OPTEC TECNOLOGIA QUER CONSOLIDAR ATUAÇÃO EM MACAÉ

Por Rafael Godinho (rafael@petronoticias.com.br) –

A Optec Tecnologia, que fornece máquinas e serviços para perfuração e biselamento de dutos, quer consolidar sua atuação no município de Macaé (RJ). A empresa, que possui 15 anos de atuação no Brasil, tem origem baiana, mas descobriu grandes oportunidades no eixo Rio-São Paulo. Embora sua matriz permaneça na Bahia, o galpão da empresa fica em São Paulo, devido à proximidade de quatro grandes refinarias da Petrobrás. Já Macaé tem se mostrado um mercado cada vez mais promissor devido à concentração de plataformas de petróleo. Segundo Walderez Urbano, representante comercial da Optec, e Luiz Carlos Marin, coordenador técnico-comercial da empresa, a equipe de apenas 12 funcionários é compensada pelo serviço altamente especializado e a raridade dos profissionais bem capacitados. Com 40 anos de experiência na área, Marin afirma ter sido um dos primeiros profissionais a realizar serviços de trepanação (furação de dutos) no país.

Há quanto tempo vocês atuam no mercado brasileiro?

Marin: A Optec está no mercado há 15 anos. Nós representamos seis empresas: duas inglesas e quatro americanas. Atuamos na área de trepanação, isto é, de furação em dutos. Temos máquinas capazes de fazer a manutenção da linha sem parada de operação, em dutos de meia polegada até 72 polegadas. Nós executamos o serviço e provemos equipamentos e acessórios no Brasil. Quando existe diâmetro anormal, ou seja, fora de padrão, a gente contata os EUA e busca o material lá. Fora isso, eu represento um material chamado Waxtape, da Treton, que está dentro da norma Petrobrás e que realiza o revestimento anti-corrosivo. Ele tem fácil aplicação e é garantido por 30 anos.

Como funciona?

Marin: É uma fita especial, que aplicamos no exterior do tubo e ela garante à superfície 30 anos sem corrosão. Eu represento também outro produto da empresa StrongBack. Uma vez detectada a perda de espessura de um duto, por uma batida ou corrosão, ele recupera a parede dele, a ponto de torná-la praticamente nova. A outra ferramenta que eu represento, da americana Wachs, corta o duto a frio, ainda no campo, e faz o biselamento, isto é, a preparação para solda.

A atividade da Optec é basicamente o serviço de aplicação dos produtos?

Marin: Nós representamos e vendemos o produto, assim como fazemos a aplicação. Porque é evidente que o empresário não vai comprar uma máquina para fazer um furo. Nosso maior cliente, naturalmente, é a Petrobrás. Eu trabalho com a Transpetro, mas também junto a diversas empreiteiras, que têm contrato com a Petrobrás e nos subcontratam para realizar serviços.

Além da Petrobrás, a Optec atua junto a quais outras empresas?

Marin: São mais de vinte empresas de engenharia, que têm um contrato global com a Petrobrás e subcontratam o serviço. Realizo revestimento, com compósito, furação, trepanação e bloqueio. Mas, claro, 90% dos nossos clientes são calcados na Petrobrás, dona do maior número de dutos do Brasil.

O serviço de vocês é voltado para petróleo e gás?

Marin: Não, é para todo tipo de duto. Vapor, gás natural, gasolina, diesel, água, produtos químicos. São diferentes substâncias, que dependem de diversos aspectos, como temperatura e pressão. Para cada um, há uma técnica e um equipamento adequados.

Onde está localizado o galpão da empresa?

Walderez: Nosso depósito fica em São Paulo, próximo ao Aeroporto de Congonhas. Lá temos o nosso galpão, onde mantemos o nosso equipamento. Mas estamos na Bahia (sede), no Rio Grande do Norte etc. Em Macaé (RJ), estamos há cerca de dez anos, por conta das plataformas, que tendem a sofrer muita corrosão, e geram muitos trabalhos de derivações.

O que motivou a empresa a montar seu galpão em São Paulo?

Marin: Estamos em São Paulo porque ali há quatro refinarias e uma quantidade muito elevada de dutos. Lá fica a refinaria de Capuava, a de São José dos Campos, a refinaria de Paulínea e a de Cubatão, todas da Petrobrás. Aliás, a maior parte das empresas que trabalham com dutos está em São Paulo por causa disso. Mas temos trabalho em todo o Brasil. Agora, na área de produção, é fundamental estarmos em Macaé.

Qual é o faturamento da Optec? Vocês contam com quantos funcionários?

Marin: A nossa empresa tem um faturamento bastante razoável, mas ela tem apenas 12 funcionários. Não somos grandes em termos de pessoal, mas sim em termos de equipamento. As principais marcas que representamos são Chromalox, Trenton e Furmanite.

Walderez: Sim, equipamentos e serviços agregados. Trata-se de um trabalho muito perigoso e especializado. Demora uns dois anos para preparar um profissional. O cara começa técnico mecânico, depois se torna auxiliar, em seguida torna-se assistente, depois passa a operador. Pode então ser operador chefe, operador sênior e operador master.

Qual é a principal qualidade de um profissional que deseja ingressar na área de manutenção de dutos?

Marin: Para operar uma máquina como essa é preciso ter muita experiência. Ela aguenta cem quilos de pressão; e é como pode sair o gás de um duto. O operador é treinado em sala de aula, depois num laboratório e em seguida vai para o campo, ainda para ser assistente. Geralmente é fora do país. É perigoso e são raros os homens que operam a máquina. No Brasil, nós temos no máximo uma dúzia de homens que sabem usar. Mas os que garantem qualquer trabalho não devem passar de quatro. Estou no ramo há 40 anos. Trabalhei na melhor empresa do mundo que faz isso aí. Éramos cerca de quarenta funcionários. Diria que, em todos os EUA, mestres nesse serviço devem ser uns 15.