OURO PRETO ÓLEO E GÁS INVESTE NA REVITALIZAÇÃO DE CAMPOS MADUROS E AVALIA PARTICIPAR DE PROJETOS DO PRÉ-SAL
Por Daniel Fraiha (daniel@petronoticias.com.br) –
Ao passo que a crise dificulta investimentos em novas explorações, a indústria brasileira de petróleo direciona sua atenção cada vez mais aos campos maduros. A revitalização de áreas produtivas garante retornos em menor tempo e, nos últimos meses, vem sendo adotada como diretriz pelo governo, que busca fomentar projetos viáveis às operadoras do setor. É em meio a este cenário que a Ouro Preto Óleo e Gás amplia hoje suas apostas na retomada de produção no campo de Pescada, parado atualmente devido a problemas operacionais em sua tubulação. Voltada principalmente à extração de gás em águas rasas, a área vinha produzindo cerca de 5 mil barris diários de óleo equivalente e deve ter suas atividades retomadas em junho, afirma o presidente da empresa, Rodolfo Landim, que vê na revitalização do campo a oportunidade de estender seu contrato de concessão. A Ouro Preto também avança hoje na avaliação sísmica de campos da Bacia do Parnaíba, onde pretende atuar com a venda de gás natural, e da Bacia de Barreirinhas, com o BAR-M-387. Embora mantenha o foco sobre projetos de médio porte, a companhia estuda ainda uma possível participação em projetos do pré-sal, que podem vir a se tornar mais factíveis em meio ao programa de desinvestimentos da Petrobrás. Segundo Landim, a empresa é capacitada para atuar na região e pode levantar recursos junto ao mercado para alcançar um investimento de maior dimensão.
Quais os principais passos que a Ouro Preto está dando agora em seus projetos?
Um deles é na Bacia do Parnaíba, onde estamos terminando a parte de levantamento sísmico para iniciar a perfuração no ano que vem. Nós já terminamos a sísmica em cinco dos nossos blocos, e depois ainda temos dois para fazer a exploração. Lá, o objetivo principal é gas to power: perfurar e, assim que descobrirmos gás, vender ele para a geração de energia, ou participarmos nós mesmos do leilão para entrar em um projeto de geração. Esse é um dos caminhos da companhia. Outro projeto que estamos fazendo é na Margem Equatorial. Quando nós participamos da 11ª rodada, pegamos um bloco em Barreirinhas, e ele está finalmente conseguindo fazer a sísmica.
Quem está fazendo o levantamento sísmico?
A CGG.
E em que etapa está esse processo?
Eles estão “atirando” ainda, fazendo o levantamento, porque a sísmica é muito grande e o bloco também. Tem um processamento preliminar que já foi feito e encaminhado para nós, mas ainda não foi totalmente processado. Outra área em que estamos trabalhando são nossos campos onde já temos produção, e estamos estudando projetos para revitalização.
No campo de Camarupim?
Isso, Camarupim, que teve o problema de explosão na plataforma, e Pescada. Na verdade nós não somos operadores em Camarupim, quem opera é a Petrobrás. Nós somos sócios do bloco, que está parado. E em Pescada, que é produção de gás no Nordeste, em águas rasas.
Qual é a produção hoje de Pescada?
Hoje também está parada, na verdade, porque teve um furo no duto. A produção total era 5 mil e poucos barris de óleo equivalente por dia, sendo a maior parte gás natural. Nós estamos estudando revitalização para poder estender inclusive os contratos de concessão, e vamos fazer isso lá.
Tem algum plano de metas de ampliação produtiva para este ano?
Não, hoje estamos parados. A produção volta em junho. Estamos no processo agora de revitalização do campo, não posso traçar previsão.
A empresa avalia atuar em projetos no pré-sal?
Nós somos uma operadora A, estamos estudando. Não temos áreas no pré-sal, mas podemos buscar e levantar recursos no mercado para atuar lá também.
Se houver algum desinvestimento como tem sido sondado, vocês pretendem negociar?
Em relação à Petrobrás não posso dizer, porque se você participa de um processo como esse você é obrigado a assinar um acordo de confidencialidade.
Mas vocês estão avaliando?
Dependeria da Petrobrás.
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