónia azul por ano para a indústria marítima até 2030, de movo a atingir os objetivos de descarbonização. O armazenamento de CO2 necessário também seria de aproximadamente 50 milhões de toneladas por ano.
“As nossas descobertas mostraram que se espera que a capacidade global de transporte e armazenamento de CO2 se expanda dramaticamente nos próximos anos. Como resultado, a capacidade de armazenamento de CO2 não impedirá que a disponibilidade de combustível azul satisfaça a procura prevista da indústria marítima até 2030”, destaca o relatório. Além disso, as barreiras regulamentares ao aumento do armazenamento de CO2 parecem ser superáveis à escala global, acrescentou o Maersk Mc-Kinney Moller Center for Zero Carbon Shipping.
Vários países deverão ser fundamentais para a produção de amônia azul em grande escala e já estabeleceram políticas e incentivos nacionais de apoio. Essas áreas incluem a América do Norte, o Golfo Arábico, a Noruega, a Austrália e o Sudeste Asiático. Em conclusão, com os projetos de amônia azul em curso, espera-se que cerca de oito milhões de toneladas por ano estejam disponíveis entre 2027 e 2028. Além disso, novos projetos continuam a ser anunciados regularmente.
“A taxa de desenvolvimento de mais capacidade de produção de amônia azul para além de 2030 será determinada pela rapidez com que a demanda se desenvolva. O intervalo de tempo para desenvolver novos projetos de amônia azul é normalmente de 4 a 5 anos. Portanto, a indústria naval terá de demonstrar medidas concretas para adotar o amoníaco como combustível para encorajar novas decisões de investimento na produção de combustível azul”, finalizou o relatório.
Deixe seu comentário