PETROBRÁS ANUNCIA QUE IRÁ ARRENDAR FÁBRICAS DE FERTILIZANTES DO NORDESTE E JÁ INICIA PARALISAÇÃO PARCIAL NA FAFEN-BA
O destino das fábricas de fertilizantes da Petrobrás em Sergipe e na Bahia (Fafen-SE e Fafen-BA) foi traçado. A companhia anunciou nesta quinta-feira (10) que começou a buscar interessados no arrendamento das duas unidades. Segundo informações do Sindicato de Petroleiros da Bahia (Sindipetro-BA), a Fafen-BA já antecipou parte do seu processo de hibernação, com a paralisação da unidade de ureia.
Pelo plano inicial, a hibernação das duas unidades estava prevista para o dia 31 de janeiro. Mas, de acordo com o Sindipetro-BA, foi preciso antecipar a paralisação da unidade de ureia da fábrica baiana. Ainda segundo o sindicato, a Petrobrás alega que é preciso formar um estoque de hibernação de 21.500 toneladas de amônia. Contudo, a Fafen-BA opera a uma baixa capacidade (63%) e, dessa forma, a planta de ureia absorve toda a produção de amônia. Sendo assim, acrescenta o sindicato, não seria possível formar estoque excedente até o dia 31 de janeiro.
Enquanto isso, a Petrobrás segue com seu plano de se desfazer dos ativos, iniciando o procedimento de pré-qualificação que visa habilitar as empresas que manifestarem interesse em participar em licitações futuras destinadas ao arrendamento das fábricas, incluindo os terminais marítimos de amônia e ureia no Porto de Aratu (BA).
Conforme o Petronotícias informou, a decisão de hibernar as fábricas, anunciada ano passado, gerou uma enorme repercussão. Os governos dos dois estados, representantes do agronegócio e entidades de classe se colocaram contra o fechamento das unidades, alegando perdas de investimentos, prejuízos para o setor de pecuária e elevação do desemprego.
A Fafen-BA é uma unidade de fertilizantes nitrogenados com produção total de ureia de 1.300 toneladas por dia, enquanto que a Fafen-SE tem uma capacidade maior – 1.800 toneladas diárias. As unidades também comercializam produtos como amônia, gás carbônico, entre outros. Os terminais marítimos de amônia e ureia no Porto de Aratu são unidades portuárias com capacidade de armazenagem e carregamento de 20.000 toneladas de amônia e 30.000 toneladas de ureia.
São duas fábricas de alta tecnologia agregada que na mão de terceiros poderá ser lucrativa. Poderia ser lucrativa também nas mãos da BR mas como subsidiária que visa lucro.