PESQUISADORES DA EMBRAPII, SENAI E CTG BRASIL TRABALHAM NO DESENVOLVIMENTO DO BIO-ÓLEO A PARTIR DE PLANTAS AQUÁTICAS DE UMA HIDRELÉTRICA
Para solucionar um problema ambiental frequente nos reservatórios de usinas hidrelétricas, o Ministério da Ciência e Tecnologia, a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (EMBRAPII), o Instituto SENAI de Inovação em Biomassa e a CTG Brasil, segunda maior geradora privada de energia do país, lançaram em abril de 2019 o projeto “Macrofuel: Aproveitamento Energético de Bio-Óleo Pirolítico de Macrófitas Aquáticas para Produção de Biocombustível“. O objetivo era avaliar o aproveitamento energético do bio-óleo produzido a partir de plantas aquáticas que proliferam nos reservatórios de Ilha Solteira e Jupiá.
O crescimento excessivo das macrófitas, espécie vegetal aquática, prejudica a qualidade da água, e dificulta o seu uso para navegação, irrigação, fornecimento de água e produção de energia hidrelétrica. Elas tendem a retirar o oxigênio durante seu processo de crescimento e isso afeta o desenvolvimento de outros organismos, como algas, microalgas, zooplancton e peixes. Assim, o desafio do Macrofuel foi combinar em uma só solução tanto um plano de manejo que permita a retirada de mínimo impacto das plantas aquáticas e consequente melhoria da qualidade da água, quanto uma forma de economia circular sustentável e verde para as hidrelétricas, com a valorização da biomassa transformando-a em um produto, o biocombustível.
O foco inicial era desenvolver uma metodologia de produção de biocombustível líquido para geração de energia, similar ao diesel. O projeto é para os reservatórios de Jupiá e Ilha Solteira, mas em função dos bons resultados, a produção poderá ser expandida para outras unidades. Para o projeto, foram destinados cerca de R$ 4,6 milhões, dos quais 25% dos recursos são provenientes do investimento do MCTI e EMBRAPII, 25% da Unidade EMBRAPII SENAI e 50% da CTG Brasil.
Segundo a chefe de pesquisa do Instituto Senai de Inovação em Biomassa, Layssa Okamura (foto principal), “a contrapartida da EMBRAPII foi decisiva para a viabilização desse projeto, pois fez com que o projeto fosse mais atrativo financeiramente para a CTG em relação a outros”. O projeto ainda deve durar cerca de três anos e meio dada sua elevada complexidade, porque o ponto de partida é uma biomassa bastante heterogênea e o ponto final um óleo biocombustível líquido padronizado de qualidade para uso nos motores da própria empresa de geração de energia hidrelétrica.
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