PDE 2031 É LANÇADO OFICIALMENTE, COM PREVISÃO DE CRESCIMENTO DE 30% NA MATRIZ ENERGÉTICA BRASILEIRA
O Ministério de Minas e Energia (MME) lançou no final da manhã de hoje (6) a versão final do Plano Decenal de Energia (PDE) 2031, que traz as indicações de expansão da matriz brasileira até o final da atual década. Entre as principais novidades do plano, estão a indicação de uma nova usina nuclear de 1 GW no sistema elétrico em 2031 e um capítulo inteiro dedicado ao potencial do Brasil na produção de hidrogênio. O PDE prevê ainda que a matriz energética brasileira crescerá 30% durante o período estudado, saindo dos atuais 295 milhões de toneladas equivalentes de petróleo (tep) para 384 milhões de tep em 2031. Isso equivale a um crescimento anual de aproximadamente 2,7%.
Olhando especificamente para a matriz de eletricidade, o crescimento previsto é 40%, saltando de 674 TWh no final de 2021 para 945 TWh em 2031. Essa evolução considera tanto a geração centralizada em grandes usinas quanto a geração distribuída de pequenas plantas – o quadro no final desta reportagem detalha o desenvolvimento esperado da capacidade instalada por fonte no Brasil até 2031. O sistema de transmissão terá um acréscimo de 34 mil km de linhas, uma alta de 19% na comparação com o volume atual.
Já as projeções para petróleo indicam que a produção nacional saltará de 2,9 milhões de barris por dia para 5,2 milhões de barris por dia em 2031. Assim, o Brasil passará a ser o 5º maior produtor e exportador de petróleo do mundo. No gás, a produção sairá de 134 milhões de m³ por dia para 277 milhões de m³ por dia em 2031, o que representará uma evolução de 7,5% ao ano durante o intervalo.
“Esse é o nosso farol da construção de um setor energético cada vez mais pujante e capaz de transformar os recursos naturais, que temos em abundância, em bem-estar e prosperidade para a sociedade brasileira”, disse o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, durante o evento de lançamento, em Brasília. “Serão necessários mais de R$ 3,2 trilhões em investimentos nos próximos dez anos. Sendo R$ 2,7 trilhões relacionados a petróleo, gás natural e biocombustíveis e quase R$ 580 milhões à geração de energia elétrica diante do cenário de crescimento econômico estimado”, acrescentou.
Diversas entidades do setor elétrico participaram do evento de lançamento do PDE 2031. Entre elas estava a Associação Brasileira para Desenvolvimento das Atividades Nucleares (ABDAN). O presidente da entidade, Celso Cunha, ressaltou que essa foi a primeira vez que a fonte nuclear foi incluída no planejamento decenal do governo. “O importante para nós é que a próxima usina nuclear, pós-Angra 3, está prevista no plano. É uma planta de 1 GW na região Sudeste. Esse foi um marco importante. Agora, temos que trabalhar para que essa usina, de fato, aconteça”, comentou rapidamente após o evento.
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