PANDEMIA VAI AFETAR RESULTADOS DAS GRANDES EMPRESAS DE PETRÓLEO NO PRIMEIRO SEMESTRE
As grandes empresas de petróleo estão próximas, como é tradicional, de divulgarem seus resultados trimestrais. Mas o mercado já espera que os números que serão mostrados serão de entortar a cara de qualquer investidor, principalmente se este investidor tiver muitas ações das companhias. E pelo andar da carruagem, não sobrará ninguém. Os resultados não devem ser bonitos, em função do auge da pandemia no mundo, quando o consumo de derivados de petróleo desabou, principalmente os combustíveis. São esperadas perdas para as gigantes como BP, Chevron, Eni, Exxon Mobil, Shell, Total e Pemex.
As empresas dos Estados Unidos e da Europa vão reportar os prejuízos no segundo trimestre, depois de os lockdowns em alguns países, relacionados à pandemia de coronavírus, que destruíram a demanda por combustíveis, que afetaram diretamente os preços do petróleo. Prejuízos também em função do colapso nos preços da energia e uma queda de demanda para níveis nunca vistos há décadas, que criaram uma turbulência de alto grau para empresas que produzem, refinam, comercializam e vendem combustíveis.
Durante outras quedas significativas dos preços, os resultados das companhias produtoras de petróleo foram impulsionados pelas operações de refino, cujas margens tendem a se beneficiar dos preços baixos e fornecer um hedge interno. Com a paralisação de viagens e empresas em função, as margens para produtos refinados, como gasolina, diesel e querosene, afundaram para o negativo. Algumas tradings conseguiram ganhar dinheiro mesmo quando os preços despencaram, explorando os movimentos voláteis do mercado.
Os valores de referência do petróleo, Brent e WTI acumulam queda de cerca de um terço até este momento do ano, depois de recuarem cerca de 66% no primeiro trimestre e saltaram 81% e 92%, respectivamente, entre abril e junho. BP e Shell já reduziram suas projeções para o preço do petróleo no longo prazo, realizando provisões, respectivamente, de 13 bilhões a 17,5 bilhões de dólares e de 15 bilhões a 22 bilhões de dólares no segundo trimestre. A Shell indicou um prejuízo pela primeira vez na história cima de 670 milhões de dólares. Na Equinor, a divisão de trading foi o único departamento da empresa a gerar lucro antes de impostos no segundo trimestre. A divisão se beneficiou em contratos com preços do petróleo para entrega imediata mais baratos que os de contratos de prazos mais longos.
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