OGPAR ESTÁ PRESTES A DESATIVAR CAMPO DE TUBARÃO AZUL E INICIA DESCOMISSIONAMENTO DO OSX-1
Não é só para a Petrobrás que a situação está ficando mais difícil. A Óleo e Gás Participações (antiga OGX) e a OSX, depois de passarem por um maremoto financeiro até a entrada em recuperação judicial, voltam a se ver em posições delicadas. O campo de Tubarão Azul, que esteve entre as maiores decepções dos planos da ex-OGX, está chegando ao fim de seu potencial produtivo e a companhia já apresentou à ANP um plano de desativação do campo, ainda em análise pela agência. A previsão é que as atividades no campo sejam encerradas até março.
O resultado disso é um problema do tamanho de um bonde para a OSX. Ou melhor, do tamanho de um FPSO. Como o OSX-1, em operação na área e agora em fase de descomissionamento, foi feito para as condições específicas do campo de Tubarão Azul, não poderá ser realocado facilmente para outra região, gerando prejuízos contínuos. Aliás, é um problema similar ao que a companhia já tem em relação ao OSX-2, atualmente ancorado em um estaleiro na Malásia, em funcionamento, porém sem produzir nada, como apurou o Petronotícias. Fica com os motores e equipamentos operando para que não tenha problemas técnicos decorrentes da ociosidade.
O custo disso não poderá ser reavido pela OSX, que já se revirava para tentar sair da recuperação judicial, e terá mais dias complicados pela frente. A solução para as duas unidades seria a readaptação deles a outros campos, mas o processo é complexo e custoso.
O OSX-2 chegou a ser cotado para utilização no campo de Atlanta, operado pela Queiroz Galvão Exploração e Produção, em que a OGPar tem 40% de participação, mas sua readaptação custaria US$ 600 milhões, o que inviabilizou o projeto, impactado também pelo baixo preço do óleo atualmente.
A readaptação do OSX-1 seria mais simples, porém é preciso que a empresa encontre outra petroleira em busca de um FPSO com condições relativamente parecidas em seus campos, como viscosidade do óleo, profundidade de operação, relação de quantidade óleo/gás, condições de ventos e marés, entre outras.
Apesar da má notícia em relação ao campo de Tubarão Azul, a OGPar continua produzindo no campo de Tubarão Martelo, onde pretende colocar em operação três novos poços este ano. Em outubro, a produção na área girava em torno de 14,5 mil barris por dia e a companhia pretende chegar a 22 mil barris por dia no pico de produção. Como no passado as previsões do grupo foram muito acima da realidade muitas vezes, o mercado ainda se mantém cético em relação às prospecções.
O terceiro FPSO da OSX, o OSX-3, é a unidade utilizada no campo de Tubarão Martelo e a única que continua dando resultado positivo, mas já teve seu valor de afretamento renegociado no último mês, quando a taxa diária passou de US$ 250 mil para US$ 130 mil. A redução se deveu principalmente à queda do preço do barril de petróleo no mercado internacional. É o mesmo problema que deve dificultar ainda mais a readaptação e realocação dos outros dois navios-plataformas do grupo.
Deixe seu comentário