OIL STATES INVESTE EM AMPLIAÇÃO DE SUA BASE EM MACAÉ PARA FABRICAR PRODUTOS VOLTADOS AO MERCADO SUBSEA
A feira ROG.e 2024 entra hoje (26) em seu terceiro dia e já é considerada um marco na indústria de óleo e gás. Nos corredores, entre uma conversa e outra, o que se ouve é que o evento está significativamente maior em comparação com a edição anterior, de 2022. Esse crescimento sinaliza o aquecimento do setor petrolífero e aponta para um horizonte promissor de novos negócios. Uma das empresas que já mapeou essa tendência é a americana Oil States, que planeja expandir ainda mais sua presença no Brasil nos próximos anos. Em entrevista ao Petronotícias, o CEO da empresa no país, Marcio Robles (foto), revelou planos para a expansão da base em Macaé (RJ), que passará a fabricar uma linha de conectores para árvores de natal e subsea. A nova planta deverá ficar pronta dentro de dois anos. O executivo também destacou o desejo da Oil States de abrir uma unidade no Nordeste, provavelmente na Bahia, para atender ao segmento onshore. “Estamos bastante otimistas com o atual momento do mercado de petróleo. Há muitos projetos offshore, principalmente da Petrobras e das grandes operadoras. Além disso, há muita atividade das empresas nacionais, como a 3R e a Brava Energia. O setor onshore também está crescendo em um ritmo acelerado”, projetou Robles. Durante a feira, o CEO da Oil States no Brasil também recebeu a visita do Cônsul Geral dos Estados Unidos no Rio de Janeiro, Ryan Rowlands, para discutir o atual momento das operações da companhia no país.
Qual é o foco da empresa na ROG.e?
A feira ROG.e é um momento bastante simbólico da indústria. É muito importante estarmos presentes no evento, pois é onde as grandes empresas circulam, e sempre temos a oportunidade de trocar informações sobre novas tendências e os desafios da indústria. O nosso posicionamento no evento é para apresentar as novas tecnologias que estamos trazendo para o Brasil, principalmente para o setor offshore. Temos uma linha de conectores para árvores de natal e subsea, e estamos movendo a fabricação desses equipamentos para o Brasil.
Quais são os principais projetos e contratos em execução?
Atualmente, temos alguns contratos com a Petrobras, incluindo intervenções em poços e manutenção de ferramentas e equipamentos subsea. Também temos contratos com a Subsea 7 para fabricar equipamentos no Brasil para diversos projetos. Além disso, prestamos serviços de inspeção e manutenção de equipamentos de perfuração. Temos um contrato importante com a Modec e a Petrobrás para inspeção e manutenção de guinchos, guindastes, sistemas de ancoragem e offloading. A demanda é grande, e estamos atendendo não apenas a Petrobras, mas também outras operadoras nacionais, como a 3R, a Brava Energia, entre outras.
Como está a divisão de negócios entre as áreas de prestação de serviços e fornecimento de produtos e tecnologias?
Historicamente, sempre atuamos fortemente na prestação de serviços, mas com o advento de novos projetos, começamos a ampliar nossa atuação. Acredito que estamos chegando a um ponto no qual estamos bem diversificados em projetos, prestação de serviços e fornecimento de produtos.
Quais são os próximos passos da empresa em termos de investimentos no Brasil?
Temos dois grandes focos de investimento. O primeiro é uma nova planta em Macaé, que acomodará tanto os serviços quanto a fabricação de conectores subsea. Acreditamos que em dois anos a planta estará pronta, o que não nos impede de já começar a fazer alguns montagens no Brasil. A ideia é ter espaços segregados em nossa unidade de Macaé tanto para prestação de serviços quanto para a fabricação de novos equipamentos, pois são processos muito distintos.
O segundo foco está no setor onshore, que vem crescendo rapidamente. Já temos contratos de serviços e venda de produtos fabricados no exterior para esse segmento. No momento, a Oil States possui um escritório em Salvador que atende ao Nordeste. Contudo, enxergamos a necessidade de uma planta de serviços na região, provavelmente na Bahia, para atender melhor a região. Inclusive, estaremos na Mossoró Oil & Gas 2024 para discutir mais sobre esses planos.
Como vocês veem o setor de óleo e gás no Brasil?
Estamos bastante otimistas com o atual momento do mercado de petróleo. Há muitos projetos offshore, principalmente da Petrobras e das grandes operadoras. Além disso, há muita atividade das empresas nacionais, como a 3R e a Brava Energia. O setor onshore também está crescendo em um ritmo acelerado. Além dos campos do pré-sal, novas oportunidades estão surgindo na Margem Equatorial e na Bacia de Pelotas. O grande desafio para a indústria não será necessariamente a quantidade de oportunidades, mas sim a capacidade de acompanhar essa demanda.
A questão da mão de obra ainda é um desafio para muitas empresas. Como a Oil States tem enfrentado esse desafio?
Há cerca de três anos, começamos a buscar talentos nas universidades. Incentivamos os líderes da empresa a desenvolver pelo menos dois estagiários ou trainees em suas respectivas áreas. Alguns desses novos talentos permanecem conosco e se encaixam em nossa cultura. É muito gratificante ver jovens saindo das universidades com uma boa formação. O Centro Multidisciplinar da UFRJ em Macaé (RJ), por exemplo, forma excelentes profissionais na área.
Vemos um enorme potencial nos jovens que trazemos para a empresa. Muitos acabam se tornando grandes líderes. Se não tivéssemos iniciado esse processo de busca por novos talentos, hoje não teríamos engenheiros e técnicos suficientes para atender à demanda. Isso nos motiva a continuar investindo nessa iniciativa.
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