PETROBRÁS ASSUME PROBLEMAS DA TOTAL AO FICAR COM OS BLOCOS NA BACIA DA FOZ DO AMAZONAS
A bola agora está nos pés da Petrobrás. A estatal anunciou hoje (28) que assumirá a operação e a participação da francesa Total em cinco blocos marítimos na Bacia da Foz do Amazonas. Além dos riscos inerentes das atividades de petróleo e gás, a estatal brasileira está assumindo um desafio e tanto pela frente. A empresa terá que driblar e superar todos as dificuldades de licenciamento que o empreendimento já enfrentou no passado. A região, como se sabe, está próxima de um raro recife de corais, que consegue sobreviver no ambiente do Rio Amazonas. Ou seja: “deixa eu assumir seus problemas”. A estatal não informa se pagou para fazer isso.
A Petrobrás justifica sua decisão lembrando que os cinco blocos (FZA-M-57, FZA-M-86, FZA-M-88, FZA-M-125 e FZA-M-127) estão em uma “fronteira exploratória de alto potencial na margem equatorial brasileira”. Além disso, por serem áreas de águas ultraprofundas, chamam naturalmente a atenção da petroleira, que não esconde de ninguém sua preferência em focar em ativos offshore em lâmina d’água além dos 1.500 metros.
Com transferência da participação de 40% da Total para a Petrobrás, a empresa brasileira poderá aumentar a sua presença de 30% para pelo menos 50%, podendo chegar a 70% – caso a BP, que também faz parte do consórcio, não manifeste interesse em incrementar a sua fatia.
Para lembrar, a Total já havia dado o braço a torcer no início de setembro, quando desistiu oficialmente de ser operadora dos ativos na Bacia da Foz do Amazonas. Os franceses arremataram em 2013 as cinco áreas exploratórias, localizadas a 120 quilômetros da costa brasileira, durante a 11ª Rodada de licitações. O Ibama já havia negado a licença de exploração em dezembro de 2018, alegando que não havia estudos técnicos adequados.
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