OURO PRETO BUSCA EMPRESAS PARA LEVANTAMENTO DE DADOS EM SEUS BLOCOS
Por Daniel Fraiha (daniel@petronoticias.com.br) –
A Ouro Preto Óleo e Gás surgiu há quase três anos, em outubro de 2010, mas já começou a carreira chamando a atenção. Presidida pelo ex-braço direito de Eike Batista, Rodolfo Landim, a companhia teve a oportunidade de mostrar a que veio na 11ª rodada de licitações da ANP, realizada em maio deste ano, quando adquiriu três pequenos blocos, com bônus de R$ 14,8 milhões. Classificada como operadora “B” (com permissão para exploração em terra e em águas rasas), ela se prepara para atuar nas bacias de Barreirinhas, na Margem Equatorial, e de Parnaíba, em terra. No total, o programa exploratório mínimo apresentado pela empresa prevê ainda 12,1 mil unidades de trabalho e R$ 52,8 milhões de investimentos. O diretor-geral da Ouro Preto, Sérgio Possato (foto), com extensas passagens pela Petrobrás e pela ANP, avalia muitas possiblidades no futuro da companhia. Dentre elas, a venda ou aquisição de participações em blocos, a construção de térmicas no caso de grandes descobertas de gás, e as oportunidades da 12ª rodada, prevista para o fim do ano. Neste primeiro momento, no entanto, o objetivo deles é encontrar empresas para fazer o levantamento de dados nos blocos adquiridos, para que possam ser avaliados os potenciais de cada área.
Vocês fizeram ofertas por 13 blocos e levaram três na 11ª rodada. O que acharam do resultado?
A Ouro Preto foi criada em outubro de 2010, então ficamos dois anos e meio estudando áreas, com a expectativa de que pudesse acontecer a rodada. Felizmente ela pôde ocorrer agora. E, como a Outro Preto é uma empresa brasileira – somos todos brasileiros e o capital é nacional –, para a gente foi muito bom. Uma empresa que nasce já arrematando três blocos, numa competição como essa, teve um resultado muito bom.
Vocês tinham uma expectativa de levar quantos dos blocos que tentaram adquirir?
A nossa meta estava por ai mesmo, entre três e quatro blocos. Como não se conhecem os competidores neste tipo de competição, você faz as suas ofertas e, com o próprio andamento da rodada, você modifica as suas estratégias. Todas as empresas fazem isso.
Qual a expectativa com os três blocos?
Vamos adquirir novos dados de sísmica, para que a gente possa reinterpretá-los, com a orientação dos nossos técnicos, e avaliar o potencial petrolífero deles.
Como foi o planejamento para a rodada?
Como somos qualificados como operador “B”, que pode atuar em águas rasas e em terra, optamos por concentrar nosso trabalho na bacia de Barreirinhas, em função dos resultados positivos da costa africana, principalmente em Gana, onde houve a descoberta do campo de Jubilee. E, no caso das bacias terrestres, a opção foi pela bacia do Parnaíba, em função dos resultados das últimas atividades de exploração nela, que já tem inclusive campos em produção.
Vocês tinham a expectativa de receber a qualificação “A” da ANP, para operar em águas profundas?
A gente sempre tem. Inclusive houve uma certa mudança na forma de avaliação em relação às rodadas anteriores. As empresas passaram a ser vistas também em função do potencial financeiro. Então estávamos estudando tudo, na possibilidade também de, de repente, comprar algum ativo que pudesse dar a oportunidade de tornar a empresa uma operadora “A”. Mas é um horizonte mais distante. O “B” a gente tinha certeza que seria.
O que está previsto no programa exploratório de vocês?
Nos comprometemos com cerca de 12,1 mil unidades de trabalho. Um poço perfurado é considerado o equivalente a mil unidades, mas entram na conta todos os trabalhos de aquisição de dados, sísmica 3D, etc.
No planejamento de vocês tem uma estimativa neste sentido, do número de poços a serem perfurados?
O bloco de águas rasas tem 192 km², e os blocos em terra têm 3 mil km², então boa parte dessas 12 mil unidades de trabalho é de sísmica terrestre. A quantidade de unidades de trabalho em levantamento sísmico para cobrir 3 mil km² será muito grande. Temos em mente que temos espaço para furar poços, mas hoje não tenho condição de estimar isso, porque primeiro precisamos coletar dados.
