PETROBRÁS ADMITE PAULO ROBERTO COSTA COMO COORDENADOR DE ESQUEMA CORRUPTO NA COMPANHIA

Quase um ano após a primeira prisão de Paulo Roberto Costa (foto), ex-diretor de abastecimento da Petrobrás, a companhia admitiu que o executivo coordenou um esquema de corrupção na estatal e foi responsável pela “antecipação de diversas atividades e alterações nos projetos e na estratégia de contratação, o que levou a grande número de aditamentos contratuais” na Refinaria Abreu e Lima (Rnest). Demorou para admitir, mas reconheceu. Isso é um dado positivo. Mas fica uma pergunta no ar: só Paulo Roberto e Pedro Barusco foram os responsáveis dentro da companhia pelo desvio de bilhões de reais ?

Inicialmente orçada em cerca de US$ 2 bilhões, a refinaria teve seu custo elevado para US$ 18,5 bilhões. A estatal afirma que o Plano de Antecipação da Refinaria (PAR) foi proposto e aprovado pela diretoria comandada por Paulo Roberto Costa em março de 2007. Já em 2012, segundo relatório da Comissão Interna da Petrobrás sobre a Rnest, a refinaria teria causado um prejuízo de US$ 3,2 bilhões para a companhia.

A Petrobrás não negou, nem confirmou, em nota, as perdas de US$ 3,2 bilhões com o empreendimento, mas destaca que, quando da aprovação do projeto inicial, em 2005, foi baseada em uma estimativa de custo preliminar “condizente com a fase que se encontrava”, que era a fase 1, ou “Avaliação de Oportunidade”.

A companhia, na mesma nota, ainda especificou as fases do projeto, desde sua aprovação em 2009, apresentação para o Conselho de Administração, em dezembro do mesmo ano, quando o conselho orientou a diretoria “envidar esforços para elevar a rentabilidade do projeto”. Testes em 2013 sobre a viabilidade econômica do projeto “não indicaram necessidade de reconhecimento de perdas”.

Por fim, a Petrobrás informou que “nas demonstrações contábeis, até o exercício de 2013, os resultados desses testes não indicaram a necessidade de reconhecimento de perdas de investimentos realizados na Rnest”. A companhia também ressaltou que o resultado da comissão interna foi encaminhado para Ministério Público Federal, Politica Federal, Controladoria Geral da União e outros órgãos.