PETROLEIROS DECIDEM FAZER GREVE POR AUMENTO SALARIAL E CONTRA VENDA DE ATIVOS DA PETROBRÁS
O país vai amanhecer nesta quinta-feira (29) com mais uma greve de petroleiros. O Sindicato da categoria no Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) anunciou, em nota oficial e em sua página na internet, que a categoria deflagrará greve por tempo indeterminado a partir da meia noite. Segundo o sindicato, as assembleias realizadas pela entidade votaram pela rejeição da contraproposta apresentada pela empresa para a renovação do Acordo Coletivo de Trabalho para os próximos dois anos apresentada pela Petrobrás em reunião realizada no último dia 16.
O movimento dos petroleiros também manteve a posição adotada no processo de desmobilização dos ativos da companhia que está curso pela atual diretoria da empresa, que prevê a venda de ativos da companhia no valor total de US$ 19,5 bilhões.
“O conjunto das assembleias também votou por ampla maioria contra o processo de desmonte do sistema Petrobrás, conforme indicado em seu mais recente Plano de Negócios apresentado no último dia 20 de setembro”, diz a nota.
A decisão da empresa se sustenta, no entanto, no objetivo de melhorar a capacidade de investimento da estatal sem a necessidade de fazer novas captações de recursos no mercado, já que está consideravelmente endividada.
No entendimento dos petroleiros a proposta da empresa para a data base da categoria agora em setembro, “é extremamente rebaixada, com reajuste zero no salário básico e 4,97% na RMNR (com a inflação oficial chegando a 11,27%)”. A proposta apresentada pelo Sindipetro-RJ à companhia, propõe reajuste da tabela salarial (Salário Básico) dos seus empregados, conforme a tabela vigente em agosto de 2016 correspondente ao período de 1º de setembro de 2015 a 31 de agosto de 2016, acrescido da Produtividade e Ganho Real de 10%. Segundo o sindicato, o cálculo da produtividade e ganho real foi apurado, tendo como base o valor agregado à Petrobras no período, incorporação da gratificação e produtividade linear.
O sindicato também não concorda, entre outros pontos, com a proposta da estatal que prevê “redução de 50% do valor das horas extras prestadas em regimes especiais de trabalho, tais como turnos ininterruptos de revezamento e sobreaviso, em flagrante prejuízo para os empregados engajados em tais regimes, que laboram em condições especiais de trabalho e que, portanto, demandam maior proteção”.
Em nota, a Petrobrás afirma que realizou reuniões com a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e sindicatos regionais e levou em consideração as pautas de reivindicações e a situação financeira da estatal. Uma nova reunião entre a empresa e a FUP está marcada para a próxima quinta-feira (29), às 14h, quando deve haver uma nova rodada de negociação do Acordo Coletivo de Trabalho de 2016. Segundo a Petrobrás, não há reuniões agendadas com outras entidades sindicais.
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