PESQUISA DA BUNKER ONE E DA UNIVERSIDADE DO RIO GRANDE DO NORTE CONSEGUE A ADIÇÃO DE 7% DE BIOCOMBUSTÍVEL NO DIESEL MARÍTIMO | Petronotícias




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PESQUISA DA BUNKER ONE E DA UNIVERSIDADE DO RIO GRANDE DO NORTE CONSEGUE A ADIÇÃO DE 7% DE BIOCOMBUSTÍVEL NO DIESEL MARÍTIMO

flaA Bunker One, líder global na comercialização de bunker (combustíveis marítimos),  em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN),  realizou um estudo sobre a utilização de biodiesel em embarcações. Como bunker não precisa ser exclusivamente fóssil, em um cenário mundial de descarbonização, a empresa decidiu avaliar se o biodiesel poderia ser misturado ao diesel marítimo (MGO), tornando-se uma alternativa viável técnica, econômica e ambientalmente. Com o resultado em mãos, que indica que a adição de 7% do biocombustível pode ser utilizada sem gerar perdas frente ao bunker tradicional, a Bunker One entregará a íntegra da pesquisa ao Ministério de Minas e Energia e à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

A adição de biodiesel no diesel já ocorre no transporte rodoviário. Por isso, em 2021, a Bunker One e a UFRN iniciaram o estudo experimental. O biodiesel utilizado na pesquisa é de segunda geração, feito 50% a partir de resíduos animais, como sebo suíno ou gordura de porco, e os outros 50% com óleo de cozinha usado. O resultado desfez o antigo receio”, explicou o CEO da Bunker One Brasil, Flavio Ribeiro.

Liderada pela professora de Química do Petróleo da UFRN, Amanda Gondim, a primeira etapa da pesquisa, de revisão bibliográfica, teve o objetivo de identificar epesquiusa avaliar os resultados de estudos semelhantes no Brasil e no exterior. Em seguida, foram realizados testes em laboratório, misturando diesel e biodiesel em diferentes porcentagens, de 5% a 100% do biocombustível. Assim, foi possível analisar propriedades, densidade, ponto de ebulição e congelamento para comparar com normas brasileiras e internacionais. Essa etapa concluiu que a mistura de 7% de biodiesel ao diesel marítimo, o chamado B7, seria a mais adequada para o estudo, cumprindo parâmetros brasileiros (Resolução 903 da ANP) e internacionais (EN 14214).

Em 2023, foi iniciada a etapa final, o teste de viabilidade. Para isso, o B7 foi colocado no tanque de um rebocador da Nova Offshore, empresa de navegação brasileira pertencente ao grupo Bunker One. O motor da embarcação ficou ligado durante três horas em dois dias diferentes, enquanto uma série de dados eram coletados. O mesmo teste foi feito, seguindo condições similares, com diesel marítimo. E os principais resultados da comparação entre a utilização de cada um dos dois combustíveis foram os seguintes:

  • Viabilidade técnica: o motor funcionou normalmente e o consumo do B7 foi o mesmo do registrado com diesel marítimo regular (MGO).
    • Estado do motor: ao trocar o combustível é preciso ter mais atenção ao filtro por causa do efeito detergente do B7, que acaba limpando o tanque, o que é captado na filtragem. A recomendação é fazer uma mudança gradual do MGO para a mistura de biodiesel, aumentando a proporção aos poucos. Além disso, é preciso verificar o filtro no início do uso, avaliando a necessidade de troca.
    pesquisa 2• Efeito atmosférico: foi registrada uma redução de 2% na emissão de gás carbônico. A expectativa é que um aumento do percentual de biodiesel na mistura gere uma redução proporcional na emissão de gases do efeito estufa. Além disso, vale destacar que o biodiesel de segunda geração possibilita a redução da pegada de carbono da cadeia produtiva.O objetivo do estudo é fomentar o uso de biocombustível pelo setor marítimo. Para isso, a Bunker One vai entregar o material completo ao Ministério de Minas e Energia e à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. Dessa forma, esse primeiro teste poderá ser avaliado e replicado por outros agentes, abrindo caminho para novas pesquisas e aprofundamentos, que culminem na adoção do biodiesel no bunker. “Nossa ideia é uma adoção gradual do biocombustível pela indústria de petróleo e gás e naval. Esse estudo é um primeiro passo, que apontou a viabilidade do seu uso nas operações marítimas. Agora, é importante que haja uma continuidade, com mais testes e projetos que demonstrem a funcionalidade do biocombustível e uma boa vontade dos players do mercado para que esse novo produto seja rapidamente inserido nas operações”, afirma Flavio Ribeiro. A Bunker One já tem clientes interessados em biocombustível. E, seguindo os passos da matriz dinamarquesa, subsidiária brasileira espera poder, em um futuro próximo, comercializar combustíveis verdes no Brasil.

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