PESQUISA PROJETA OTIMISMO DE EMPRESÁRIOS BRASILEIROS PARA O SEGUNDO SEMESTRE, MAS PREÇO DA ENERGIA AINDA PREOCUPA | Petronotícias




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PESQUISA PROJETA OTIMISMO DE EMPRESÁRIOS BRASILEIROS PARA O SEGUNDO SEMESTRE, MAS PREÇO DA ENERGIA AINDA PREOCUPA

Elica Martins (4) copiarUma recente pesquisa da consultoria Grant Thornton aponta que o empresariado brasileiro continua a enfrentar sérias preocupações com o custo da energia – um temor que se mantém elevado ao longo dos últimos dois anos. O alto valor pago pelas companhias na conta de luz, que afeta diretamente a competitividade, é agravado pela volatilidade dos preços que estão sob a influência de crises hídricas e flutuações do petróleo. Tudo isso coloca o Brasil em uma posição desafiadora em comparação com outros países. A pesquisa revelou que para 46% dos empresários brasileiros, o custo da energia é um entrave para o crescimento das companhias. A preocupação com o tema não diminui desde o início de 2022, mas ainda está abaixo da média global (54%). Em entrevista ao Petronotícias, a líder de Energia e Recursos Naturais da Grant Thornton, Élica Martins, avalia que, diante de todo esse cenário, o mercado livre de energia surge como uma alternativa promissora para grandes consumidores. Apesar dos desafios com custos de energia, a especialista projeta uma tendência de alta do otimismo do empresariado nacional para os próximos meses. “Esse otimismo reflete uma expectativa positiva para o futuro dos negócios no Brasil”, avaliou.

Para começar, seria interessante comentar o fato de que a preocupação do empresariado brasileiro com o custo da energia não diminui desde 2022. Na sua opinião, o que justifica esse cenário?

linhas-transmissãoRealmente, a preocupação com o custo da energia existe desde 2022, uma vez que o empresariado brasileiro sente a carga sobre o custo produtivo de aproximadamente 40%, dependendo do setor. Além disso, nota-se que o valor não diminuiu desde então, e essa volatilidade dos preços é influenciada principalmente por crises hídricas e flutuações do petróleo. 

Poderia apresentar uma comparação entre o índice de preocupação com o custo de energia no Brasil e em outros países? Além disso, como você avalia as diferenças observadas?

Compartilho neste link o nosso artigo sobre o tema, com comentários de líderes de energia de diferentes países. Em relação aos números, a preocupação com o custo da energia tem aumentado de forma significativa globalmente. 

Ao comparar o segundo semestre de 2023 com o primeiro deste ano, nota-se que: 

– No Brasil o índice atingiu 46%, que representa um aumento de 3 pontos percentuais;
– Na América Latina, os gastos com energia são preocupantes para 43% das empresas, 7% maior;
– Globalmente, o aumento foi ainda mais representativo, de 18% atingindo 54% dos respondentes

É importante ressaltar também que países como a Índia, Itália, França, Nigéria e o Reino Unido apresentam índices individuais ainda mais altos. Apenas na Índia, o dado atinge 64%. As diferenças observadas podem ser atribuídas à diversidade das matrizes energéticas e à dependência de fontes específicas, como o petróleo, que afetam os custos de maneira distinta em cada país.

Diante desse contexto, qual tem sido o impacto da abertura do mercado livre de energia para grandes consumidores? No médio prazo, isso pode contribuir para reduzir a preocupação com os custos de energia?

INDUSTRIALA abertura do mercado livre de energia para grandes consumidores tem permitido que empresas negociem preços mais atrativos, reduzindo os custos operacionais. No médio prazo, essa liberalização pode contribuir significativamente para diminuir a preocupação com os custos de energia, já que aumenta a competitividade e a eficiência no setor. 

De acordo com a Portaria 50/2022 do Ministério de Minas e Energia, desde janeiro deste ano, os consumidores classificados como Grupo A podem comprar  energia elétrica de qualquer concessionário, permissionário ou autorizado do Sistema Interligado Nacional. Vale pontuar que, classifica-se como “Grupo A” os consumidores que estão conectados em média ou alta tensão, acima de 2,3 kV, sendo, portanto, empresas que possuem um alto consumo e contratam uma demanda de fornecimento junto à distribuidora, como é o caso de shoppings.

Essa determinação deve causar a migração de consumidores comerciais e industriais, principalmente de médio porte, buscando a redução desse custo em sua operação, além de poder escolher a fonte de geração de energia. 

De que forma a questão climática tem influenciado a contratação de fornecimento de energia pelas empresas brasileiras? Quais são as principais tendências nesse contexto?

ENERGIACom certeza a questão climática tem influenciado a contratação de fornecimento de energia pelas empresas brasileiras, isso quando não buscam investir em geradoras próprias. Ainda, a participação das indústrias em empresas de energia renovável tem aumentado, elevando a demanda por fontes alternativas e sustentáveis.

Além disso, vale ressaltar que eventos climáticos, como secas e tempestades, afetam a geração hidrelétrica, que é uma parte significativa da matriz energética aqui no Brasil. Por isso, as empresas estão em busca de diversificar cada vez suas fontes, de forma a mitigar esses riscos e garantir a resiliência do fornecimento.

Por fim, quais são as projeções da Grant Thornton sobre a visão do empresariado brasileiro para o segundo semestre?

A Grant Thornton projeta um aumento no otimismo do empresariado brasileiro para o segundo semestre de 2024. A nossa pesquisa International Business Report (IBR), indica que os empresários estão mais confiantes em relação ao crescimento econômico e aos investimentos, impulsionados pela maior estabilidade macroeconômica e avanços em reformas estruturais. Esse otimismo reflete uma expectativa positiva para o futuro dos negócios no Brasil.

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