ONS APRESENTA PLANO DE CONTINGÊNCIA PARA O SETOR ELÉTRICO ENQUANTO GOVERNO AINDA NÃO BATE MARTELO SOBRE HORÁRIO DE VERÃO
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apresentou durante a reunião extraordinária do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) realizada nesta semana, as primeiras medidas do Plano de Contingência para Atendimento do Sistema Elétrico, solicitado pelo Ministério de Minas e Energia. As ações visam assegurar o fornecimento de energia durante o período de estiagem severa e alta demanda causada pelas temperaturas acima da média.
Durante a reunião, o ONS sugeriu a adoção do horário de verão nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul para reduzir custos, garantir o suprimento e aumentar a confiabilidade do Sistema Interligado Nacional (SIN) durante o horário de demanda máxima noturna. O órgão apontou também para a importância de implementar o projeto-piloto do Programa de Resposta da Demanda, aprovado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), para atender à demanda máxima do SIN.
O ONS sugeriu ainda manter as defluências mínimas nas usinas hidrelétricas de Porto Primavera e Jupiá até 31/10/2025; reduzir temporariamente a vazão mínima do reservatório da hidrelétrica de Belo Monte de 300 m³/s para 100 m³/s, respeitando as licenças necessárias; e garantir a entrada em operação de novas linhas de transmissão para escoar a potência da UTE Porto Sergipe e das UTEs no RJ/ES.
HORÁRIO DE VERÃO AINDA É INCERTO
Um estudo desenvolvido pelo ONS aponta que a aplicação do horário de verão, em cenários de afluências críticas, poderá trazer uma redução de até 2,9% da demanda máxima. A medida, que caberá ao Governo Federal definir se aplicará ou não, pode trazer uma economia no custo da operação em torno de R$ 400 milhões entre os meses de outubro e fevereiro. Com o adiantamento em uma hora nos relógios, o SIN poderia aproveitar um pouco mais do desempenho da fonte solar, suja geração cai a partir das 18h. “O ONS realizou os estudos sobre o horário de verão e recomendou sua adoção visto que há ganhos positivos para o setor elétrico, contribuindo para a eficiência do Sistema Interligado Nacional (SIN) e, principalmente, ampliando a capacidade de atendimento na ponta de carga”, afirmou o diretor-geral do ONS, Marcio Rea.
Contudo, o Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, ainda disse que não está convencido “da necessidade de decretação do Horário de Verão”, tendo em vista que muitos setores precisam de um tempo maior para se adequarem à mudança nos relógios. Além disso, vê que a economia estimada com a medida não é tão expressiva no contexto do setor elétrico. Silveira disse ainda que a decisão deve ser tomada dentro de um intervalo de até dez dias, por meio de um decreto presidencial. Se retomado, o horário de verão só entraria em vigor depois do segundo turno das eleições municipais, agendado para 27 de outubro.
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