PARANÁ RECEBERÁ R$ 1,1 BILHÃO EM INVESTIMENTOS PARA CONSTRUÇÃO DE PEQUENAS CENTRAIS ELÉTRICAS NOS PRÓXIMOS DOIS ANOS
Nos próximos dois anos, o Paraná contará com investimentos que totalizam aproximadamente R$ 1,1 bilhão destinados à instalação de 11 Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs). Os projetos, distribuídos por 15 municípios, devem gerar cerca de sete mil empregos. Toda a energia produzida foi contratada no 39º Leilão de Energia Nova A-5, promovido recentemente pelo Ministério de Minas e Energia (MME). A estimativa foi divulgada pela Associação Brasileira de Pequenas Centrais Hidrelétricas e Centrais Geradoras Hidrelétricas (Abrapch), após encontro com o governador Carlos Massa Ratinho Junior, no Palácio Iguaçu. O encontro contou ainda com 11 empresários que irão construir PCHs no estado.
A presidente da Abrapch, Alessandra Torres de Carvalho, destacou a vocação do estado para o aproveitamento hídrico. “A retomada do crescimento da fonte hídrica para a geração de energia é muito promissora no Paraná e confiamos na visão de expansão do governador Carlos Massa Ratinho Junior, que tem se destacado no setor com a desburocratização dos licenciamentos ambientais“, afirmou.
O Paraná ficou em segundo lugar no ranking nacional de projetos vencedores do leilão. No total, foram contratados 110 megawatts de energia, ao preço médio de R$ 392,84/MWh, somando R$ 2,966 bilhões em compromissos firmados pelo MME. O fornecimento está previsto para iniciar em 1º de janeiro de 2030, atendendo às distribuidoras do mercado regulado, responsáveis pelo atendimento a residências e pequenas e médias empresas.
De acordo com a Abrapch, a simplificação do licenciamento ambiental reduziu significativamente o prazo de emissão das autorizações: de 814 dias, em 2020, para apenas 60 dias. Para agilizar ainda mais o processo, o Instituto Água e Terra (IAT) disponibilizou ferramentas digitais para solicitação de licenças pelo Sistema de Gestão Ambiental (SGA), mantendo a análise técnica e jurídica necessária aos empreendimentos.
O governador Ratinho Junior avaliou que os aportes reforçam a posição do Paraná como maior produtor de energia renovável do Brasil, respondendo por 18% da geração nacional. “Os paranaenses serão beneficiados durante as obras, com geração de emprego, renda e, posteriormente, com energia mais barata, de qualidade, ICMS que fica nos municípios e preservação ambiental“, declarou.
Ele também revelou que o governo estadual estuda, em parceria com o setor de PCHs e CGHs, a criação de um fundo para energia renovável. “Seria uma linha de crédito, assim como o Fiagro, que iremos estudar dentro desta mesma lógica e uniria o setor público e privado para puxar os juros para baixo, oferecendo menores taxas para quem vai investir“, adiantou o governador. O Fiagro Paraná é um fundo estadual de investimento (FIDC), pioneiro no Brasil, que oferece crédito facilitado para o agronegócio, estimulando infraestrutura, industrialização e agregação de valor à produção agrícola.
As PCHs programadas para construção ficarão em Nova Cantu, Laranjeiras, Altamira, Itaguajé, Colorado, Paranacity, Toledo, Cerro Azul, Clevelândia, Onório Serpa, Moreira Salles, Tuneiras do Oeste, Goioerê, Boa Vista da Aparecida e Cruzeiro do Iguaçu. Os empreendimentos são: São Salvador, Água Tremida, Caratuva, Generoso, Itaguajé, Cantu 1, Ribeirão Bonito, Córrego Fundo, Nova Geração, Tito e Trindade Baixo Jusante.
“Essas PCHs representam energia mais barata para os paranaenses”, disse o presidente do Conselho de Administração da Abrapch, Pedro Dias. Ele ressaltou que o resultado do leilão evidenciou a necessidade das distribuidoras em garantir ao consumidor final energia de qualidade, com preços acessíveis e geração sem restrições de horário, diferentemente do que ocorre com fontes como a eólica e a solar.
Dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) indicam que o Paraná possui atualmente 114 usinas (PCHs e CGHs) em operação. Além disso, outras 5 estão em obras, 7 ainda não foram iniciadas, 116 aguardam etapas de outorga ou autorização de disponibilidade hídrica e 35 encontram-se em estágio de “eixo disponível”, aptos para interessados em desenvolver estudos de inventário hidrelétrico.
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