PETROBRÁS APOSTA MAIS EM EMPRESAS ESTRANGEIRAS PARA CONSTRUIR AS REFINARIAS PREMIUM
As declarações da Presidente Graça Foster de que “o conteúdo nacional não é prioridade” estão provocando uma confusão dos diabos no mercado. As especulações são as mais variadas. Seria uma mensagem do governo às empresas ou a Petrobrás passou a fazer a política do governo? – perguntam. Alguns acreditam que Foster traçou publicamente um perfil do que é percebido, sentido e ressentido nos relacionamentos entre os executivos da estatal com os executivos das empresas privadas que prestam serviços para a Petrobrás nas obras realizadas Brasil afora. Um perfil que representa um tropeço na arrogância de quem sabe que as empresas precisam das obras da estatal para sobreviver e precisam ficar sujeitas ao poder que a Petrobrás tem. O poder de alavancar a infraestrutura do país. Com uma declaração como a que foi feita por Graça Foster, o risco é parecer que a Petrobrás é maior e mais importante do que o Brasil.
Teoricamente, a Presidente Foster tem razão quando mostra e acusa que algumas empresas fornecedoras não estão no nível de qualidade e produtividade que a estatal precisa. Mas um mergulho sincero nos problemas do dia a dia das operações pode revelar uma face que, para Petrobrás, parece ser impossível de admitir: os erros podem estar dentro dela mesma. Dentro de seus projetos, do nível de exigência aos seus parceiros, de suas cobranças que produzem ineficiência, no desgaste na construção de uma relação sempre desconfiada com seus fornecedores e na arrogância de alguns de seus executivos.
A decisão de não se respeitar o conteúdo nacional, uma política estabelecida pelo governo federal, apregoada nesta segunda-feira por Graça Foster, parece que vai se estender para as obras de construção que estão sendo planejadas também para as refinarias Premium do Maranhão e Ceará. O Petronotícias teve acesso a um documento interno da Petrobrás, conhecido como DIP, em que a estatal decidiu a lista de empresas internacionais que vão ser convidadas para a fazer a construção das refinarias.
O DIP apresenta a relação das empresas estrangeiras que ainda serão convidadas. O documento revela o seguinte:
“Foram consideradas empresas que já realizaram obras de vulto na área de abastecimento da Petrobrás com bom desempenho e ainda empresas de classe mundial empresas listadas nas seguintes publicações: Top 10 Downstream Contractors da Arabian oil & gas ou Top 10 International Contractors in Petroleum Market da Engineering News Record, que demonstram interesse em participar do processo. Todas as empresas devem atender aos seguintes requisitos: patrimônio líquido de US$ 1 bilhão e ter avaliação de baixo risco através da análise publicada pela Experian ou D&B.”
A lista das empresas selecionadas é a seguinte:
1- Toyo Engineering Corporation – (Japão)
2- Fluor Enterprises – (Estados Unidos)
3- SK Engineering&Construction – (Coreia do Sul);
4- Skanska AB – (Suécia)
5- Bechtel Group – (Estados Unidos)
6- Chicago Bridget Iron & Co – (Estados Unidos)
7- Hyundai Engineering Construction – (Coreia do Sul)
8- JCC Corporation – (Japão)
9- Samsung Engineering Co – (Coreia do Sul)
10- Jacob Engineering Group – (Estados Unidos)
O documento da Petrobrás faz as ressalvas de que a Jacob Engineering não poderá participar do Pacote 5, mas não explica as razões e ainda abre uma exceção para Bechtel, também americana, dizendo que ela não disponibiliza informações financeiras, o que impede uma análise financeira, mas pelo “seu porte e por atender aos demais critérios de seleção, foi incluída na relação de convidadas” .
O documento interno também define a lista das empresas brasileiras que serão convidadas, apesar de critérios com margem para dúvidas. Foram selecionadas seis empresas, mas este número pode chegar a nove. Número menor do que o lista das empresas estrangeiras. Nos bastidores, comentou-se que uma parte da diretoria de engenharia queria incluir outras empresas brasileiras de grande porte na lista de empresas convidadas. A decisão teria sido tomada à revelia do diretor de engenharia José Figueiredo. Na ocasião, o diretor estava em viagem a China e a Cingapura. Em seu retorno, por uma decisão pessoal, a lista final teria sido fechada em apenas seis empresas brasileiras. Mesmo assim, com a inclusão de duas empresas que, pelo rigor dos critérios técnicos, ficariam de fora. Mas acabaram entrando. Há a possibilidade de a Techint e a Galvão serem incluídas nesta lista.
Desse modo, ficam selecionadas as seguintes empresas:
1- Odebrecht
2- Andrade Gutierrez
3- Camargo Corrêa
4- Queiroz Galvão
5- OAS
6- UTC
A justificativa para a inclusão das duas empresas que estavam fora do critério, mas acabaram listada foi a seguinte, diz o documento:
“Apesar da média do BAD – Boletim de Avaliação de Desempenho – em contratos vigentes estar em apenas 64, inferior ao valor estabelecido de 70, a Camargo Corrêa possui capacidade técnica e porte econômico para ser convidada (…) A empresa está selecionada para os pacotes 1,2,3,4,5, 7 e 9”;
No caso da empresa OAS, a justificativa foi essa:
“a empresa foi incluída, apesar de não atender a nota do critério econômico (5,95) (…) mas possui dois contratos com bom desempenho e em fase de conclusão”.
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