OURO NEGRO LANÇA VERSÃO DE SISTEMA DE MONITORAMENTO DE RISERS E PREPARA NOVAS TECNOLOGIAS
Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –
Em mais um passo para ampliar sua presença no mercado de óleo e gás, a empresa Ouro Negro anunciou recentemente que irá fornecer uma nova versão de seu sistema de monitoramento de risers flexíveis para a Petrobrás. Em entrevista ao Petronotícias, o CEO da companhia, Eduardo Costa, explica algumas das novidades e vantagens que a tecnologia, chamada MODA Retrofit, propõe trazer ao mercado: “A partir do monitoramento em tempo real conduzido pela Ouro Negro, indicamos as condições de integridade do riser flexível monitorado, dando às operadoras a oportunidade de tomar medidas preventivas em relação a estes equipamentos usados”, explicou. O executivo ainda acrescenta que a solução é um pacote integrado de produtos e serviços, já que é o time da Ouro Negro que faz a instalação do sistema nos risers, com a vantagem de não precisar interromper a produção da plataforma. A empresa também está trabalhando no desenvolvimento de novas tecnologias com o foco nos desafios do setor de óleo e gás. Uma delas é um robô autônomo para intervenção em poços sem necessidade de sonda. Além disso, outro projeto em curso é uma ferramenta baseada em laser de alta potência para realizar dissociação de hidrato em equipamentos submarinos. “Temos a inovação tecnológica em nosso DNA e apostamos na inovação aberta como estratégia de crescimento. Ousar está no nosso sangue”, finalizou.
O que vem a ser essa tecnologia MODA que vocês fornecem para o mercado offshore?
MODA é a sigla de Monitoramento Óptico Direto no Arame. Trata-se de um sistema de monitoramento da integridade dos risers flexíveis. Ele alia o que há de mais moderno em sensores a fibra óptica – que capturam sinais de deformação e ruptura dos arames de tração dos risers flexíveis – e data analytics, uma vez que a solução contempla um software que analisa continuamente esses sinais. Assim, é possível monitorar em tempo real esses equipamentos, que, no caso de alguma ruptura no arame, podem gerar acidentes, com enormes impactos econômicos e ambientais.
Amplamente usado em FPSOs em operação no pré-sal, na versão SPY HOLE, o Sistema MODA é uma tecnologia licenciada pela Petrobrás, que foi desenvolvida em parceria com a PUC-Rio, tendo recebido o prêmio de Inovação Tecnológica da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), em 2014. É também uma das tecnologias usadas no desenvolvimento do pré-sal pela Petrobrás, que recebeu o Award Distinguished Achievement Award da Offshore Technology Conference (OTC), em 2015.
Quais são as principais diferenças da versão Retrofit?
Enquanto o MODA SPY HOLE é instalado durante a fabricação do riser flexível, antes mesmo de ir para a unidade de produção (FPSO), o MODA RETROFIT pode ser instalado a qualquer momento em risers flexíveis em operação. Ou seja, em plataformas nos campos offshore. A solução da Ouro Negro é um pacote integrado de equipamentos e serviços, uma vez que o nosso time é que faz a instalação nos risers, na unidade offshore, sem interrupção da produção da plataforma.
Abrimos uma janela na armadura externa do riser, na região abaixo do end fitting (conector que liga o riser flexível à plataforma de produção), para instalar os sensores. Depois da instalação feita, a janela é selada, assegurando a estanqueidade do riser, que a partir desse momento é monitorado e imediatamente se obtém informações sobre sua integridade.
Que vantagens a tecnologia vai trazer para a operação da Petrobrás ou de qualquer companhia que tenha unidades em operação com risers flexíveis?
O MODA RETROFIT é uma solução que pode ser usada por qualquer operadora, no Brasil e no exterior. No caso do Brasil, que é o país com a maior frota individual de FPSOs do mundo, muitos deles em atividade há mais de 10, 20 anos, essa tecnologia agrega maior confiabilidade às operações. A partir do monitoramento em tempo real conduzido pela Ouro Negro, indicamos as condições de integridade do riser flexível monitorado, dando às operadoras a oportunidade de tomar medidas preventivas em relação a estes equipamentos usados. Fornecemos às operadoras informações relevantes para a gestão do ativo, apoiando a otimização da produção de petróleo e gás.
A solução é disponibilizada para o mercado aliada a um pacote completo de serviços, que abrange desde o fornecimento e instalação dos sensores nos risers em operação, incluindo, como eu disse, o monitoramento em tempo real e emissão de relatório periódicos sobre esses equipamentos. Enfim, o Sistema MODA, seja SPY HOLE ou RETROFIT, está sempre evoluindo, incorporando mais data Science (MODA analytics) ou sendo aprimorado para atender a demandas da indústria. Uma tecnologia 4.0 que pode ser utilizada em qualquer riser flexível, sem parada da produção, é, sem dúvida, uma solução que entrega valor ao cliente. Prova disso é que temos acima de 300 MODAS fornecidos no país, mais de 18 mil sensores instalados e 3 mil terabytes de dados processados em mais de 4 anos.
Além desta tecnologia, o que a Ouro Negro tem ofertado ao mercado de óleo e gás?
A nossa estratégia tecnológica tem foco nos desafios da indústria de óleo e gás e o nosso portfólio reflete isso. Desenvolvemos e fornecemos tecnologias disruptivas, protegidas por patentes, com foco no setor de E&P. Temos hoje um time de robôs modulares, incluindo sistemas robóticos para inspeção de risers de perfuração, que atuam embarcados (dispensando a retirada do equipamento e deslocamento até base onshore) e um sistema totalmente elétricos de completação inteligente de poços, para atender as demandas operacionais do pré-sal. Também estamos desenvolvendo, em conjunto com a Repsol Sinopec Brasil e a PUC-Rio, um robô autônomo para intervenção em poços sem necessidade de sonda, que inicialmente será usado para apoiar as atividades de plug e abandono, a partir da medição da qualidade do cimento entre o casing e o reservatório, sem a necessidade de remoção da coluna de produção. Outro projeto interessante em fase inicial de desenvolvimento é uma ferramenta baseada em laser de alta potência para realizar dissociação de hidrato em equipamentos submarinos, que pretendemos disponibilizar em breve ao mercado.
Quais são as perspectivas com os próximos anos com o mercado brasileiro?
Vamos completar dez anos em 2020. Nascemos no momento de ouro da indústria brasileira de óleo e gás e crescemos na fase mais crítica de sua história, atuando de forma integra e comprometida com o resultado, sempre buscando soluções inovadoras para agregar valor a nossos clientes. Temos a inovação tecnológica em nosso DNA e apostamos na inovação aberta como estratégia de crescimento. Ousar está no nosso sangue. Somos uma empresa jovem, que acredita na construção de um caminho próprio em um cenário altamente promissor, no qual o Brasil será um dos maiores produtores de petróleo do mundo até 2030, com a maior frota de FPSOs e líder em tecnologias offshore ao mesmo tempo em que avança com uma matriz energética limpa.
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