PAULO ROBERTO COSTA DARÁ DEPOIMENTO À JUSTIÇA FEDERAL NA QUARTA-FEIRA

Cumprindo pena de prisão domiciliar em sua residência no Rio de Janeiro desde o dia 1º de outubro, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa (foto) deverá voltar a Curitiba nesta quarta-feira (8) para dar mais informações à Justiça Federal sobre o esquema sobre corrupção e lavagem de dinheiro investigado pela Operação Lava Jato. O depoimento poderá ser adiado se a defesa de Costa solicitar e o juiz Sérgio Moro, que conduz as ações, autorizar.

Ao contrário do que fez na CPI, em setembro, o ex-diretor não poderá ficar em silêncio na audiência, já que o depoimento faz parte de seu acordo de delação premiada e terá que responder a todas as perguntas da Procuradoria da República e dos advogados de defesa dos outros réus, como o doleiro Alberto Youssef, que também firmou pacto de colaboração com o Ministério Público Federal. Em delações anteriores, Paulo Roberto Costa citou pelo menos 32 deputados e senadores como supostos beneficiários de propinas. Como a competência para investigá-los é exclusiva do Supremo Tribunal Federal, não caberá ao réu falar sobre esse tema perante o primeiro grau da Justiça.

O acordo garante a Costa se livrar dos processos já instaurados contra ele e também de inquéritos que poderão ser abertos a partir de desdobramentos da Lava Jato. Mas terá de detalhar o envolvimento dos outros denunciados. Dez ações criminais já foram abertas desde a deflagração da Lava Jato, em março. Em cinco delas o doleiro é denunciado. Em duas, Costa é réu, sendo uma sobre a refinaria Abreu e Lima, contratada na época em que ele exercia a função de diretor de Abastecimento da Petrobrás.