PETROBRÁS AMEAÇA DESATIVAR TERMELÉTRICAS CASO NÃO RECEBA RECURSOS DE R$ 1,5 BILHÃO ATRASADOS PELO GOVERNO
Em meio à crise, o cobertor é curto e as dificuldades financeiras vêm estremecendo a relação da Petrobrás com o governo. A estatal enviou recentemente uma carta ao Ministério de Minas e Energia (MME) em que ameaça desligar suas termelétricas caso não receba o pagamento de cerca de R$ 1,5 bilhão em créditos que têm no mercado de energia, ainda não quitados devido à inadimplência das operações. Na última liquidação financeira do setor, que costuma render grande volume de recursos à petroleira, houve um descumprimento de 78%, o que levou à arrecadação de apenas R$ 1,1 bilhão em um total devido de R$ 4,9 bilhões.
A carta enviada pela diretoria da empresa foi disponibilizada nesta terça-feira (22) no site da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). No documento assinado pelo diretor de Gás e Energia Hugo Repsold (foto), a estatal afirma que o volume de recursos não pagos “torna urgente uma providência deste Ministério para evitar que a Petrobrás chegue a uma situação em que não haverá outra solução senão interromper a geração termelétrica”.
Realizadas pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), as liquidações financeiras do setor energético vêm apresentando índices altos de inadimplência desde julho do ano passado. À época, diversas empresas passaram a obter liminares que as isentavam de quitar com suas obrigações junto ao mercado. A disputa judicial teve como propulsor a redução da geração em hidrelétricas ao longo de 2015, o que fez com que as companhias recorressem aos tribunais para não sofrerem perdas bilionárias.
Em decisão publicada hoje, o CCEE decidiu que as negociações realizadas em janeiro deste ano deverão ser liquidadas nos dias 18 e 19 de abril. A medida vai de encontro às exigências da Petrobrás, que vem defendendo mudanças a curto prazo para não causar ainda mais danos a suas finanças. Na carta, a companhia afirma ser “importante que seja dado um tratamento excepcional e provisório para a questão, até que o problema seja solucionado”.
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