PETROBRÁS AMPLIA CORTES EM SUA FROTA E PLANEJA FECHAR O ANO COM APENAS 30 SONDAS

O impacto da crise segue resultando em novos ajustes na Petrobrás. Após ter registrado uma perda de R$ 1,1 bilhão com a ociosidade de sondas no primeiro trimestre, a estatal planeja agora novos cortes para fechar o ano com um total de 30 sondas, frente às 45 do final do ano anterior. O objetivo da empresa é reduzir a frota para evitar o custo com embarcações paradas, que atualmente excedem a necessidade da companhia em meio à diminuição do escopo de projetos de exploração.

De acordo com a diretora de E&P da estatal, Solange Guedes (foto), o balanço deste segundo semestre também deverá ser afetado pelos gastos com sondas ociosas. Ao mesmo tempo em que negocia os contratos para construção de novas plataformas do pré-sal junto à Sete Brasil, a empresa hoje traça metas para encolher ainda mais suas operações. A expectativa é de que até o final do ano a frota seja reduzida para algo em torno de 30 a 35 unidades, afirma Guedes.

Em seu plano original, o acordo com a Sete previa a contratação de 28 sondas, mas as propostas mais recentes feitas pela Petrobrás falam em 10 embarcações. As negociações vem se estendendo há mais de um ano sem que haja acordo definitivo. Para acelerar o processo, a estatal avalia contratar um mediador para as conversas, que não têm apresentando sinais de avanço. O diálogo entre as partes, no entanto, foi retomado ao longo das últimas semanas após o pedido de recuperação judicial da Sete, feito em abril.

Com dívidas estimadas em R$ 18,5 bilhões, a Sete vive ainda um cenário de indefinições e pode ampliar o prejuízo caso as negociações sejam novamente adiadas. A empresa já resultou em perdas de aproximadamente R$ 14 bilhões para bancos, fundos de investimentos e fundações credoras.