PETROBRÁS ANUNCIA QUE VAI USAR TECNOLOGIA DA NASA PARA MONITORAR A MARGEM EQUATORIAL
Agora a NASA vem – mas não para estudar os brasileiros, como costumam brincar os internautas nas redes sociais. A agência espacial americana e a Organização Indiana de Pesquisa Espacial aceitaram a Petrobrás dentro da missão NISAR (Nasa-ISRO Synthetic Aperture Radar), um programa que prevê o lançamento de um sistema inédito de coleta de imagens SAR (Radar de Abertura Sintética) para observação da Terra. A tecnologia será lançada no próximo ano e a estatal brasileira será uma das primeiras usuárias do sistema. As imagens serão utilizadas pela Petrobrás em um observatório para monitorar o ambiente marinho e costeiro da Margem Equatorial, no trecho Amapá-Pará-Maranhão e atualizar o mapeamento desse litoral.
O chamado Observatório Geoquímico Ambiental da Margem Equatorial Brasileira (ObMEQ) é resultado de uma parceria entre o Centro de Pesquisas da Petrobras e um ecossistema de universidade e instituições do Norte-Nordeste, liderados pela Universidade Federal do Pará (UFPA). A unidade tem inauguração prevista para o próximo ano. O ObMEQ é um dos 13 projetos de sustentabilidade e meio ambiente do Cenpes para a Margem Equatorial.
“Há interesses científicos convergentes entre as iniciativas NISAR e ObMEQ, razão pela qual foi estabelecida uma cooperação formal do Cenpes com a missão espacial, com o objetivo de conectar os membros da equipe brasileira com especialistas Nisar, que possam assessorar no plano de observação para o ObMEQ, e se beneficiar da troca de informações de campo na costa da Margem Equatorial e regiões oceânicas adjacentes”, explicou a diretora de engenharia Tecnologia e Inovação da Petrobrás, Renata Baruzzi.
A missão espacial medirá padrões de mudanças nos ecossistemas, superfícies e massas de gelo da Terra, fornecendo informações sobre biomassa, riscos naturais, aumento do nível do mar e águas subterrâneas. Também será dada atenção especial aos manguezais, ecossistema costeiro importante no contexto das alterações climáticas. A tecnologia utilizada permitirá o mapeamento periódico de alterações como erosão e deposição de sedimentos na costa, correntes oceânicas, velocidades do vento, localização dos navios e até sinais de petróleo nas águas.
O satélite, ideal para monitorar regiões tropicais, opera na faixa de micro-ondas, o que permite a coleta de dados mesmo em condições nubladas. Com fonte própria de energia, funciona continuamente, captando informações mesmo em baixa luminosidade, como à noite ou no fim da tarde. No projeto ObMEQ, serão utilizadas técnicas de sensoriamento remoto com imagens SAR de diversos satélites, além de trabalhos de campo para coleta de amostras. O objetivo é traçar o panorama geoquímico ambiental da região costeira. Os dados obtidos serão disponibilizados em um sistema web com os resultados das análises geoquímicas realizadas.
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