PETROBRÁS ATRASA A LIMPEZA DA P-32 E A ECOVIX AMEAÇA DEMITIR TRABALHADORES CONTRATADOS PARA DESCOMISSIONAR A PLATAFORMA

Sem solução, os metalúrgicos de Rio Grande (RS) voltam à greve. Na manhã desta terça-feira (9) os trabalhadores que atuam no descomissionamento da plataforma P-32, no Estaleiro Rio Grande, fizeram nova mobilização em protesto contra a ameaça de novas demissões pela Ecovix e também contra a Petrobrás por não ter providenciado, ainda, a limpeza da embarcação, que chegou com resíduos de petróleo e gás em seus tanques. Devido a isso, o serviço de desmanche ficou inviabilizado e a Ecovix, depois de contratar mais de 200 trabalhadores, iniciou a dispensa deles.

A empresa deu prazo de sete dias para a Petrobrás providenciar a retirada dos resíduos, mas os trabalhadores não veem movimentação nesse sentido. O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Rio Grande e São José do Norte (STIMMMERG), Benito Gonçalves, diz  que se não acontecerem ações nesses sete dias, a Ecovix vai demitir. “O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) diz que tem de haver um acordo entre a Gerdau (proprietária da embarcação) e a Petrobrás, mas não houve, até agora, uma resposta efetiva da Petrobrás”, declarou.

Nas primeiras horas da manhã de hoje os trabalhadores, em protesto, bloquearam por meia hora a BR-392 e, depois, permaneceram  na frente do estaleiro. O presidente Benito Gonçalves, nessa luta contra as demissões, amarrou-se no portão de acesso e ficou junto com os trabalhadores no lado de fora da empresa, no aguardo de uma solução para o impasse.

Para lembrar, em julho do ano passado, a Ecovix, proprietária do Estaleiro Rio Grande, e a siderúrgica Gerdau foram as vencedoras do leilão para descomissionamento da plataforma P-32. A embarcação era utilizada pela Petrobrás na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro. O Plano de reciclagem da plataforma, desenvolvido pela Gerdau-Ecovix, foi aprovado pela Petrobrás e abrange desde os procedimentos iniciais de recebimento da unidade até as etapas de desmontagem, que ocorrerá em dique seco, e a destinação final dos resíduos resultantes do desmantelamento.

Anualmente, a Gerdau transforma mais de 11 milhões de toneladas de sucata metálica em aço, com cerca de 71% do aço produzido pela companhia proveniente do processo de reciclagem. Uma das fontes de geração de sucata metálica é o desmantelamento de plataformas.