Vocês têm interesse em adquirir participação em blocos arrematados por outras empresas na 11ª rodada?
Eventualmente podemos propor parcerias, farm-in ou farm-out [aquisição e venda de participação em blocos] com essas empresas. Em Barreirinhas, temos uma posição privilegiada, próximo a vários blocos da BG, outros dela em parceria com a Petrobrás, e nós estamos ali perto, só que em águas rasas.
Então vocês poderiam vender uma participação também?
Sim, sim. O resultado disso pode influenciar os outros blocos, no sentido de que alguma feição esteja próxima ao limite do bloco, passando para o outro lado. Antes da unitização, pode haver indicações de determinada estrutura e as empresas procuram umas às outras nestes casos.
Que tipos de parcerias poderiam ser feitas neste caso de Barreirinhas?
Cessão de uma parte do bloco em troca de outra, ou simplesmente uma venda. Isso é muito variado.
TERMELÉTRICA, OGX E 12ª RODADA
Qual o planejamento para a bacia de Parnaíba (em terra)?
Uma coisa importante sobre a escolha da bacia de Parnaíba são as linhas de transmissão que passam pelos nossos blocos. Com isso, não temos garantia de ter descoberta, mas estamos bem posicionados geograficamente. Porque, se houver descoberta significativa de gás, podemos verticalizar, através de uma termelétrica. O óleo eu boto num navio e transporto, mas para o gás precisaria de um gasoduto, que não existe ali.
Nesse caso, vocês mesmos seriam donos das termelétricas ou seriam formadas parcerias para isso?
Nós teremos que analisar de acordo com o volume que venha a ser descoberto, de forma que possamos buscar investidores para financiar isso ou buscar uma parceria. Então vai depender do volume da descoberta, se houver.
Para Barreirinhas, como vocês estudam a logística?
Se fosse um bloco sozinho nosso na região, teríamos uma dificuldade muito grande, seria tudo muito caro, mas, à medida que outras empresas também adquiriram blocos, haverá uma logística para a área que acaba atendendo a várias empresas. Se uma empresa for até lá fazer um levantamento de dados sísmicos de um bloco, por exemplo, pode fazer o levantamento nos outros. Vai baratear porque o custo será rateado.
Dentre os blocos próximos aos da Ouro Preto, estão alguns da OGX. Você veem algum problema em relação a isso para este tipo de acordo entre operadoras?
Não tem problema nenhum. São duas empresas operadoras. Tenho vários amigos que trabalham na OGX, então não há o menor problema.
Em relação às possíveis aquisições, há a previsão de entrada de novos investidores?
Isso nunca está fechado. Para essa fase agora, que foi a 11ª rodada, os investidores são esses três, mas se oportunidades aparecerem para a compra de ativos, podemos eventualmente abrir o capital. A empresa nunca está fechada. Mas por hora estamos focados nesse trabalho, que já é muita coisa.
Vocês pretendem entrar no leilão de gás [12ª rodada]?
Sempre temos interesse, mas primeiro temos que avaliar quais são as áreas, quais são os dados, como o leilão vai ser feito. Por ser não convencional, temos que conhecer o edital.
Qual o planejamento daqui para frente?
Estamos começando a buscar as empresas que fazem coleta de dados, ver quais são as que estão com equipamentos disponíveis para fazer levantamentos deste tipo. Começamos a conversar sobre a possibilidade de um contrato, os custos disso por km, qual o prazo para realizar o serviço, etc.
Sergio Possato e todo o restante, um dia foram da Stratageo, empresa na qual deu “calote” em todos os funcionários no ano de 2010 e 2011. Ninguém recebeu os direitos trabalhistas. E agora, eles mesmos posam de “Empresa Brasileira com capital brasileiro”. Por favor!!!!! Capital nosso, do povo brasileiro, dos funcionários que não receberam, POR FAVOR, parem de dar calote em Bancos, funcionários, e pequenas empresas que prestam serviços a vocês por onde passam.POR FAVOR!!!!