PETROBRÁS APROVEITA CONJUNÇÃO POSITIVA PARA TER UM NOVO TRIMESTRE COM LUCROS AINDA MAIORES
Com o dólar nas alturas, o petróleo com um preço firme e bem remunerado e ainda impedida de vender seus ativos, são temperos que a Petrobrás precisava para fugir definitivamente da crise que cruza há pelo menos quatro anos, desde o início da Operação Lava Jato. Mas pensar que essas premissas vão fazer a estatal voltar a investir ainda este ano, pode tirar o cavalo da chuva. Certamente, ela terá um terceiro trimestre com lucros ainda maiores e mais robustos do que no primeiro e no segundo. A empresa deve aproveitar a boa conjuntura astral para reforçar seu caixa e diminuir o seu endividamento. Provavelmente, esse contorno deverá ser o mesmo para o quarto trimestre. As empresas fornecedoras do setor de petróleo e gás vão continuar com pires na mão e torcendo para 2019 chegar logo.
Com dois resultados extremamente positivos nos primeiros seis meses deste ano, tudo leva a crer que a companhia continue com este movimento de inércia nos investimentos, aproveitando os ventos fortes da valorização do dólar e da estabilidade nos preços do barril. E que agora ganha mais um forte aliado forte que chegou pela competência de muitos de seus funcionários: a redução de custos para extrair petróleo do pré-sal. É um plus que traz mais tranquilidade para reforçar o caixa da empresa. Gasta menos para produzir mais petróleo e gás.
A Petrobrás quer economizar. Nem a sua maior contratação do ano, a obra que terminará a UPGN do Comperj, está em ritmo bom. A empresa ainda não gastando muito. Depois de mais de sete meses a estatal assinou o contrato, mas ele ainda está em fase de projeto. Um descompasso nesta fase acabou ajudando a estatal a prorrogar suas despesas mais alguns meses. A chinesa Kerui efetivamente ainda não começou fisicamente a reconstrução da unidade de processamento de gás. Enquanto isso, a Petrobrás vai vendo seus lucros aumentarem com robustez, gastando apenas o que precisa fazer para a manutenção de seus empreendimentos. É uma estratégia da empresa que deverá se manter até a escolha do novo presidente da república e, por sua vez, um novo presidente da estatal. Qualquer presidente que seja eleito, ele mudará o comando da estatal. Mas Ivan Monteiro entregará uma empresa bem diferente do que quando assumiu o cargo de diretor financeiro, levado pelas mãos de Aldemir Bendine.
Com o ganho através de seu próprio esforço e qualificação de sua equipe, a companhia segue num espiral ascendente no que se refere a controle de custos, principalmente agora no pré-sal. Atualmente, segundo a ANP, o óleo do pré-sal já é capaz de competir de igual para igual com “shale oil” e “shale gas”, a produção não convencional dos Estados Unidos. Com os avanços que foram vistos no Congresso Brasileiro de Geologia, que terminou a última sexta-feira, no Rio, pôde se constatar que a tecnologia aumentou a eficiência do pré-sal, tornando o produto, que já era de qualidade, bastante competitivo.
A indústria de petróleo nacional, entre descobrir e produzir, pode levar dez anos, enquanto os produtores norte-americanos de óleo não convencional reagem às cotações em apenas um mês. Os últimos dados da reguladora ANP mostram que a produção da camada pré-sal já representa mais de 50% da produção nacional. Até 2030, o Brasil se tornará um grande exportador mundial de petróleo e gás, graças também ao avanço da campanha no pré-sal. O ritmo desse crescimento, no entanto, precisa ser acelerado para que as reservas sejam exploradas antes que novas fontes tomem espaço na matriz energética. E, com isso, evitar que o Brasil perca novamente o bonde da história. A repetição de uma constatação de que a Idade da Pedra não acabou por falta de pedras. Temos reservas imensas, mas, se não corrermos, não teremos como usa-las. Um estudo mostra que há no mundo 4,9 trilhões de barris de óleo equivalentes em reservas provadas, mas diante dos avanços de novas fontes de energia renovável, a perspectiva é que apenas 1 em cada 3 barris seja recuperável. Na semana passada, a Shell apresentou um trabalho extraordinário sobre as mudanças das matrizes energéticas até 2070. Nesta mudança, a energia solar, eólica e nuclear, serão as campeãs.
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