PARKER AMPLIA ÁREA DE SERVIÇOS E APOSTA EM CONTEÚDO LOCAL PARA CRESCER EM ÓLEO E GÁS

Por Bruno Viggiano (bruno@petronoticias.com.br) – 

A Parker tem buscado diversificar sua atuação junto ao mercado brasileiro, para lidar com as menores perspectivas que o setor de óleo e gás tem apresentado. Se antes a empresa tinha na venda de peças o seu carro-chefe, hoje a venda de serviços e entrega técnica já ganharam mais relevância nos negócios da companhia. Depois de ter um resultado expressivo em 2013, com crescimento de 50% no segmento, a empresa continua otimista para 2014, quando espera alcançar um crescimento de 25% – abaixo do realizado no ano passado, mas ainda bastante significativo, principalmente quando se vê o momento atual da indústria de petróleo no Brasil. Além disso, a Parker vem apostando no aumento do conteúdo local para ampliar sua participação no mercado nacional. O gerente regional da Parker, Fábio Scivoletto, contou que já alcançaram, por exemplo, 76% de fabricação local para geradores de nitrogênio no Brasil.

Quais os maiores desafios da indústria de petróleo e gás brasileira para a Parker?

Temos uma preocupação com a política do Brasil, para que a Petrobrás não tenha sua situação piorada. Todos nós do setor de óleo e gás dependemos da boa saúde da Petrobrás, portanto, esperamos que se mantenha uma sustentabilidade do negócio. Nós atuamos em todos os mercados: onshore, offshore e refinarias.

Como avalia o momento do mercado?

Não é favorável, mas nesses momentos nós devemos inovar. Temos que desenvolver o que não fazíamos antes, por isso continuamos crescendo. Antes nós nos focávamos somente na venda de peças e alguns poucos sistemas, hoje estamos muito focados na venda de serviço, entrega técnica. Quando um lado da balança cai, no caso produtos, o outro lado da balança, sistemas, cresce em função dos investimentos que são feitos, tanto que temos a nossa meta ousada de crescer 25% este ano.

Qual o diferencial da Parker para seus concorrentes?

Nosso diferencial hoje em dia é a parte de material, como a parte de sistemas, além dos serviços. Estamos operando instalação de planta. O cliente hoje tem o sistema instalado, se ele precisar de um reparo nós fornecemos. Temos também nosso Oil & Gas Service Center em Macaé e Complete Piping Solutions, onde são feitas dobras a frio até quatro polegadas, spools para fazer conexões isentas de solda. Ou seja, um arranjo completo para conexões e tubulações hidráulicas para o mercado.

Qual foi o faturamento em 2013?

A Parker é uma empresa global, com faturamento de US$ 13 bilhões no ano fiscal de 2013. No Brasil, estamos na divisão latino-americana e, para se ter uma ideia, nosso crescimento no petróleo e gás no último ano foi de 50%. Além disso, para esse ano ainda queremos crescer mais 25%.

 Quanto representa o setor de óleo e gás no faturamento no Brasil?

A Parker é bastante diversificada, atuando em diversas frentes no país. Hoje, o setor de óleo e gás fica entre 20% e 25% do faturamento da empresa no Brasil.

 A Parker tem novos projetos para o mercado brasileiro especificamente?

Sim, temos feito produtos que antes a Petrobrás tinha que importar, como, por exemplo, o gerador de hidrogênio, que agora nós fabricamos no Brasil, seguindo as normas de conteúdo local. Temos nossa unidade de engenharia onde agregamos todos os produtos da Parker para fabricar aqui. 

Como avaliaram a participação na Rio Oil & Gas este ano?

A Parker tem diversas divisões, cada qual com seu produto para o mercado de óleo e gás, e aproveitamos para apresentar alguns desses equipamentos na feira. Em termos de novidade, levamos cilindros que estamos oferecendo, voltados ao tratamento para a haste desses cilindros, que chamamos de “global shield”, que consiste no aumento da resistência à corrosão em dez vezes mais que uma haste de aço comum, com um custo inferior ao aço inoxidável. Esse cilindro tem conteúdo local, sendo o tratamento feito lá fora, e já temos uma boa perspectiva de empresas interessadas nesse produto, entre elas a Petrobrás. Outro produto que levamos foi o gerador de nitrogênio, com níveis acima de 76% de conteúdo local, seja ele por membrana ou por peneira molecular (PSA). A Parker também apresentou para o mercado produtos como uma linha completa de conexões, válvulas de alta pressão e autoclave, além dos produtos que já fazem parte de nosso portfólio.

 Além da Petrobrás, que outros grandes clientes a Parker tem no Brasil?

Outras grandes empresas confiam na Parker, como a FMC Techonologies, a One Subsea e a National Oilwell Varco, por exemplo. Mas a lista continua.