PARLAMENTARES E INDÚSTRIA CONTESTAM MUDANÇAS NA POLÍTICA DE CONTEÚDO LOCAL NA CÂMARA | Petronotícias




faixa - nao remover

PARLAMENTARES E INDÚSTRIA CONTESTAM MUDANÇAS NA POLÍTICA DE CONTEÚDO LOCAL NA CÂMARA

Jose Velloso AbimaqAs recentes mudanças na política de conteúdo local, que colocam em xeque a sobrevivência de inúmeras empresas brasileiras fornecedoras de produtos e serviços, estão encontrando resistência dentro da Câmara dos Deputados. Nesta quinta-feira (30), uma comissão geral discutiu o assunto no Plenário da Casa e deputados de diferentes legendas, inclusive do partido do presidente Michel Temer, criticaram a redução dos percentuais de participação da indústria brasileira.

O deputado Henrique Fontana (PT-RS) anunciou que na próxima terça-feira (4) será lançada uma nova frente parlamentar em defesa da indústria naval. Fontana deu ainda a sugestão de uma reunião com a presença de Temer, parlamentares e representantes o setor. A deputada Soraya Santos (PMDB-RJ) foi enfática ao dizer que qualquer mudança no setor pode implodir a indústria naval brasileira. Ela é presidente de uma outra frente parlamentar que defende o setor naval e o conteúdo nacional. Já o deputado Davidson Magalhães (PCdoB-BA) seguiu o mesmo tom e afirmou que as novas regras vão desmontar a indústria nacional e transformarão a Petrobrás em exportadora de produtos primários.

Membros da indústria também estiveram no encontro, entre eles o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), José Velloso Dias Cardoso (foto), que fez críticas à redução de conteúdo local no próximo leilão do pré-sal. O dirigente da associação ressaltou que a nova política não faz distinção entre bens e serviços. “Como os serviços não poderão ser importados e serão já contratados no Brasil, esse setor deve abarcar todo o percentual mínimo de conteúdo nacional previsto e, dessa forma, a indústria ficará de fora e não será contemplada pelo conteúdo local”, explicou Cardoso.

A Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) foi representada por Artur Araújo, que fez um alerta quanto ao risco de desemprego por conta da quebra do conteúdo local. Para ele, as novas regras poderão ter o custo de até 5 mil engenheiros. “Isso não significa só 5 mil pessoas, 5 mil famílias. O que se perde violentamente é a capacidade de pensar. Se dispersa conhecimento, se desmonta equipes, em nome de abrir, de forma irresponsável, o setor para o mercado externo”, criticou.

Deixe seu comentário

avatar
  Subscribe  
Notify of