PAREDÃO DE ROCHA GIGANTESCO QUE DIVIDE O CAMPO AO MEIO PODE DUPLICAR GASTOS COM EXPLORAÇÃO DE LIBRA | Petronotícias




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PAREDÃO DE ROCHA GIGANTESCO QUE DIVIDE O CAMPO AO MEIO PODE DUPLICAR GASTOS COM EXPLORAÇÃO DE LIBRA

BENDINEUma nova descoberta pode atrapalhar a exploração do Campo de Libra. Nem o novo plano de negócios que o Presidente da Petrobrás Aldemir Bendine (foto) vai apresentar nesta sexta-feira (26) ao Conselho de Administração da companhia para aprovação, está prevendo esses contratempos. O que se sabe é que os mais recentes testes sísmicos em 3D descobriram um paredão de rochas gigantesco que praticamente divide ao meio o campo inteiro. Isso vai significar uma mudança radical nos planos de exploração e produção do Campo de Libra. Tudo terá que  ser praticamente duplicado para  que o  trabalho de retirada do óleo seja efetivamente feito. As consequências dessa informação aumentaram ainda mais os desafios da exploração do gigantesco Campo de Libra, no pré-sal da Bacia de Santos, a 170 km da costa brasileira. Novos estudos estão sendo realizados e o início da produção poderá sofrer algum atraso. O Campo de Libra, inclusive, poderá ser rebatizado. Possivelmente será renomeado como Libra Norte e Libra Sul.

Por enquanto, esta informação está sendo tratada a sete chaves pela Petrobrás e pelo consórcio de empresas vencedor do leilão. Em muitos casos os campos possuem bem mais de um ponto de injeção de água e gás.  Dependendo do modelo de exploração a ser proposto, se definirá o tamanho do aumento dos investimentos que serão feitos pelo consórcio. Há estudos para se definir se a divisão do campo é um paredão gigantesco ou uma descontinuidade geológica não prevista. Possivelmente os técnicos já sabem, mas o Petronotícias não conseguiu uma informação definitiva sobre este aspecto. Seja uma coisa ou outra, o certo é o custo de produção aumentar. E muito.

O contrato terá duração de 35 anos e não é prorrogável. A previsão da ANP é que a área demandaria de 12 a 18 plataformas de produção, com capacidade para até 150 mil barris por dia cada uma, mas agora tudo está sendo repensado. A agência estima ainda que no pico da produção possam ser extraídos de 1 milhão a 1,4 milhão de barris por dia, de um total previsto de 8 a 12 bilhões de barris.

O envio dos convites da concorrência para as companhias de serviço estava previsto para iniciar na segunda-feira (22), mas teve que ser adiado. A decisão teria sido tomada em função de indefinições no orçamento da empresa e de seus parceiros de consórcio: Total, Shell, CNOOC e CNPC, as duas últimas da China. Estão sendo avaliadas mudanças no escopo dos serviços, previsto para um total de nove poços. A concorrência poderá usar  o modelo de preço fechado, incluindo pessoal, equipamentos, químicos, testes e ferramental.

O sistema de testes de longa duração estava previsto para iniciar  no quarto trimestre do ano que vem. O FPSO que fará este trabalho será entregue no primeiro semestre para os primeiros testes. A Petrobrás contratou o afretamento com o Consórcio Odebrecht/Teekay. Será uma conversão do VLCC Navion Norvegia pelo Estaleiro Jurong, que fará a engenharia de detalhamento, a instalação e a integração dos módulos no topside. Ele terá a capacidade de produzir até 50 mil barris por dia e comprimir 4 milhões de m³ de gás por dia.

O Leilão de Libra foi realizado em outubro de 2013.  Todos achavam que os chineses levariam sozinhos, mas um acordo costurado nos bastidores deu a vitória a um consórcio formado por Petrobrás, Shell, Total e as duas empresas estatais chinesas.  O consórcio fez a única oferta pela área de Libra, no pré-sal da Bacia de Santos, destinando 41,65% do óleo lucro para a União, o mínimo que poderia fazer. A Petrobrás ficou com a maior parte. Ela entrou com 10% no consórcio, mas já tinha outros 30% garantidos por lei. A Shell ficou com 20%, a Total com 20 %, a CNPC com 10% e a CNOOC 10%.

A Petrobrás é a operadora do bloco e a gestão dos contratos de Libra é feita pela Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA), criada para gerir a parte do governo no óleo extraído do pré-sal. A nova estatal tem 50% dos votos no Comitê Operacional do consórcio vencedor, com poder de veto sobre os gastos financeiros com a exploração da área.

O ressarcimento dos custos com a exploração poderá chegar ao limite de 50% do valor bruto da produção nos dois primeiros anos, caindo para no máximo 30% depois. As companhias podem atingir o limite máximo de 50% por mais anos caso os gastos não tenham sido compensados no período previsto. Serão pagos 15% de royalties ao governo sobre a produção.

Após a publicação da reportagem, a Petrobrás enviou um comunicado sobre a questão, sem negar a informação, afirmando que não haverá mudança “significativa” no plano de desenvolvimento de Libra.  O Petronotícias reafirma as informações da reportagem, obtidas a partir de fontes ligadas diretamente ao projeto de Libra. Veja abaixo a nota da Petrobrás na íntegra:

“A Petrobrás esclarece que não há nenhuma informação ou descoberta nova que represente mudança significativa no plano de desenvolvimento da área de Libra. As excelentes características da área mantêm as expectativas de rentabilidade que a Petrobras e seus parceiros têm para o campo”.

No início da noite desta sexta-feira ( 26) a gerencia de comunicação da Petrobrás enviou uma outra nota, que reproduzimos agora:

.” Até o momento, os dados sísmicos interpretados não identificaram nenhuma anomalia estrutural geológica que possa causar impacto de qualquer espécie nos planos de exploração e produção na área de Libra, nem tampouco “dividir o bloco ao meio”; a existência deste paredão é, portanto, inverídica;

· O projeto encontra-se rigorosamente dentro do prazo previsto para a fase de exploração, já tendo cumprido as seguintes etapas do Programa Exploratório Mínimo: aquisição sísmica 3D e a perfuração de dois poços exploratórios até a camada pré-sal, com resultados muito bons.

· Está mantida a previsão de iniciar o primeiro teste de longa duração de Libra no quarto trimestre de 2016, tão logo o FPSO Pioneiro de Libra, já em construção,  estiver disponível para iniciar a produção.   As excelentes características da área mantêm as expectativas de rentabilidade que a Petrobras e seus parceiros têm para o campo.”

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