PDVSA NÃO FOI PAGA POR QUASE METADE DO PETRÓLEO PRODUZIDO EM 2011

A petrolífera PDVSA não foi paga diretamente por quase metade do óleo cru produzido em 2011. Com um cenário mundial de declínio de preços e pesados subsídios locais, os acordos da estatal venezuelana com países aliados só tem colocado mais pressão sobre suas finanças.

Dados publicados pela estatal venezuelana revelam que ela não recebeu diretamente pagamentos de 43% de seus barris de petróleo e derivados no ano passado. A dívida abriu caminho para atrasos de pagamentos de fornecedores e alterou os planos de investimento.

A empresa passa por um momento de cobranças e interrogações. O débito com fornecedores chega a 12,4 bilhões de dólares e o total da dívida teve salto de 40%, em 2011. Enquanto isso, acordos controversos de exportação aumentam. Eles visam fornecer petróleo em condições preferenciais, incluindo troca de combustível por alimentos e outros produtos, assim como as políticas governamentais sobre os preços domésticos.

Antes de atingir o nível recorde do ano passado, a proporção de petróleo da Venezuela e derivados que não foi paga em dinheiro subiu de 32% em 2009 para 36,5% em 2010. Aqueda dos preços do petróleo só pressiona o modelo de financiamento da PDVSA, já que este setor representa quase 95% das exportações do país. Ela sofre pressionamento das grandes petrolíferas, Chevron, Repsol e Eni, que possuem uma parceria com a venezuelana para desenvolver as enormes reservas de óleo extra-pesado, no Orinoco, Venezuela.

O presidente Hugo Chávez tenta elevar sua influência no exterior. Candidato à reeleição em outubro, ele tem oferecido petróleo em troca de crédito e outros bens e serviços para países a Ásia, América Latina e Caribe.

A antiga novela da Petrobrás com a PDVSA, na refinaria Rnest ainda não acabou. O diretor José Carlos Cosenza disse que o prazo da estrangeira vai até novembro, data limite para que a venezuelana apresente as garantias ao BNDES e tenha sua entrada definitiva no capital da refinaria.