PANDEMIA DE 2020 TAMBÉM IMPACTOU OS NEGÓCIOS DE MARKETING DO SETOR DE ENERGIA E ÓLEO E GÁS
No Projeto Perspectivas 2021 de hoje (2) trazemos algumas opiniões de uma agência especializada em negócios de marketing para os segmentos de óleo e gás e energia. Um setor muito sensível a tudo que acontece com ele. É o primeiro a sentir e, algumas vezes, a sua retomada é um pouco mais lenta, porque precisa da confiança das empresas que estão ligadas diretamente aos negócios. Nós convidamos André Luís Brito Tavares, Diretor da Estúdiopromo, uma empresa tradicional do setor. Ele fala sobre os impactos provocados pela Pandemia, mas lembra também que a empresa teve agilidade para se reinventar e buscar alternativas no mercado, que acabou sendo positiva. Para 2021, a expectativa da volta dos grandes eventos presenciais, que podem reacender o mercado. Vamos saber agora as opiniões do empresário:
1- Como o senhor e a sua empresa enfrentaram os desafios de 2020 com a pandemia apanhando a economia em pleno voo de subida?
– Na verdade, no início, foi um balde de água fria, pois o ano de 2020 se iniciava com grande potencial de negócios para nossa empresa e clientes. Foi necessário um novo planejamento, ajustando a realidade, momentânea, de operar à distância com as características da nossa atividade e as novas necessidades de nossos clientes e parceiros. Em um cenário onde as empresas não puderam contar com as ações de contato direto, fatia significativa de nosso faturamento, tivemos que ser rápidos e criativos para achar novos caminhos e não depender exclusivamente de eventos digitais e redes sociais para complementar o mix de marketing dos clientes e atender, mesmo que de forma mais acanhada, a estratégia traçada no início do ano para cada um.
Investimos em desenvolvimento de conteúdo de qualidade e ações de relacionamento, para que nossos clientes se mantivessem próximos de seus clientes e vivos em suas estratégias de abordagem de prospects. E, muito endomarketing para as empresas manterem seus times motivados e integrados. Para tal, tivemos que nos unir a mais empresas, fechamos duas parcerias de peso: com uma produtora de vídeo e conteúdo de renome no mercado carioca e uma agência digital. Essa estratégia foi fundamental para que tivéssemos bons resultados diante de um cenário bem complexo. Hoje, essas empresas fazem parte do nosso grupo, junto de uma empresa de cenografia e produção em geral. O mais importante é que, apesar de uma redução temporária do faturamento, que foi bem difícil, conseguimos manter todos os clientes e abrir conversas com novos propects que nos procuraram para planejar suas ações de Marketing e posicionamento de mercado para retomada no final de 2020 e início de 2021.
2- Quais são as perspectivas do senhor e de sua empresa para 2021?
– Apesar do fantasma da Pandemia, são muito boas. Acreditamos que, num primeiro momento teremos uma demanda mais focada em planejamento para clientes e prospects e algumas ações de incentivo de vendas e motivação de equipes, pelo menos nos três primeiros meses de 2021, enquanto a Pandemia vai reduzindo sua nova curva, principalmente com a chegada de possíveis vacinas. O mercado deve ir aquecendo aos poucos conforme aumenta a confiança das empresas na retomada. As empresas precisam tocar seus negócios e colocar seus planos em ação e estão havidas por isso. Só precisam de um cenário mais positivo, que pode vir com uma abertura mais segura, associada a chegada de mais investimento externo e crédito mais barato.
Ao que tudo indica, se a Pandemia estiver um pouco mais sobre controle, no meio do ano e no segundo semestre a economia deve voltar a aquecer, o comércio volta crescer com a circulação mais segura de pessoas, o setor de serviços pode aumentar suas atividades e os eventos podem voltar de forma presencial, aliás o segmento de óleo e gás terá vários eventos presenciais em 2021, como em Macaé, Espírito Santo, ROG, OTC, entre outros. Com esse novo cenário, podemos voltar a desenvolver todas as ferramentas do mix de marketing para os clientes, voltar a crescer e dar continuidade ao projeto de expansão pensado em 2019. Vamos torcer e ter esperança.
3- Se o senhor fosse consultado, quais as sugestões e recomendações faria para o governo neste ano que esta prestes a começar?
– Bom, é algo complicado de se pronunciar. Acredito que o governo poderia estender, aumentar as linhas de crédito com juros baixos, via bancos governamentais, a micro e pequenas empresas. Chegou muito pouco e com valores não tão atraentes quanto para as grandes e médias empresas, que possuem maior patrimônio e garantias. Esse segmento importante da economia, que gera muito emprego direto, foi um dos mais atingidos pela Pandemia.
Também é fundamental dar foco total a questão das vacinas. Avaliar a segurança delas, se antecipar nos acordos com as empresas que produzem e com toda a cadeia de insumos e serviços necessários a operação de vacinação. Como diz o Ministro Paulo Guedes, a estabilidade e retomada da economia, dependem, em grande de parte, da diminuição da Pandemia.
É muito importante também que o governo continue com o programa de obras importantes para a infraestrutura do país, como leilões de ativos públicos, com o programa de saneamento e tentar ao máximo a redução das contas públicas, embora os demais poderes não estarem preocupados com isso, como vemos hoje em dia. Mas, é preciso dar exemplo.
Outra questão importante, é o equilíbrio do dólar. O ministro da economia precisa avaliar melhor. Está sendo bom para a exportação, mas está gerando uma crise de desabastecimento, no mercado interno, para diversos setores. Está faltando matéria prima e encarecendo a produção. O que vai acarretar, a médio prazo, um aumento da inflação também.
Deixe seu comentário