OPEP+ DECIDE MANTER OS ATUAIS CORTES NA PRODUÇÃO DE TERÓLEO TAMBÉM EM JULHO PARA RECUPERAR PREÇOS
Os 13 membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (Opep +) decidiram manter os atuais cortes na produção de petróleo em julho. A redução histórica, que permitiu uma recuperação nos preços de mercado, foi adotada em abril e continuará ao longo de julho. Os aliados da Opep nesta corrida para manter os preços planejavam participar da reunião, realizada por videoconferência, para opinar sobre essa proposta. Entre os países participantes desse formato ampliado, conhecido como OPEP +, estão produtores como a Rússia e o México. O mecanismo usado pelo cartel não sirpreendeu. Ele se repete em circunstâncias como estas: fecham-se as torneiras para sustentar os preços. Uma arma que foi usada este ano com um vigor marcante.
Após um acordo alcançado em 12 de abril, os países da OPEP e seus aliados decidiram retirar do mercado, de 1º de maio a final de junho, 9,7 milhões de barris por dia (mbd), ou seja, cerca de 10% da oferta mundial antes da crise, para enfrentar uma queda sem precedentes na demanda agravada pela pandemia. Segundo o acordo, essa medida seria suavizada a partir de julho e a redução passaria para 7,7 mbd de julho a dezembro e depois para 5,8 mbd de janeiro de 2021 a abril de 2022. Em andamento em muitas partes do mundo, a volta gradual das pessoas para força de trabalho ainda não trouxe o consumo de volta ao seu nível pré-crise, que já estava abaixo da oferta na época.
Como de costume, as negociações se previam complicadas entre a Rússia e a Arábia Saudita, os dois pesos pesados do grupo, que já provocaram uma guerra de preços curta, mas intensa, após o fracasso das negociações anteriores no início de março. A consonância entre os compromissos dos países e sua implementação pode ser o principal obstáculo. A Opep + reduziu a produção em cerca de 8,6 milhões de bpd em maio, um corte menor do que o planejado, com o Iraque e a Nigéria sendo os principais culpados.
Apesar dessas dúvidas, a política da Opep mostrou sua eficácia, pois os preços subiram no início de junho para cerca de US$ 40 o barril de petróleo de referência nos Estados Unidos , o West Texas Intermediate (WTI) e seu equivalente europeu, o Brent do Mar do Norte. Os preços atingiram o nível mais baixo de todos os tempos em 20 de abril, cruzando o limite de US$ 15 para o Brent e até ficando negativo para o WTI.
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