PEDIDO DO CONGRESSO PARA BARRAR VENDA DE REFINARIAS DIVIDE OPINIÕES NO MERCADO

felipe-coutinho-825x510O pedido feito nesta semana pelo Congresso Nacional para que o Supremo Tribunal Federal (STF) emita uma medida cautelar contra a venda de refinarias da Petrobrás está causando um racha de opiniões dentro do setor. Para ilustrar esse debate de ideias, o Petronotícias reproduz agora as considerações de duas instituições sobre o tema. De um lado, a Associação dos Engenheiros da Petrobrás (Aepet) afirma que a privatização das refinarias traz “riscos empresariais desnecessários” à Petrobras. Na outra ponta, está o Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP), que defendeu o desinvestimento da estatal e se disse “surpreso” com o pedido feito por parlamentares. Vejamos primeiro o posicionamento do presidente da Aepet, Felipe Coutinho (foto):

“Criar subsidiárias com o objetivo de privatizá-las é uma fraude administrativa que não tem sustentação jurisprudencial no STF. Esta prática tem consequências políticas porque impede a avaliação do interesse público das privatizações pelos representantes eleitos no Congresso Nacional.

A privatização das refinarias traz riscos empresariais desnecessários à Petrobras porque compromete sua geração de caixa para preços moderados ou baixos do petróleo.

Privatizar refinarias também impede que o mercado brasileiro seja abastecido aos menores custos possíveis, apesar do Brasil dispor de petróleo e capacidade de refino. Com as privatizações a economia nacional ficará sujeita aos preços internacionais do petróleo e às oscilações da cotação da nossa moeda.”

Agora vamos conhecer as considerações do IBP:

ibpO setor de Óleo e Gás recebeu com surpresa o pedido do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, protocolado nesta quinta-feira (2/7), junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a venda de refinarias da Petrobras.

A abertura do mercado de refino foi respaldada pelo Conselho Nacional de Política Energética pela Resolução n°9, de maio de 2019, e trará investimentos para o país, competitividade e benefícios para a sociedade. Foi neste contexto que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) assinou, ano passado, acordo com a Petrobras para incentivar a entrada de novos agentes econômicos no mercado de refino e, por consequência, propiciar mais concorrência no setor.

O procedimento de venda do controle acionário de subsidiárias e controladas de empresas estatais está autorizado pelo STF desde junho de 2019. Portanto, a venda de refinarias da Petrobras está amparada pela legislação e fundamentada na decisão da mais alta corte de justiça do país.

O IBP entende que a concentração da capacidade de refino no país em apenas uma empresa não atende aos interesses maiores da sociedade brasileira e deve ser corrigida, de modo a criar um ambiente mais competitivo e benéfico para a economia nacional.

O crescimento do país requer, de forma urgente, consolidar a atração de novos investimentos para o setor em refino e logística, algo que só pode acontecer com lastro em previsibilidade jurídica e regras claras. Ao colocar isto em risco, cria-se uma ameaça à mobilização de empresas nacionais e internacionais que participam deste e de outros processos amplamente debatidos e formalmente estruturados.

ENTENDA O CASO:

CASTELLO BRANCO 2020As mesas do Senado e da Câmara dos Deputados fizeram um pedido ao STF para que o tribunal emita uma medida cautelar contra o processo de venda de refinarias por parte da Petrobrás. Como se sabe, a estatal está desinvestindo em oito unidades do tipo.

Na argumentação dos parlamentares envolvidos na ação, o método escolhido pela empresa para alienar as plantas, que consiste na constituição de novas subsidiárias, configura “desvio de finalidade, sendo prática proibida e inconstitucional, ante a possibilidade de conduzir a ‘privatizações brancas’, em burla ao controle democrático do Congresso Nacional”.

Vale lembrar que em junho do ano passado, o STF deu seu entendimento de que as estatais brasileiras não podem ser vendidas sem o aval do Congresso Nacional. Porém, o júri disse que a privatização de subsidiárias poderia transcorrer sem a necessidade de aprovação do poder legislativo. Foi a partir desta posição do STF que a Petrobrás conseguiu seguir com a venda de seus ativos.

O presidente da empresa, Roberto Castello Branco, já declarou que recebeu as propostas vinculantes pela Refinaria Landulpho Alves, localizada na Bahia. O executivo agora espera que os lances pela Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná, sejam apresentados em breve também.

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Pedro TavaresMartinsLuciano Seixas Chagasjoão batista de assis pereira Recent comment authors
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joão batista de assis pereira
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joão batista de assis pereira

NOVO CÓDIGO DE ÉTICA RE-LANÇADO NA PETROBRAS NÃO CONSEGUE ADERÊNCIA NO SEU ALTO ESCALÃO: https://www.agenciapetrobras.com.br/Materia/ExibirMateria?p_materia=982845 A Petrobras deu recentemente mais um passo na evolução de seu sistema de integridade com a publicação de seu “Código de Conduta Ética”. O documento, aprovado pelo Conselho de Administração da companhia, foi construído com uma linguagem clara, objetiva e de fácil compreensão. O novo Código de Conduta Ética é um aprimoramento do “Código de Ética” e do “Guia de Conduta”, sendo um instrumento de aplicabilidade a todos na PETROBRAS, do menos ao mais graduado. Consta nesse código: Conduta Ética: define os princípios éticos que… Read more »

Luciano Seixas Chagas
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Luciano Seixas Chagas

O IBP de brasileiro não tem nada de B. Deveria ser IEB com E grande de estrangeiro, pois só defende interesses alhures. Desafio eles a listarem o que o Brasil ganhou com a venda de ativos de transporte (dutos), de distribuição e de exploração, etc., além de desempregar dezenas de brasileiros da Petrobras. Pergunta simples e de difícil resposta não? Enquanto isso o Brasil enfrenta forte desemprego, a Petrobras do financista senhor Castello Branco, faz encomendas nos países alhures fechando nossas indústrias persistindo e agravando o quadro anterior, pré pandemia de crescimento pífio. onde o aumento das atividades só existia… Read more »

Martins
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Martins

Desde o começo dessa história de venda de ativos da Petrobras, todos sabemos, de A a Z, que isso é uma forma escamoteada de privatização da Empresa.
Sabemos também que o Sr Castelo Branco não aceita o fato de a Petrobras ser uma estatal, indo contra os seus ideais capitalistas.
Essa história de venda das Refinarias é mais uma malandragem pra tentar acabar com a Petrobras.
#Fora Castelo Branco

Pedro Tavares
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Pedro Tavares

Lá vem os mortadelas, estão com medo de uma empresa privada tornar-se dona das refinarias e exigir que comecem a trabalhar