PAULO ROBERTO COSTA APONTA ODEBRECHT COMO RESPONSÁVEL PELO DEPÓSITO DE US$ 23 MILHÕES EM SUA CONTA NA SUÍÇA
Em suas delações à Polícia Federal, Paulo Roberto Costa (foto) disse que os US$ 23 milhões que recebeu na Suíça entre 2010 e 2011 foram pagos pela Odebrecht, segundo reportagem da Folha de São Paulo. Diretor de abastecimento da Petrobrás na época dos depósitos, Costa era o responsável pelas obras da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, que renderam, em 2010, um contrato de R$ 1,48 bilhão para a construtora, em consórcio com a OAS. Em nota, a empreiteira negou ter feito qualquer depósito na conta de qualquer diretor ou ex-diretor da Petrobrás. “A Odebrecht mantém, há décadas, contratos de prestação de serviços com a Petrobrás, todos conquistados de acordo com a lei de licitações públicas”, ressaltou a empresa.
Em auditoria no dia 24 de setembro, o ministro José Jorge, do Tribunal de Contas da União (TCU), disse que há indícios de pagamentos indevidos a Camargo Corrêa, Odebrecht e OAS, que negam as irregularidades. Segundo o jornal Valor Econômico, o Ministério Público Federal (MPF) prepara denúncias por crimes de corrupção, formação de organização criminosa e lavagem de dinheiro contra as empresas e consórcios Camargo Corrêa e CNCC, Sanko-Sider, Queiroz Galvão, Mendes Júnior, UTC/Constran, Andrade Gutierrez, OAS, Odebrecht, Engevix, Iesa, Hope, Egesa e Toyo Setal. De acordo com a reportagem, os procuradores já teriam a prova material dos delitos cometidos no âmbito de contratos da Petrobrás com sobrepreço e nos pagamentos feitos por serviços que não existiram a empresas de fachada do doleiro Alberto Youssef. O conjunto de provas reúne extratos bancários, documentos de importação fictícios, contratos assinados por representantes das empresas e vídeos de pessoas que frequentavam o escritório de Youssef.
Ao jornal, a Camargo Correa/CNCC informou que não pode se manifestar sobre encaminhamento jurídico que ainda não é oficial, mas reiterou que jamais fez qualquer tipo de repasses para empresas ou pessoas ligadas a Alberto Yousseff. A Odebrecht afirmou que seu nome aparece na Lava-Jato em razão de um erro de informação nos autos, que apontam para uma empresa de um consórcio com CNPJ diferente do da construtora, e que o erro foi devidamente informado ao juízo de Curitiba. As outras empresas também negaram participação no esquema.
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